. Rosas & Lírios: o céu e o inferno entraram em guerra. As armas? Almas humanas.

Um blog que tem sempre uma história rolando. A história atual é Rosas & Lírios, um conflito entre o céu e o inferno pela liberdade e pela posse do universo.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

O sol é minha enegia e o calor, meu combustível. O céu azul é meu sorriso mais eterno, e as penas de minhas asas foram esparramadas ao redor do teto do mundo; são as nuvens, às vezes brancas e puras, às vezes negras e corruptas. Não pude aprender a amar o frio, a noite ou a chuva - e no entanto, eles me amam mais que a tudo. E seus presentes são sempre as palavras.

Wednesday, October 31, 2007

Capítulo XII - Ferimentos.

Já no caramanchão, Christine demonstrou certa preocupação. Lúcifer e Catharine tinham ficado no Centro. Ela agora Tinha maior urgência de invadir o Éden. O desaparecimento da Rosa Eterna, fonte de vida do centro, chamava um único nome: Michael. Como ele fizera para entrar no Centro, ela não fazia idéia, mas ela tinha certeza de que aquilo era coisa do Michael.
A noite pesada caía sobre o casarão, e a luz do luar se refletia no lago da propriedade. Christine divisou a luz de um dos quartos, no sgeundo andar. Curiosamente, o seu quarto.
O instinto lhe avisou para não gritar, correr ou fazer qualquer coisa que pudesse chamar a atenção de alguém. Subiu as escadas silenciosamente, e foi até o próprio quarto - a porta estava escancarada. Christine fechou os olhos, concentrou-se e formou uma lâmina de luz vermelha, flutuando na ponta de seu dedo indicador.
Olhou para dentro. Roupas espalhadas, malas desfeitas, móveis derrubados e no meio tudo aquilo, um ser encapuzado revirava sua cama. Percebendo o movimento, a criatura virou-se, deixando cair o capuz que lhe cobria a cabeça. Christine identificou imediatamente os olhos brancos e longos cabelos prateados e lisos que se apresentavam diante dela.
- Diana! O que...?
Não houve tempo para que Christine completasse sua pergunta. Asas brancas irromperam de fendas nas costas do manto do anjo, e Diana voou em direção ao horizonte.
Christine ficou a observar sua antiga pupila sumir, até se dar conta de que ela ainda não encontrara Lou is ou Lorenzo. Algo lhe dizia que as coisas não estavam bem.
Ela caminhou até o quarto de Louis: vazio. Um vento frio entrava pela janela aberta. A casa estava em silêncio. Christine andou até o quarto de Lorenzo, agora. Inicialmente, pensou que o quarto estava vazio. Ao tentar ligar a luz, ela percebeu que o lustre estava em pedaços, que luziam com o brilho da lua que entrava pela enorme janela. Quando christine deu um passo a frente, mais sinais de luta se revelaram, como riscos profundos no mogno dos móveis, coisas quebradas e até mesmo móveis menores virados.
- Chris... Christine... - a voz fraca de Louis atingiu seus ouvidos - Ainda bem...
- Louis!
Christine adiantou-se, desesperada, para o garoto.v Louis estava gravemente ferido. Cortes sérios marcavam seus braços, e uma adaga jazia enterrada em sua coxa. Uma pequena poça de sangue estava diante dele. Louis estava lívido. Quando Christine fez menção de ajudá-lo, ele tentou imapedi-la (muito embora lhe faltasse forças para tanto), apontando para um canto mais obscuro do quarto. Lorenzo estava desmaiado, sem qualquer sinal de sangue ou ferimento. Mas, pelas veias saltadas das mãos do garoto, Christine adivinhou o que o afetava. Verificando que Lorenzo ainda vivia, Christine juntou as mãos com força e chamou por lùcifer. Em alguns segundos, ele apareceu, risonho e brincalhão:
- Não pode ficar sem mim, né? Admite!
- Cala a boca e me ajuda. - Foi a resposta ríspida e um tanto desesperada de Christine - Cuida do Louis, eu vou carregar o Lorenzo até o campo.
- Tu não quer trocar de tarefa, não?
- Não. Tu não conhece esse veneno.
Christine saiu do quarto com Lorenzo nas costas, sem dizer mais uma única palavra, envergada com o peso do corpo. Desceu as escadas o mais rápido que pôde, desesperada. Arrastou o garoto pelo campado até chegar embaixo de um grande cravalho. Ali cresciam flores fantásticas: suas pétalas não tinhham uma única cor, mas cinco. Azul, branco, rosa, amarelo e preto. cada uma daquelas pétalas era o antídoto para um veneno, com excessão da pétala negra. esta expelia o pior veneno de todos os mundos. O único antídoto existente era juntar uma pétala de cada cor daquela mesma flor que produzia o veneno. No entanto, quando uma pétala era retirada, todas as outras enegreciam; o mínimo necessário para fabricar um antídoto eram quatro flores. Christine tinha dez vezes isso, mas um décimo do tempo necessário para converter as flores em antídoto. Lorenzo abriu os olhos, e sua voz soou fraquíssima:
- Chris... Chris, eu preciso te dizer...
- Quieto, Lorenzo - o tom desesperado de Christine traía a calma em seu rosto - Abre a boca e engole isso...
- Eu vou morrer, não vou? Olha, eu preciso te falar...
- Fica quieto criatura! Tu tá fraco! - as lágrimas espelhavam os olhos amendoados de Christine - Tu não vai morrer! Eu não vou deixar!
- Chris... - uma lágrima brotou dos olhos cansados e sem brilho de lorenzo, a despeito de seu sorriso tranquilo - Eu... eu te amo...sempre... pra sempre...
Os olhos de Lorenzo fizaram-se em um únicpo ponto - o rosto de Christine - quando sua mão afrouxou um já precário aperto no braço da mesma, caindo no gramado de orvalho.
- Lorenzo! Lorenzo! NÃOOOO!

Monday, October 01, 2007

Capítulo XI - Recepção

Catharine e Lúcifer corriam de um lado para outro tentando achar alguém que neles acreditasse.Christine jazia na fronteira da cidade, guardada por um tigre branco em uma cama de rosas, longe das vistas do povo.
Cataharine ficara desacreditada depois de vários anos predizendo a volta de Christine, sem que esta jamais voltasse - até agora. Já Lúcifer jamais tivera crédito com ninguém naquele lugar, e as coisas pioraram quando Christine partiu.
Quando os dois encontraram-se no meio da pequena vila (que fechara suas portas e janelas), olharam-se desanimados. E tamanha não foi sua surpresa quando Fenrir (o tigre que deveria estar cuidando de Christine) apareceu por entre a névoa, andando calmamente. Alguns segundos depois, uma Christine de expressão cansada observava as casas do seu povo com um triste brilho nos olhos.
- Chris! Christine!
- Aqui! Nós estamos aqui!
Christine foi arrancada de seus devaneios pelos gritos dos dois e, andando até eles, deu-se conta de que a haviam deixado sozinha:
- Como é que vocês me deixam sozinha e desmaiada na fronteira da cidade? Só o Fenrir não conseguiria me defender de um ataque eventual de monstros! Lúcifer, eu aposto que isso foi coisa tua!...
Janelas começaram a se abrir, com rostos curiosos e que não se enganavam - aquela era a voz da sua rainha. Christine, enfurecida com o absoluto desleixo tanto de Cataharine quanto de Lúcifer, nem notava a comoção geral.
- ... vocês não pensam nas conseqüências? Eu não teria me acordado a tempo pra defender meu povo!...
- MESTRA!
Christine se surpreendeu com o chamado, mas a névoa e a raiva começavam a se dissipar e ela agora podia enxergar perfeitamente seu povo, seus súditos amados.
O cidadão tomou a mão de Christine, com os olhos lacrimejantes, e a beijou emocionado. Um círculo se formou à volta dela, e muitas pessoas choravam de alegria.
Depois de tanto tempo de abraços, cumprimentos e sorrisos, Lúcifer tocou temerosamente o ombro de Christine.
- Tem um motivo mais importante que as catorze tentativas de homicídio que quase me mataram na última semana pra eu ter te trazido pra cá.
- Catorze tentativas de homicídio? - Christine arregalou os olhos e levantou a voz - Como assim catorze tentativas de homicídio?
- Isso não vem ao caso. Mas... a Rosa Eterna.
- Que tem a espada?
- Ela... desapareceu. - Lúcifer se encolheu enquanto Christine arregalava ainda mais os olhos.
- Como desapareceu?
- Sumiu. Um belo dia eu cheguei lá e ela tinha sumido. É por isso que as coisas estão assim. Tudo esteve bem até que a Rosa Eterna sumiu. A Catharine manteve bem as coisas. Mas assim mesmo, a nossa fonte de vida e proteção desapareceu.
- Isso é grave. Agora não faz sentido eu ficar aqui, porque não tenho forças o bastante pra proteger essa terra. Mas ainda assim...
Christine começou a andar rapidamente em direção ao horizonte. Lá, no horizonte, um castelo de vidro e cristal apareceu. Haviam três enormes torres; uma à esquerda, uma no meio e outra à direita do enorme castelo. Encarapitadas em cima de cada torre estavam três quimeras. As três rugiram e um raio abriu uma porta antes inexistente no enorme castelo. Fenrir correu até alcançar Christine, e ela entrou junto de Catharine e Lúcifer.
O povo, do lado de fora, esperou respeitosamente que a porta se fechasse. Lá dentro, duas escadas guiavam a um mesmo ponto: um altar. O altar, que tinha quatro pilares a sua volta, estava vazio. As roseiras que cresciam presas aos pilares estavam secas e mortas. Christine se adiantou ao altar.
- Como...? Como isso pôde acontecer?
- Não sei, Christine. Mas eu não tenho mais descanso, estou exaurida.
- Só há uma coisa a fazer.
Christine desembainhou sua espada e a enterrou no centro do altar. Um brilho dourado emanou da espada e um enorme estrondo foi ouvido, junto a gritos estridentes de monstros. As roseiras renasceram e as quimeras rugiram uma vez mais. Christine desceu do altar e subiu uma escada lateral, escondida por uma porta enorme ao lado da entrada. Foi até a última janela da torre do meio e saiu na sacada. Um enorme escudo de proteção formara-se em torno do Centro.
- Meu povo! Peço que prestem atenção : Fenrir montará guarda no Altar da Vida durante todos os dias. Ninguém deve voltar a entrar aqui até que eu desça novamente, nem mesmo Lúcifer ou Catharine. As quimeras cuidarão da segurança externa. Qualquer um que violar estas regras porá em risco toda a população, além de ser imediatamente morto pelas quimeras. Vocês devem obedecer e escutar o Lúcifer! Ele é o meu representande enquanto me encontro impotente de lhes ajudar. Agora, partirei. Adeus!
Um assobio longo e forte partiu dos lábios de Christine, chamando a quimera da torre do meio. Christine montou nela e sumiu nas nuvens escarlate do Centro. Voltou, finalmente, a Terra.