. Rosas & Lírios: o céu e o inferno entraram em guerra. As armas? Almas humanas.

Um blog que tem sempre uma história rolando. A história atual é Rosas & Lírios, um conflito entre o céu e o inferno pela liberdade e pela posse do universo.

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O sol é minha enegia e o calor, meu combustível. O céu azul é meu sorriso mais eterno, e as penas de minhas asas foram esparramadas ao redor do teto do mundo; são as nuvens, às vezes brancas e puras, às vezes negras e corruptas. Não pude aprender a amar o frio, a noite ou a chuva - e no entanto, eles me amam mais que a tudo. E seus presentes são sempre as palavras.

Wednesday, May 17, 2006

Capítulo sexto,pate 3

Levantou no dia seguinte, pronto para a ação. Tão pronto que se admirou não estar extremamente sonolento e mau-humorado como de costume. Verificou os presentes mais uma vez (talvez, se tudo desse certo, a tarde fosse muito melhor). Tomou café e se mandou para a escola.
Chegou atrasado, nada de mais. Dava tempo de fazer o dever de Química, que era a terceira aula. Entrou na segunda e dormiu até o intervalo.
A hora que saiu, o pessoal já estava reunido. Chegou lá animado.

- Opa, é hoje. Conseguiram?
- Bem, só consegui duas cartas, na verdade uma é mais um bilhete que ele mandou pra uma menina da sétima. A outra é bem uma carta, mas nada de mais. Dá pra você provar que ele é semi-analfabeto.
- Wellp, dê-me aqui. - pegou e pôs no bolso junto com a carta da Anne, que pegara antes há alguns dias. - Carlos?
- Então, os amigos dele entregaram o ouro. Os caras achando que 'tavam é fazendo uma puta propagando dele. Ha! Foi hilário. - e tirando o gravador do bolso - Toma aí, depois me devolve.
- Certo. - guardou no bolso o gravador - Bem, na hora da saída eu pego ele. Heh...

O resto das aulas até a saída passaram num lapso. Num momento ele estava entrando pra segunda aula de Química, na outra já estava saindo. Depois viu os dois saindo ao longe. E correu.

- Cris! Cris, you bastard! Olha pra cá filha da puta!
- Mas que merda é essa?
- Ah, não...
- Que merda você quer Will?
- Só quero que você conte a verdade pra Ana.
- Que verdade mané? Eu só conto a verdade pra ela!
- Will, se manda. Se for aquele papo da Anne estar certa pode ir dando o fora porque eu confio plenamente no meu namorado - Cris torceu a cara. Mas ela não viu porque estava um pouco atrás dela.
- Ah, sim, claro. Você confia mais no seu "namorado", que já te traiu pelo menos umas 2 vezes, e que te separou da sua melhor amiga, do que na sua amiga de tantos anos?
- Ele nunca me traiu! - hesitou e olhou esperando para Cris pedindo uma confirmação. No rosto dele, só raiva. Ela continuou - Ela que me traiu. Ela gosta dele, sempre gostou! Mas nunca teve coragem de pedir pra ele, porque.... porque...
- Porque ela é sua amiga e nunca faria isso. E ela não gosta dele.
- Gosta sim, vi eles se beijando!
- Armação desse merda aqui!
- Agora chega, vem cá filha da puta. Sua treta é comigo. - E partiu pra cima de Will.

A cena que se seguiu foi comentada por 10 anos naquela escola. A gritaria tinha chamado a atenção das pessoas que estavam por perto, e o aglomeramento despertou a curiosidade do resto. Quando Cris partiu pra cima de Will, metade da escola já assistia.
Afinal, não havia ninguém esperando pra atacar Will caso este se mostrasse mais apto à luta do que Cris. Não porque Cris não quisesse, mas não houvera tempo habil para isso.
Will olhou fixamente para Cris durante o átimo que se passou até este percorrer a distância de menos de 2 metros que os separava. Sabia extamente o que fazer. Cris chegou perto o suficiente e desferiu um direto de direita. Will simplesmente segurou a mão do adversário e desviou de seu rosto, e aproveitou o impulso para derrubá-lo no chão. Cris caiu de cara na grama fria e dura. Teve tempo apenas de se virar antes de ver Will imobilizar seus braços e pernas e segurar em seus cabelos.
Will olhou ávidamente para Cris que esperava um tremento direto de esquerda no meio da cara. Mas o golpe não veio, então abriu os olhos.
Will olhou para a multidão, depois para Cris de novo e começou a falar:

- Okay, seu merda do caralho. Vamos ao que interessa. - Cris queria que Will o matasse e não o humilhasse daquela forma - Primeiro, você nunca mais vai sequer olhar pra nenhuma garota que seja minha amiga, certo? - Ao que Cris não respondeu, Will colocou o rosto dele contra a terra e começou a esfregá-la. Gotas de sangue escorreram de seu rosto. - Certo? Responda!
- C-cer-certo...
- Segundo, você vai contar pra essa cabeça dura o seu plano pra separar ela da Anne. E vai contar como a traiu mais de uma vez. Anda, diga a ela!
- O que? - e sentiu seu rosto doer mais uma vez contra as pedras. - Tudo bem, tudo bem... É verdade mesmo. Nunca gostei de você! Garota nojenta, idiota, caiu direitinho. Nunca gostei, era pra fazer ciúmes na Anne mesmo! Mas ela nem se tocou que gosta de mim! - Will apertou institivamente o golpe - Ai... você foi apenas uma parte do plano, e depois um peso morto na minha vida!
- Chega! - começou a chorar - Não quero mais ouvir!
- Calma, tem mais uma coisa antes de acabar... - Olhou de novo para Cris e sorriu malévolamente - Peça desculpas, seu bastardo.
- Mas nem morto! Ai, porra! Caralho, pára!!
- Vai pedir desculpas! Pedir desculpas não só pra ela, mas também pra Anne por ter separado ela de sua amiga. - Virou-se pra platéia excitada - Anne! Anne vem cá.

Anne chegou assustada, nunca vira Will naquele estado. Ele normalmente era calmo e centrado. Nunca agira tão... agressivamente.

- Will - disse baixinho - tudo bem, já passou, acho que a Aninha já entendeu.
- Não - disse Will no mesmo tom - ele merece. - Olhou para Cris e levantou novamente a voz - Anda! Diga!
- Ah!! Tudo bem, tudo bem... Anne, desculpa...
- Pra Ana também!
- Nãaaaaaahhhhhh!!! Ok, ok... Ana desculpa, suaaaaaah!!! Ok, ok, parei.
- Isso. - tirou algumas coisas do bolso - Ana, se você ainda não acredita em mim... tome. Todas as provas. Agora abrace a sua amiga.
- Ah, merda. Desculpa, Anne. - e as duas se abraçaram
- Marcos! Guilherme! Levem-nas pra um lugar mais privado. Elas têm muito o que conversar. Carlos, vem me dar ajuda com esse porra. Acho que ele mijou nas calças.
- Okay - disse animado.

Carlos levou Cris pra enfermaria do colégio e largou ele lá. Will acompanhou a platéia de dissolver enquanto esperava Carlos voltar. Depois foi ao encontro das garotas. Anne e Aninhas conversavam às lágrimas numa lanchonete perto da escola. Will cumprimentou-as:

- Tudo bem com vocês?
- Sim, 'brigada, Will, por tudo mesmo.
- Que isso, é um prazer servi-las. (y)
- Ana, agradeça ao Will. Ele te salvou daquele retardado mental.
- Que isso... só fiz o que podia... - disse ele desconcertado.
- Ainda assim, vamos Ana agradeça! Não foi assim que eu te ensinei hein filha!
- 'Tá, 'tá bom. Obrigada Will.
- Não tem por onde. (y) Vou ali falar coma Mary, daqui a pouco eu volto.
- Tudo bem, vai lá. *kinko*

Mary estava no balcão pedindo um sanduíche pra si mesma. Will chegou por trás *kinko*, e pra assustá-la.

- Oi!
- Ai! Oi! Que susto, criatura!
- Tudo bem?
- Opa, tudo tinindo. Vai ser o melhor aniversário da minha vida. 'Brigadão pela ajuda com as meninas. - pegou na mão dele - Você não existe, Will.
- Ah, que isso... sou só um carinha normal e sem graça.
- Sem graça é que você não é. Você é demais.
- Hum... - ficou vermelho instantâneamente
- Você já 'tá indo pra casa?
- Ah, é vou... porque se não ainda vou de uniforme pra festa. Essa história me tirou a noção do tempo.
- Ah, que pena. Bem, a gente se vê na festa então.
- É, bem então, até logo. - Curvou-se para beijá-la no rosto, mas então ela o surpreendeu e deu um beijo rápido na boca, apenas lábios, mas foi um beijo. E sorriu.
- 'Té mais, garoto.



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Por Uriel.

Nota: queridos,a novela não acabou.Beleza?Ainda tem algumas coisinhas pra acontecerem,e o final ainda não está totalmente feliz meus queridos.
E ainda vai ter porrada.

Tuesday, May 16, 2006

Capítulo sexto,parte dois

Terça-feira, um dia a mais. Preparação, terça-feira era sempre preparação. Porque quarta sempre foi o melhor dia da semana pra ele, mas não sem sangue.
Verificou se os presentes continuavam debaixo da cama, tinha a mania de que as coisas sumiam do seu quarto durante a noite. É, estavam lá.
Foi pra escola. Sabendo do que tinha que fazer precisava dos seus fiéis escudeiros. Sua turminha.
Will nunca fora de muitos amigos, mas quando arranjava um era pra tudo. Seus primeiros amigos foram Marcos e Guilherme. Se conheceram na primeira série. Eram todos do mesmo estilo, calados e nerds.
Conforme foram crescendo descobriram outros gostos em comum, como o amor ao rock por exemplo. Não demorou muito e eles formaram a primeira banda, de punk.
A Molten Eyes durou 3 meses e 5 dias durante a quinta série, durante os quais eles mais se divertiram que fizeram música.
Na sexta série, mais duas pessoas entraram pro seu círculo social (de raio extremamente reduzido): Vivian e Carlos, que se provaram respectivamente exímios vocalista e guitarrista. O levou a banda a mudar de estilo e, conseqüentemente, o nome. Iris of The Air foi a única banda de Death Metal com vocal feminino e componentes de 12 a 13 anos que jamais existiu. Durante 6 meses, e dali sim saíram clássicos.
Mas revolução total da banda (que era, por um acaso, todo o círculo social de Will) aconteceu na sétima série. Ele, Marcos e Guilherme se separaram pela primeira vez. Cada um caiu em uma turma, e (que sorte não?) não havia possibilidade mudança porque todas estavam lotadas ¬¬".
Desta forma Marcos caiu na mesma sala que Diego, um cara viciado em rock e música eletrônica, mas principalmente na mistura dos dois. E que, por um acaso, era DJ.
Guilherme caiu na sala de Paula, sem dúvida a garota mais rejeitada da escola, e a mais talentosa com certeza. Tocava piano como se aquilo fosse a coisa mais fácil do mundo, além disso tinha uma voz perfeita de soprano. E tinha uma incrível facilidade pra agudos na guitarra, o que proporcionava ótimos solos.
Will viu que Death Metal não era o caminho, definitivamente. Era muito limitado. Mas ali ele tinha uma DJ, alguns guitarristas, e, como a Vivian comprasse uma percussão, uma percussionista ao melhor estilo Slipknot. Isso só podia significar uma coisa. New Metal.
A banda deslanchara naquele ano, quase um album gravado. Mas então Will se mudou. E sem Will, a banda não era mais uma banda. Esperariam por sua volta.
E eis que ele voltara. E, por incrível que pareça, caíram todos na mesma sala. A O.S.S. (Original Source of Sanity) estava de volta.
Mas não era só musicalmente que eles eram talentosos. Carlos tinha um incrível dom de conseguir gravar qualquer palavra de qualquer pessoa, o que lhe dava trunfos em qualquer discussão. Era por isso que ele sempre levava um gravador no bolso.
Vivian já tinha lido todas as cartas que transitaram na mesma sala em que ela estava. Marcos e Guilherme, embora fossem pacíficos, eram enormes, o que lhes dava uma vantagem em brigas. Mas normalmente só usavam o suficiente para separar o pessoal.
Diego tinha a maior rede de contatos já vista no colegial de qualquer país em qualquer época: 3 perfis lotados de pessoas, que REALMENTE conhecia.
Will sabia que ia precisar de toda ajuda disponível em seu plano "Reconcialiamento Geral". Mas não era possível nem seguro, mesmo se estando na mesma sala, conversar as coisas importantes com calma na escola.
De modo que Will marcou o primeiro ensaio da volta do O.S.S. naquela terça à tarde.
Duas horas estavam todos lá, e os instrumentos já estavam há alguns anos. Mas eles não ensaiaram. Will disse que havia algo mais importante, e a desculpa do ensaio era por causas de segurança (já mencionei que ele era um tanto paranóico?).
Começou então a discorrer sobre o plano:

-Bem, o ensaio fica pra próxima, infelizmente. Tenho umas coisinhas pra pedir pra vocês.
[Marcos] - Diga, mestre.
[Guilherme] - É, 'tamo ae pra isso.
- Valeu. Bem, Vivian vou precisar que você me arrume todas as cartas que o tal do Cris escreveu pra qualquer garota nas últimas duas semanas. Se existirem. Você acha que consegue?
[Vivian] - Hum, bem nunca fiz algo do tipo. Não conheço TODAS as garotas do colégio, Will.
- Ah, erm... - gaguejou desconcertado, e então excitado exclamou - OMFG!!! Como não pensei nisso antes. Diego, apresente à ela todas as garotas que ela achar necessário, oka?
[Diego] - Má só se me der um aumento, oras. - mas acentiu com a cabeça
- Valeu. Carlos, vou precisar que você arranje todos os depoimentos que incriminem o Cris, mas seja discreto porque não quero que ele saiba.
[Carlos] - Incriminar?
- Ah, é... não contei ¬¬". O Cris e a Aninha (amiga da Anne), estão juntos. E o safado era fim da Anne. De modo que, a hora que ela viu que não ia adiantar tentar fazer ciúme na Anne ficando com a Ana, ele colocou na cabeça da Ana que a Angelique 'tava afim dele. Menina boba da porra.
- Ahn, então você quer os amigos dele entreguem que ele tentou ficar com a Anne?
- É, na verdade disso eu já tenho provas. Eu precisava saber se ele tentou ficar com outra garota. Porque, do jeito que ele é, não deve ter ficado chupando o dedo.
- Opa, entendi. Bem, vou ver o que consigo.
- Hum, então... acho que era só isso.
- Nada pra nós? - disse com seu habitual tom de voz triste e belo. E apontou para Marcos e Guilherme.
- Bem, pelo que eu planejei, não. Quer dizer, vou precisar da cobertura dos dois pra caso o Cris tenha uma trupe de malandros atrás das árvores, o que não duvido muito, do jeito que ele é covarde.
- Então... - sorriu - vou poder dormir mais um pouco hoje à tarde. E, Will, quando vamos ensaiar? 'To louca pra começar de novo.
- Hum, se tudo der certo quinta.
- Wellp, tudo bem. Posso ir indo?
- É Will, isso aqui já 'tá dando no saco.
- Ah, sim claro que podem.

Todos se despediram, e saíram. Assim que viu o cabelo dourado de Vivian sumir na esquina, virou-se pegou seu sobretudo (estava muito frio lá fora), e foi para o parque. Descobrira de manhã que o Cris e a Ana iam lá esta tarde. Precisava ver como ele agia com ela para poder saber o que falar no dia seguinte.
Estavam lá, um ao lado do outro. Pelo que podia ver, ela falava sem parar e ele fingia que ouvia enquanto se interessava mais pela paisagem.
Pensou que aquela garota era realmente chata, lembrou-se da voz irritante que ela tinha. Nesse momento não conseguiu culpar Cris por querer se livrar dela. Ainda imaginava como a Anne e a Mary conseguiam aguentá-la. Aliás, se a Ana não fosse amiga das duas ele nem estaria fazendo aquilo tudo. Cris era seu inimigo, mas não era da sua conta o fato de ele estar enganando uma garota e machucando outra. A não ser que uma delas fosse sua amiga.
O sol foi se pondo, e seus pensamentos saíram daquele banco a vinte metros de distância e se voltaram para Mary. Uma garota tão perfeita. Sempre sonhara com ela desde que a conhecera. Talvez um dia viesse a tê-la. Talvez.
Acordou ainda estava no parque, uma fina garoa começara a cair. Tinha que voltar pra casa. Amanhã era uma quarta-feira. E quartas-feiras, pelo menos pra ele, sempre foram grandes dias.





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Por Uriel