tag:blogger.com,1999:blog-249107172024-03-13T23:35:00.379-07:00. Rosas & Lírios: o céu e o inferno entraram em guerra. As armas? Almas humanas.Um blog que tem sempre uma história rolando. A história atual é Rosas & Lírios, um conflito entre o céu e o inferno pela liberdade e pela posse do universo.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.comBlogger35125tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-7156699689269477732008-03-27T14:40:00.000-07:002008-03-27T14:41:39.769-07:00Capítulo XIV - PlanosLorenzo estava enterrado. Próximo ao lago, ele certamente descansaria em paz. Christine, envolta em um vestido negro, observava as águas plácidas do lago da propriedade com um terrível sentimento de culpa a assomar-lhe a mente e o coração. Culpa não somente pela morte de Lorenzo, mas pelo que deveria fazer agora, pelo que pediria a Louis.<br />- Tu não acha que ficar aí, com cara de morte, olhando pro lago e esperando o apocalipse chegar é muito desrespeito com o Lorenzo?<br />- Talvez. Mas eu não estava simplesmente esperando o apocalipse. Eu estou pensando.<br />- Hum. Sobre...?<br />- Tudo.<br />- Claro. E esperando o apocalipse chegar.<br />Louis sorriu, mas Christine não retribuiu o sorriso.<br />- Eu preciso que tu volte pro Éden.<br />- Tu enlouqueceu de vez? Minha cabeça tá a prêmio por lá!<br />- Eu sei. Mas eu preciso que tu volte!<br />- E de que eu deveria servir? Exemplo?<br />- Não seja burro. É óbvio que tu não vai entrar lá como meu aliado.<br />- E como exatamente tu espera que acreditem em mim?<br />- Bem eu suponho que se tu me matasse eles acreditassem em mim.<br />- Claro. Acontece que eu não...<br />- E é exatamente isso que tu vai fazer.<br />- O QUÊ? - Christine riu da cara dele. De um jeito bem desagradável.<br />- Eu acho que tu vai precisar da ajuda do Lúcifer.<br />- Tu não pretende que ele concorde com isso né?<br />Um clarão negro e rápido interrompeu a conversa dos dois, e Lúcifer apareceu imediatamente.<br />- Opa! ouvi meu nome?<br />- Ouviu! Essa louca quer que a gente mate ela!<br />- Como é que é?<br />Christine riu de novo. De um jeito mais desagradável. Saiu caminhando e começou a falar com os dois. Ao fim da conversa, nem Louis nem Lúcifer pareciam felizes ou convencidos.<br />- Não, mamãe. Dessa vez não.<br />- Sim, dessa vez sim. E eu já mandei parar com essas piadas imbecis.<br />- Ah, são engraçadas. E não.<br />- É, nem pensar.<br />- Vai ser na briga ou vocês vão fazer isso sem miar?<br />- Ou adoro esse teu jeito persuasivo, mamãe.<br />- Eu odeio esse jeito persuasivo dela. - Os dois riram e bateram palmas.<br />- Parem com isso vocês dois.<br />- Ainda acho que isso não vai dar certo.<br />- Só se vocês não fizerem como eu disse.<br />- Hunf. Ainda não gosto.<br />Lúcifer abriu a cruz invertida e voltou pro Centro. Christine e Louis foram para dentro da casa. Louis ia arrumar as malas.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-56416464310803970232008-01-02T17:41:00.000-08:002008-01-02T18:30:47.306-08:00Capítulo XIII - LutoChristine ainda tentou, em vão, trazer de volta a vida o infeliz Lorenzo, dando ao morto o antídoto do veneno. Depois de esperar durante longo tempo que o antídoto surtisse efeito, desistiu. Segurando as lágrimas, Christine voltou a colocar o corpo de Lorenzo nos ombros e deixou o corpo deitado no sofá. Subiu as escadas pesadamente, para encontrar Lúcifer cuidando das feridas de Louis. A adaga na coxa dele fora cuidadosamente removida e sua perna sangrava bastante.<br /> - Ai! AI CARA! Água faz arder!<br /> - Ou isso, ou gangrena, escolhe.<br /> - Aaaai!Gangrena!<br /> - Cala essa boca! O tratamente custa um dinheirão! E sem tratamento tu ia ter que amputar a perna...<br /> - Mas isso arde!<br /> - Gangrena te faz perder a perna, imbecil!<br /> Christine, um tanto confusa com a conversa, observou a cena durante um tempo, quase esquecida da morte de Lorenzo, tão maravilhada estava com a amizade repentina dos dois. Pigarreou.<br /> - O Lorenzo morreu. - Sua voz não demonstrava qualquer abalo, qualquer tristeza. Soou clara, nítida e até mesmo fria. - Não houve o que fazer. Antes que eu terminasse o antídoto, o semblante dele empalideceu e o Lorenzo soltou o último suspiro.<br /> - É, deu pra ouvir teu grito daqui.<br /> - Mentira, não se ouviu nada. - Louis olhou para Lúcifer em advertência, e lhe deu um discreto tapa nas costas.<br /> - É, é brincadeira, nem se ouviu nada, não faz essa cara... - Lúcifer se apressou em consertar, enquanto esfregava as costas e lançava um olhar de vingança para Louis - ... tu gritou?<br /> - ...Gritei. E chorei, como vocês podem presumir. Por incrível que pareça, eu também sou capaz de sentir. A morte dele foi culpa minha.<br /> Um silêncio pesado se abateu sobre o grupo. Encararame-se durante longo tempo. Lúcifer e Louis baixaram a cabeça.<br /> - Lúcifer, volta já pro Centro. Amanhã pela manhã o Louis e eu vamos enterrar o Lorenzo. Depois eu vou invadir o Éden, porque o tempo urge.<br /> - Eu não vou te deixar aqui!<br /> - O Louis vai estar comigo.<br /> - Tá, mas o Louis sempre baixa a cabeça pra ti.<br /> - Não que tu não faça isso também... - Foi a resposta de um Louis censurante.<br /> - Tá, mas quando nós dois ficamos um do lado do outro, dá coragem pra enfrentar essa cara de má da Chris...<br /> - Mesmo que depois vocês apanhem, claro.<br /> - <span style="font-weight: bold;">Detalhe</span>!<br /> Uma vez que Christine não ouvisse aquele uníssono há muito tempo, esse protesto lhe atordoou um pouco, mas não o bastante:<br /> - Lúcifer, volta <span style="font-weight: bold;">já</span> pro Centro.<br /> - Mas...<br /> - AGORA!<br /> - Sim, mamãe.<br /> Imediatamente, o portal para o Centro se abriu e Lúcifer escorregou sem demora por ele. Christine virou as costas e se encaminhou para a sala. louis foi atrás dela o quanto antes.<br /> - Tu não vai dormir?<br /> - Não.<br /> - Mas tu precisa dormir!<br /> - Não.<br /> - Christine, vai dormir!<br /> - Não.<br /> Christine simplesmente virou as costas, ignorando em absoluto a expressão preocupada de Louis. Ele, então, foi atrás dela pegou-a no coloe, sob uma série de protestos furiosos, a levou para o quarto.<br /> - Chega, Chris. Tu precisa descansar. Tu foi daqui ao Centro depois de um desmaio, e quando voltou deu de cara com um ferido e um envenenado. Convocou o Lúcifer e ainda carregou o Lorenzo nas costas por uma boa distância, duas vezes. Eu não se tu viu quem foi a invasora, mas se tu viu, isso deve ter te desgastado. Tu viu um amigo morrer e discutiu com o Lúcifer. Chega. Descansa. Tu sabe melhor do que eu que teu corpo não é imortal. E tua alma também não. Eu vou velar pelo Lorenzo. Dorme.<br /> Christine segurou as lágrimas a custo. Louis virou as costas e desceu as escadas, e ali permaneceu velando por Lorenzo. Ele tinha certeza que Christine pretendia invadir o Éden em breve, e isso o incomodava muito. Ele era, na verdade, um desertor, apesar de ter sido mandado pelo próprio Criador para a Terra, para que ele pudesse cuidar de Christine. A grande verdade era que ela é que vinha cuidando dele, mas...<br /> - Christine, eu não te disse pra ir dormir?<br /> - Eu não consigo.<br /> - Tenta de novo.<br /> - <span style="font-weight: bold;">Eu não consigo</span>!<br /> Christine sentou-se ao lado de Louis, à frente do corpo de Lorenzo. Ela mirou o corpo sem vida do amigo surante longo tempo. Louis olhava para ela.<br /> - A culpa não foi tua.<br /> - Não, claro que não. A culpa <span style="font-weight: bold;">é</span> minha. se eu tivese dito pra ele não vir, se tivesse inventado uma desculpa qualquer, se tivesse mandadoele de volta pra casa, qualquer coisa... Se ele nunca tivesse me conhecido!<br /> - Mas que besteira! Ele ficou aqui porque ele quis. O Lúcifer avisou. Ele foi envenenadi porque quis. Eu disse pra ele correr, mas o lorenzo se meteu na minha frente e acabou sendo envenenado.<br /> Sem conseguir se conter, Christine se atirou nos braços de louis, soluçando desesperadamente.<br /> - Quando? Quando as pessoas que eu mais amo vão parar de sofrer só porque me conhecem? porque Deus ouve o Michael? Porque aquele pirralho desgraçado não me mata, ao invés de matar tudo o que eu estimo?<br /> - Porque tu não daria tua vida de graça pros proprósitos cretinos do Michael, porque tu lutaria com ele (e venceria, tu sabe disso), porque as pessoas que te amam preferem morrer por ti a te perder!<br /> - Então eu quero que me odeiem.<br /> - Fica quieta! Nem parece a Christine que eu conheço.<br /> - Tu nunca me conheceu.<br /> - Tu que pensa.<br /> Christine abraçou Louis e ali ficaram, velando pela alma de Lorenzo, até o dia seguinte.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-47608927240500108812007-10-31T05:05:00.000-07:002007-10-31T08:55:32.236-07:00Capítulo XII - Ferimentos.Já no caramanchão, Christine demonstrou certa preocupação. Lúcifer e Catharine tinham ficado no Centro. Ela agora Tinha maior urgência de invadir o Éden. O desaparecimento da Rosa Eterna, fonte de vida do centro, chamava um único nome: Michael. Como ele fizera para entrar no Centro, ela não fazia idéia, mas ela tinha certeza de que aquilo era coisa do Michael.<br />A noite pesada caía sobre o casarão, e a luz do luar se refletia no lago da propriedade. Christine divisou a luz de um dos quartos, no sgeundo andar. Curiosamente, o seu quarto.<br />O instinto lhe avisou para não gritar, correr ou fazer qualquer coisa que pudesse chamar a atenção de alguém. Subiu as escadas silenciosamente, e foi até o próprio quarto - a porta estava escancarada. Christine fechou os olhos, concentrou-se e formou uma lâmina de luz vermelha, flutuando na ponta de seu dedo indicador.<br />Olhou para dentro. Roupas espalhadas, malas desfeitas, móveis derrubados e no meio tudo aquilo, um ser encapuzado revirava sua cama. Percebendo o movimento, a criatura virou-se, deixando cair o capuz que lhe cobria a cabeça. Christine identificou imediatamente os olhos brancos e longos cabelos prateados e lisos que se apresentavam diante dela.<br />- Diana! O que...?<br />Não houve tempo para que Christine completasse sua pergunta. Asas brancas irromperam de fendas nas costas do manto do anjo, e Diana voou em direção ao horizonte.<br />Christine ficou a observar sua antiga pupila sumir, até se dar conta de que ela ainda não encontrara Lou is ou Lorenzo. Algo lhe dizia que as coisas não estavam bem.<br />Ela caminhou até o quarto de Louis: vazio. Um vento frio entrava pela janela aberta. A casa estava em silêncio. Christine andou até o quarto de Lorenzo, agora. Inicialmente, pensou que o quarto estava vazio. Ao tentar ligar a luz, ela percebeu que o lustre estava em pedaços, que luziam com o brilho da lua que entrava pela enorme janela. Quando christine deu um passo a frente, mais sinais de luta se revelaram, como riscos profundos no mogno dos móveis, coisas quebradas e até mesmo móveis menores virados.<br />- Chris... Christine... - a voz fraca de Louis atingiu seus ouvidos - Ainda bem...<br />- Louis!<br />Christine adiantou-se, desesperada, para o garoto.v Louis estava gravemente ferido. Cortes sérios marcavam seus braços, e uma adaga jazia enterrada em sua coxa. Uma pequena poça de sangue estava diante dele. Louis estava lívido. Quando Christine fez menção de ajudá-lo, ele tentou imapedi-la (muito embora lhe faltasse forças para tanto), apontando para um canto mais obscuro do quarto. Lorenzo estava desmaiado, sem qualquer sinal de sangue ou ferimento. Mas, pelas veias saltadas das mãos do garoto, Christine adivinhou o que o afetava. Verificando que Lorenzo ainda vivia, Christine juntou as mãos com força e chamou por lùcifer. Em alguns segundos, ele apareceu, risonho e brincalhão:<br />- Não pode ficar sem mim, né? Admite!<br />- Cala a boca e me ajuda. - Foi a resposta ríspida e um tanto desesperada de Christine - Cuida do Louis, eu vou carregar o Lorenzo até o campo.<br />- Tu não quer trocar de tarefa, não?<br />- Não. Tu não conhece esse veneno.<br />Christine saiu do quarto com Lorenzo nas costas, sem dizer mais uma única palavra, envergada com o peso do corpo. Desceu as escadas o mais rápido que pôde, desesperada. Arrastou o garoto pelo campado até chegar embaixo de um grande cravalho. Ali cresciam flores fantásticas: suas pétalas não tinhham uma única cor, mas cinco. Azul, branco, rosa, amarelo e preto. cada uma daquelas pétalas era o antídoto para um veneno, com excessão da pétala negra. esta expelia o pior veneno de todos os mundos. O único antídoto existente era juntar uma pétala de cada cor daquela mesma flor que produzia o veneno. No entanto, quando uma pétala era retirada, todas as outras enegreciam; o mínimo necessário para fabricar um antídoto eram quatro flores. Christine tinha dez vezes isso, mas um décimo do tempo necessário para converter as flores em antídoto. Lorenzo abriu os olhos, e sua voz soou fraquíssima:<br />- Chris... Chris, eu preciso te dizer...<br />- Quieto, Lorenzo - o tom desesperado de Christine traía a calma em seu rosto - Abre a boca e engole isso...<br />- Eu vou morrer, não vou? Olha, eu preciso te falar...<br />- Fica quieto criatura! Tu tá fraco! - as lágrimas espelhavam os olhos amendoados de Christine - Tu não vai morrer! Eu não vou deixar!<br />- Chris... - uma lágrima brotou dos olhos cansados e sem brilho de lorenzo, a despeito de seu sorriso tranquilo - Eu... eu te amo...sempre... pra sempre...<br />Os olhos de Lorenzo fizaram-se em um únicpo ponto - o rosto de Christine - quando sua mão afrouxou um já precário aperto no braço da mesma, caindo no gramado de orvalho.<br />- Lorenzo! Lorenzo! <strong>NÃOOOO!</strong>Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-66527114204486708402007-10-01T10:00:00.000-07:002007-10-01T10:41:59.271-07:00Capítulo XI - RecepçãoCatharine e Lúcifer corriam de um lado para outro tentando achar alguém que neles acreditasse.Christine jazia na fronteira da cidade, guardada por um tigre branco em uma cama de rosas, longe das vistas do povo.<br />Cataharine ficara desacreditada depois de vários anos predizendo a volta de Christine, sem que esta jamais voltasse - até agora. Já Lúcifer jamais tivera crédito com ninguém naquele lugar, e as coisas pioraram quando Christine partiu.<br />Quando os dois encontraram-se no meio da pequena vila (que fechara suas portas e janelas), olharam-se desanimados. E tamanha não foi sua surpresa quando Fenrir (o tigre que deveria estar cuidando de Christine) apareceu por entre a névoa, andando calmamente. Alguns segundos depois, uma Christine de expressão cansada observava as casas do seu povo com um triste brilho nos olhos.<br />- Chris! Christine!<br />- Aqui! Nós estamos aqui!<br />Christine foi arrancada de seus devaneios pelos gritos dos dois e, andando até eles, deu-se conta de que a haviam deixado sozinha:<br />-<strong> Como é que vocês me deixam sozinha e desmaiada na fronteira da cidade? Só o Fenrir não conseguiria me defender de um ataque eventual de monstros! Lúcifer, eu aposto que isso foi coisa tua!...</strong><br />Janelas começaram a se abrir, com rostos curiosos e que não se enganavam - aquela era a voz da sua rainha. Christine, enfurecida com o absoluto desleixo tanto de Cataharine quanto de Lúcifer, nem notava a comoção geral.<br /><strong>- ... vocês não pensam nas conseqüências? Eu não teria me acordado a tempo pra defender meu povo!...</strong><br />- MESTRA!<br />Christine se surpreendeu com o chamado, mas a névoa e a raiva começavam a se dissipar e ela agora podia enxergar perfeitamente seu povo, seus súditos amados.<br />O cidadão tomou a mão de Christine, com os olhos lacrimejantes, e a beijou emocionado. Um círculo se formou à volta dela, e muitas pessoas choravam de alegria.<br />Depois de tanto tempo de abraços, cumprimentos e sorrisos, Lúcifer tocou temerosamente o ombro de Christine.<br />- Tem um motivo mais importante que as catorze tentativas de homicídio que quase me mataram na última semana pra eu ter te trazido pra cá.<br />- <strong>Catorze tentativas de homicídio? </strong>- Christine arregalou os olhos e levantou a voz - <strong>Como assim catorze tentativas de homicídio? </strong><br />- Isso não vem ao caso. Mas... a Rosa Eterna.<br />- Que tem a espada?<br />- Ela... desapareceu. - Lúcifer se encolheu enquanto Christine arregalava ainda mais os olhos.<br />- <strong>Como desapareceu?</strong><br />- Sumiu. Um belo dia eu cheguei lá e ela tinha sumido. É por isso que as coisas estão assim. Tudo esteve bem até que a Rosa Eterna sumiu. A Catharine manteve bem as coisas. Mas assim mesmo, a nossa fonte de vida e proteção desapareceu.<br />- Isso é grave. Agora não faz sentido eu ficar aqui, porque não tenho forças o bastante pra proteger essa terra. Mas ainda assim...<br />Christine começou a andar rapidamente em direção ao horizonte. Lá, no horizonte, um castelo de vidro e cristal apareceu. Haviam três enormes torres; uma à esquerda, uma no meio e outra à direita do enorme castelo. Encarapitadas em cima de cada torre estavam três quimeras. As três rugiram e um raio abriu uma porta antes inexistente no enorme castelo. Fenrir correu até alcançar Christine, e ela entrou junto de Catharine e Lúcifer.<br />O povo, do lado de fora, esperou respeitosamente que a porta se fechasse. Lá dentro, duas escadas guiavam a um mesmo ponto: um altar. O altar, que tinha quatro pilares a sua volta, estava vazio. As roseiras que cresciam presas aos pilares estavam secas e mortas. Christine se adiantou ao altar.<br />- Como...? Como isso pôde acontecer?<br />- Não sei, Christine. Mas eu não tenho mais descanso, estou exaurida.<br />- Só há uma coisa a fazer.<br />Christine desembainhou sua espada e a enterrou no centro do altar. Um brilho dourado emanou da espada e um enorme estrondo foi ouvido, junto a gritos estridentes de monstros. As roseiras renasceram e as quimeras rugiram uma vez mais. Christine desceu do altar e subiu uma escada lateral, escondida por uma porta enorme ao lado da entrada. Foi até a última janela da torre do meio e saiu na sacada. Um enorme escudo de proteção formara-se em torno do Centro.<br />- Meu povo! Peço que prestem atenção : Fenrir montará guarda no Altar da Vida durante todos os dias. Ninguém deve voltar a entrar aqui até que eu desça novamente, nem mesmo Lúcifer ou Catharine. As quimeras cuidarão da segurança externa. Qualquer um que violar estas regras porá em risco toda a população, além de ser imediatamente morto pelas quimeras. Vocês devem obedecer e escutar o Lúcifer! Ele é o meu representande enquanto me encontro impotente de lhes ajudar. Agora, partirei. Adeus!<br /> Um assobio longo e forte partiu dos lábios de Christine, chamando a quimera da torre do meio. Christine montou nela e sumiu nas nuvens escarlate do Centro. Voltou, finalmente, a Terra.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-16960477897640576332007-05-27T17:20:00.000-07:002007-05-27T18:02:39.380-07:00Capítulo X - Sentimentos.Louis encarava o teto furioso. Mesmo depois de mais de três horas, ele ainda não conseguira se acalmar. A imprudência e imbecilidade de Lúcifer tinha acabado de ultrapassar todos os limites, definitivamente. Levar Christine para o Centro naquele estado de fraqueza era o cúmulo do egoísmo. O sol já tinha se posto e o silêncio da noite pesava naquela mansão enorme, ainda mais com o pensamento de que Christine não apareceria a qualquer segundo comentando qualquer coisa ou reclamando que ele estava muito parado, muito quieto, e não falava com ela ou lhe dava atenção. Ele gostava dos verões em que passavam juntos naquele casarão - só os dois, ninguém mais. O pai de Christine vinha nos fins de semana, porque era um homem ocupado. Os dois sempre passavam um longo tempo cavalgando, conversando ou jogando uma coisa ou outra. De vez em quando Christine inventava de ir até o canto favortio dela, e eles ficavam horas e horas apenas sentados um ao lado do outro, admirando o lugar. Ele tinha convivido com ela por muito tempo naquela vida. Sentia falta dela sempre que não estavam juntos, e era torturante pensar que ela estava lá embaixo, apenas com o maldito Lúcifer, e mais ninguém. Aliás, essa era a única parte de estar sozinho que era razoável: ele poderia falar mal de Lúcifer o quanto quisesse, ninguém o ameaçaria de morte por isso. Louis não entendia muito bem porque ela defendia tanto aquele infeliz. E ela o olhava torto sempre que ele contava o que realmente a verdade, e dizia que ele não sabia da metade do que realmente acontecera, e virava as costas. A verdade é que ela não sabia metade do que acontecera, mas julgava saber. Ouvindo passos a escada, Louis levantou a cabeça; era apenas Lorenzo. Voltou a deitar a cabeça nos braços e encarar o teto, imaginando a melhor forma de matar Lúcifer.<br /><br />- Cadê a Christine?<br />- No Centro.<br />- Como assim, no Centro? Ela tava extremamente fraca!<br />- O iluminadinho agarrou ela pela cintura e desceram os dois.<br /><br />Lorenzo ficou observando a expressão de ódio incontido de Louis. Tentou se decidir entre o riso e o medo, mas não conseguiu, então resolveu simplesmente sentar-se. O silêncio pesava.<br /><br />- Louis...<br />- Sim?<br />- Posso te perguntar uma coisa que a Christine ainda não se dignou a me explicar?<br />- Só não te garanto resposta.<br />- Que seja. Por quê tu e o Lúcifer se odeiam tanto, se foram criados juntos e eram amigos de infância? O que afinal de contas aconteceu?<br />- Longa história. Mas boa pergunta. Nós nos odiamos por uma rixa, por assim dizer.<br />- Como assim, uma rixa?<br />- O que acontece é que o Lúcifer e eu, assim como tu, amamos a Christine. Ninguém pode amar duas pessoas ao mesmo tempo, nem a Christine, então nós tínhamos que lutar pra ver quem chegava primeiro, por assim dizer. Claro, no início a gente levava na esportiva, e defendemos a Chrisrtine da discriminação que ela sofria no Éden juntos. Nós choramos juntos quando descobrimos que nenhum de nós era o dono do coração dela, mas sim o grande anjo reluzente do fogo, o jovem e sábio professor do Éden, o cretino do Michael. Me envergonho até hoje da forma como descobrimos isso: resolvemos ler as anotações dela pra, afinal, descobrir se ela ao menos amava alguém. Nós éramos citados não raras vezes, mas ou como amigos ou como crianças. Ela se irritava com nossas brincadeiras não muito inocentes e nada controláveis, mas sempre falava den nós com carinho em suas anotações. Dava até a impressão de que éramos filhos dela. E isso era o pior. Não demorou muito pra encontrarmos alguma coisa sobre o Michael, o professor dos elementos. Ainda me lembro bem que no início ela o odiava, e discutira com ele muitase muitas vezes. Mas ao longo do tempo as coisas mudaram, por algum motivo que até mesmo ela desconhecia. Nós fuçamos bastante, e descobrimos alguns podres do Michael. Obviamente, resolvemos alertá-la a respeito do "Grande Anjo". Ela não nos deu ouvidos, é claro. Um pouco depois disso, a Christine descobriu que alguém mexera nas anotações dela, e eu fui apontado. Minha cabeça ficou a prêmio. Quando eu perguntei a ela como ela sabia, ela respondeu que uma pessoa tinha lhe contado, e eu deduzi que tinha sido o Lúcifer - ele era o único que sabia da nossa visitinha ao quarto da Christine. Engraçado que ele não tinha mencionado a si mesmo. No mesmo dia, ela brigou com ele por uma coisa qualquer que nós tínhamos aprontado na escola de anjos, trequinho de nada, nós só demos uma rápida olhada no laboratório. Haviam coisas macabras lá. Achei estranho ela não ter vindo brigar comigo. Descobri, mais tarde, que o próprio Lúcifer tinha enviado um bilhete se dedurando.<br />- Mas ainda assim, porque ele não te mencionou?<br />- Porque não interessava. Ele me chamou de traidor, na frente da Christine, dizendo que eu tinha dedurado ele. Tinha armado tudo aquilo só pra se fazer de coitadinho na frente dela. Claro, eu não fiquei quieto e falei que ele também era um traidor e estava presente no episódio das anotações da Christine, e que ele não poderia falar de mim. A Christine, furiosa, brigou com ambos, e ficou semanas sem falar conosco. A partir daquele dia, nós nos odiamos.<br />- Ainda não faz sentido. Por quê o Lúcifer também te odiaria se tu na verdade não fez nada pra ele?<br />- Porque eu sou uma pedra no caminho dele, entende? Ele pensa que a Christine amaria ele se eu não existisse.<br />- Ainda acho estranho.<br />- Não tem nada de estranho. Tudo aqui é perfeitamente compreensível.<br /><br />Louis, já um tanto irritado com tudo aquilo, foi para seu quarto e lá ficou. Lorenzo, pensativo, resolveu sair e tomar um ar fresco, pra clarear as idéias.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-32563264797691687252007-04-12T16:04:00.000-07:002007-04-21T18:06:30.573-07:00Capítulo IX - Retorno.Christine observou a paisagem desolada do lugar que um dia fora ainda mais belo que o próprio Éden. As árvores mortas e sem flores ou folhas, o céu eternamente cinza, o chão infértil de terra batida e o vento frio que soprava, ameaçando nevar. Soltou-se de Lúcifer e abriu asas negras, apressando-se a pousar, para não haver maiores complicações com a sua saúde, que naquele momento era precária. Nenhum Anjo Caído ou alma apontava no horizonte. As lágrimas assomaram-lhe a face e a dor invadiu seu peito; o lugar estava destruído. Christine tentou, em vão, imaginar como estariam as construções do lugar. Se não estivessem em ruínas, certamente já não existiriam mais. Ela fez todo o esforço que pode para que nenhuma lágrima caísse de seu rosto. Lúcifer pousou ao seu lado e baixou a cabeça - ela sabia que ele não podia fazer nada, mas ele com certeza sentia-se culpado pelo estado do Centro. Repentinamente, despontou no horizonte a figura de uma criança. O coração de Christine bateu mais forte: ela sabia bem que criança era aquela. Ela vinha correndo desesperadamente. Enquanto ela se aproximava, chamados começavam a ficar claros. Christine não aguentou - saiu correndo em direção a criança, o máximo que podia. Estando mais próxima, ela podia ouvir a menininha gritando seu nome. Quando as duas se encontraram, o silêncio voltou a reinar e Christine ajoelhou-se para abraçar a pequena. Lúcifer vinha voando atrás.<br /><br />- Chris... Chris!! Tu voltou! Que saudade! Já tinha gente dizendo que tu tinha nos abandonado pra sempre... Que tu nunca mais voltaria... Que todo mundo ia voltar a pagar pelos pecados que não cometeu... - a garotinha começou a chorar - Eu fiquei tão preocupada! Ninguém quis acreditar em mim! Ninguém acreditou que tu voltaria!<br />- Isso não importa mais. Eu estou aqui e voltei pra que todos vocês possam voltar a viver com calma.<br />- Nós tivemos até mesmo algumas invasões. - Lúcifer relatou com um tom sério, e acrescentou, indignado: - O povo tá enfurecido comigo. Não interessa quantas vezes eu tente explicar que não posso fazer nada contra isso.<br />- Eu também tentei explicar que o Lú não podia fazer nada, mas ninguém nunca me ouve... Dizem que eu sou muito criança...<br />- Eles são todos muito cabeças-duras, Catharine. Eu mesma nunca consegui convencer a todos de que o Lúcifer não pode fazer nada quanto a situação deles; tudo o que ele pode fazer é manter esse lugar aqui separado da Punição.<br /><br />A menina de nome Catharine voltou a abraçar Christine. Ficaram dessa forma durante um longo tempo, sob o olhar cuidadoso e aliviado de Lúcifer, até que repentinamente Catharine se levantou e puxou a mão de Christine, levando-a em direção ao horizonte. Christine não sabia exatamente onde estava indo, pois o lugar estava irreconhecível, mas podia ter uma idéia. Ela começou a correr junto com a menina, com o coração doído e ansioso. Esqueceu que não poderia ficar ali por muito tempo; ainda tinha uma vida na Terra, e uma batalha para lutar lá em cima. Apenas correu na direção que Catharine apontava, desesperada para descobrir o que lhe aguardava além do horizonte. Devagar, ergueram-se algumas casas na paisagem, e bem ao fundo, um enorme castelo negro de pedra. Daquela distância era impossível dizer se estariam ou não em ruínas. Tudo que ela podia ver à sua volta era desolação, contrariando as memórias que ela tinha guardado em sua mente.<br />Christine ainda podia lembrar perfeitamente como o Centro costumava ser: um lugar lindo, mais lindo e agradável que o próprio paraíso. O sol e a chuva se alternavam e, ao meio-dia, gotas de chuva douradas pela luz de um sol radiante costumavam cair. A lua mostrava-se esplendorosa em suas quatro fases, e o céu era sempre repleto de estrelas. O chão era de grama verde, e rosas de todas as cores espalhavam-se nos campos. Árvores cresciam livremente; enormes carvalhos, cerejeiras, jacarandás, palmeiras. Árvores que davam as mais variadas frutas, em sua maioria desconhecidas até mesmo pelo próprio Éden. Arbustos nasciam e neles brotavam as mais belas e cheirosas flores, perfumando o lugar da forma mais perfeita. Nas pequenas vilas e cidadezinhas, as casinhas de pedra eram rodeadas por enormes janelas e com roseiras que cresciam nas paredes, e suas rosas vermelhas que davam proteção ao povo. Tudo isso para compensar a injustiça que tinha sido cometida com alguns. Muitos deles não queriam voar ao Éden por causa das maravilhas que Christine tinha proporcionado à todos eles e aos seus Anjos Caídos. Um castelo de pedra branca erguia-se bem no meio de todo o Centro: ali era a morada de Christine, Lúcifer, Catharine e mais alguns anjos de confiança de Christine. O Centro era protegido da Punição (parte do inferno para onde iam as almas pecadoras) por unicórnios alados, brancos como a luz em sua origem. Tudo lá fora mais belo e pacífico que o próprio Éden, mas agora o Centro estava destruído, porque Christine não pudera ficar ali.<br />Catharine puxou o braço de Christine, retirando-a de seus devaneios e lembranças acerca do lugar que ela tanto amava. Antes de a imagem da principal cidade do Centro formar-se perante seus olhos, Christine caiu no chão, completamente exaurida pela longa corrida.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-7954899129435397032007-04-04T17:01:00.000-07:002007-04-06T15:58:42.722-07:00Capítulo VIII - Dúvida.Christine acordou atordoada no sofá da sala, ainda um pouco tonta, sem conseguir se lembrar com clareza de tudo que acontecera. Quando sua visão finalmente se tornou nítida, ela divisou as expressões preocupadas de Lorenzo e Louis.<br /><br />- Tudo bem, Christine?<br />- Mais ou menos. Parece que usei força demais. Não consigo me lembrar de muita coisa.<br />- Danos permanentes na memória? - Louis realmente parecia preocupado. Mas também um tanto aliviado.<br />- Não. Devo começar a me lembrar de tudo em pouco tempo.<br /><br />Lorenzo saiu da sala sem dizer palavra e sem um motivo aparente. Louis, aproveitando a oportunidade, olhou seriamente para Christine.<br /><br />- Tenho duas coisas a tratar contigo.<br />- E por quê não pode tratar na frente do Lorenzo?<br />- Porque é melhor assim.<br />- Hum. - Christine ficou durante um longo tempo analisando a face de Louis, concentrada, procurando quaisquer vestígios de uma possível brincadeira em sua expressão. Não achando nenhum, assentiu com a cabeça. - O que seria?<br />- O primeiro é sobre o Lorenzo. Tu não teve a oportunidade de observar, porque tu estava virada de costas pra ele durante todo o tempo, mas eu não tirei os olhos dele durante a visitinha do "Mika". - Os olhos de Louis brilharam de desprezo perante a pronúncia irônica do apelido.<br />- E...?<br />- O Lorenzo me pareceu um pouco estranho. Ele estava bastante amedrontado sim, mas quando o Michael foi atacado, o Lorenzo pareceu sair de si. Os olhos dele saíram de foco e por alguns segundos eu pude ver o espectro de algo que me pareceram asas.<br />- Asas? Que espécie de asas?<br />- Não ficou bem claro, mas não eram asas de anjo ou de demônio, tampouco uma junção dos dois, isso eu posso te afirmar com toda a certeza.<br />- Isso é, com certeza, estranho. Pode ter sido uma simples ilusão tua...<br />- Talvez. Mas tu sabe tão bem ou até melhor que eu que eu não tenho o hábito de ter "ilusões".<br />- Investigaremos. Temos que relatar isso pro...<br /><br />Uma luz negra com o formato de uma rosa surgiu no meio da sala. Christine sorriu.<br /><br />- ...Lúcifer.<br />- Alguém me chamou? - Ele sorriu de uma forma divertidamente irônica. Aquele sorriso debochado inerente à sua personalidade.<br />- Sabe, Lúcifer, é impressionante a tua capacidade de ser inconveniente! - Louis não parecia exatamente contente com a chegada do "Grande Imperador".<br />- Por quê? Tu por um acaso ia declarar o teu amor infinito não correspondido pela Christine? - Apesar da expressão divertida de Lúcifer, Louis parecia a ponto de ebulição.<br />- Não que o que <span style="font-weight: bold;">tu</span> sinta por ela seja correspondido...<br /><br />Faíscas saíram da discussão, quando Christine levantou severamente e os interrompeu com um olhar cortante e assassino. Cambaleou logo depois, mas um tapa em cada um deixou bem claro que o primeiro que encostasse nela teria problemas. E o segundo também.<br /><br />- Mais uma discussão imbecil dessas acerca de mim ou que me envolva, e é bem provável que eu parta os dois ao meio, e vocês sabem que eu não estou usando metáforas. - Lúcifer e Louis baixaram a cabeça imediatamente, como cães acuados. - Lúcifer, o que tu viestes fazer aqui?<br />- Nossa, que recepção! - Lúcifer fez uma cara dramática. - Se não quiser que eu suba, tudo bem, eu não subo... - Ele foi virando as costas e saindo, mas desistiu depois de perceber que Christine não moveria um dedo para impedí-lo. - ... nem por <span style="font-weight: bold;">um</span> capricho, Chris?<br />- Não.<br />- Vossa Majestade é má. - Lúcifer se encolheu quando olhou nos olhos dela. Christine repetiu a pergunta, separando as sílabas.<br />- O que tu viestes fazer aqui?<br />- Te avisar que eu preciso <span style="font-weight: bold;">urgentemente</span> de ajuda.<br />- Pra quê? Onde?<br />- No Centro.<br />- Ué, não eras tu o "Grande Imperador"...?<br />- Até tu despertar, era!<br />- Vossa Majestade é um incompetente. Eu não posso descer, usei muita força e me sinto altamente fraca.<br />- Força em quê? - Lúcifer se expremeu em uma cara desconfiada.<br />- Longa história.<br />- Hum. Tu tem certeza de que não consegue?<br />- Não dá pra abrir o portal. Se eu abrir, caio morta do outro lado.<br />- Ah, não seja por isso.<br /><br />Antes de Louis ou até mesmo a própria Christine conseguirem esboçar qualquer reação, Lúcifer pegou a garota pela cintura, abriu o portal e, com ela, desceu até o Centro. Louis espumava de raiva quando o portal se fechou bem à sua frente.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-29279410955801067262007-03-18T09:30:00.000-07:002007-03-18T10:57:49.662-07:00Capítulo VII - Ameaça.Michael pareceu irritado. Christine sentia o ódio fervilhar enquanto olhava fixamente para o rosto do mais novo queridinho de Deus.<br /><br />- Cheguei à ela sozinho, <span style="font-style: italic;">querida.</span> - Michael pousou na frente de Christine, seus olhos amarelos cintilando ao sol. - Aliás, também posso chegar a conclusão de que o Louis não pretende lutar do lado dos anjos. Acho que o Senhor vai gostar de saber disso, e talvez mais um anjinho perca as asas...<br /><br />Christine começou a ferver de fúria. Seus olhos começaram a se avermelhar e ela apertou com força a empunhadura de sua espada. Michael desviou os olhos para Lorenzo, e começou a andar até ele. Lorenzo tremia.<br /><br />- Então, esse é o humano que se envolveu com a Guerra Sagrada... - Michael puxou a espada de lâmina vermelha da bainha, e encostou a ponta na garganta de Lorenzo. - É quase uma pena, não é, Christine?<br /><br />O tempo parou durante alguns segundos. Quando Michael fez menção de enterrar a espada na garganta de Lorenzo, Christine empunhou sua própria espada e, desviando a lâmina vermelha de seu alvo, pôs-se na frente de seu protegido, que estava branco como o papel.<br /><br />- Nunca, eu disse <span style="font-weight: bold;">nunca</span>, encoste <span style="font-weight: bold;">um dedo sequer</span> naqueles que eu amo e protejo!<br /><br />Christine explodiu em uma luz negra e branca, reaparencendo na sua forma meio anjo, meio demônio. Nuvens negras taparam o sol e um vento antes inexistente balançou violentamente as árvores. Os olhos vermelhos e a espada dourada de Christine brilhavam a cada relâmpago, demonstrando a fúria implacável do anjo mais poderoso que o céu já vira, e do demônio mais impiedoso já existente no inferno. O medo se refletiu claramente nos olhos de Michael, antes tão confiante. Uma rápida luz cortou em dois pedaços a imagem de Michael durante uma fração de segundo, queimando uma flor que estava aos pés do anjo. Christine olhava para Michael com ódio. Perplexo, Michael não conseguia se mover, podendo apenas arregalar os olhos em uma expressão de pavor quando Chrisrtine correu até ele com a espada em punho. Quando finalmente Michael conseguiu se mover, abriu suas asas e levantou vôo, esquivando-se por muito pouco.<br /><br />- Por hoje já chega. Eu só queria saber quem, afinal, era esse humano. Eu posso matá-lo tranquilamente no campo de batalha. É só mais um covarde.<br /><br />Michael saiu voando. Um raio atingiu uma de suas asas de raspão, fazendo-o perder altitude. Uma claridade surgiu por entre as nuvens e, com dificuldade, Michael conseguiu subir. Christine voltou a sua forma comum e, com ela, o clima. Louis se aproximou dela, com um expressão de seriedade no rosto.<br /><br />- Acho que é melhor nos apressarmos, porque... - Louis se interrompeu. Christine tinha permanecido parada olhando para o mesmo ponto desde que voltara ao normal. Repentinamente, ela principiou a cair, desmaiando. Louis a pegou antes que ela batesse no chão.<br /><br />- O que aconteceu com ela? - Lorenzo estava parando de tremer e começava a se dar conta de que algo não estava bem. - Ela tá bem?<br />- Não. Vamos, a gente vai ter que entrar. - Louis pegou Christine no colo e começou a se dirigir para aquele palacete épico. Lorenzo correu atrás, preocupado e desnorteado.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-81664873880747972632007-02-25T14:26:00.000-08:002007-03-05T14:32:12.387-08:00Capítulo VI - Início.- Péssimo.<br /><br />Christine desceu do cavalo com uma expressão desanimada. Os alvos estavam praticamente intactos. Não foi muito difícil para Christine imaginar as cabeças de Louis e Lorenzo sendo cortadas pelas espadas dos anjos. Um arrepio passou pela sua espinha e ela sacudiu a cabeça. Louis reclamava de alguma coisa.<br /><br />-... eu não sou assim tão ruim, veja bem, mas esses arcos são simplesmente péssimos! A madeira...<br />- É de primeira classe de iniciantes, se tu não consegue atirar com um arco desses, não coseguirás atirar com arco nenhum! Louis, pára de reclamar como se tu fosse uma criança! Tu sempre foi ruim em batalhas em geral, sempre perdeu pro Lúcifer e pra mim porque tu não é capaz de manejar uma arma! E muito embora na primeira fase das batalhas eu não pretenda te envolver diretamente na briga, é de primordial necessidade que tu saiba pelo menos manejar uma espada, e tu não consegue nem sequer segurar uma sem cair pra um lado.<br /><br />Louis olhou para Christine um tanto chateado. Ele sabia que sempre fora ruim em batalhas, mas ela não precisava ser tão cruel... Se qualquer outra pessoa tivesse dito à ele metade do que ela tinha acabado de falar, ele provavelmente teria cortado todo o tipo de relações com a criatura, mas ele simplesmente não conseguia ficar irritado com Christine, muito embora a recíproca não fosse verdadeira. Isso era bem claro nos olhos dela naquele exato instante.<br /><br />- Olha, Christine... - Lorenzo interrompeu os pensamentos de Louis de uma forma um tanto tímida - Eu sei perfeitamente que tu tá tentando nos treinar, que se importa conosco e não quer que a gente morra na primeira batalha, mas...<br />- Mas?<br />- Arcos são coisas pré-históricas! Tu tem praticamente um arsenal no teu porão, por quê então não ensina a gente a atirar? Balas são bem mais rápidas que flechas e bem mais mortais, também!<br />- Acredite-me, balas não matam anjos. Eu nunca entendi a lógica disso, mas não, balas não matam anjos. Eu até poderia ensinar vocês a atirar, mas seria inútil. Existe uma espécie de feitiço em cada flecha que se usa, que é a única coisa que mata um anjo. Espadas também. Há uma escrita em cada espada destinada a matar anjos, e ela é feita especificamente pra isso. Não mata nada além de anjos, e se não for esse tipo de espada, não mata anjos.<br />- Então tu quer dizer que existe um tipo específico de flechas e espadas que matam anjos?<br />- Não. De espadas sim, de flechas não. Mas uma flecha só mata um anjo se trespassar todo o corpo dele, o que, diga-se de passagem, não é difícil. O corpo de um anjo é extremamente frágil e se machuca com enorme facilidade. Uma bala não mata um anjo porque não trespassa o corpo dele. Uma espada sem feitiço não mata um anjo porque ela não pode ficar no corpo do anjo até a decomposição do corpo dele, coisa que leva cerca de meia hora. Uma flecha é a única coisa que mata um anjo sem feitiço.<br />- Entendo. Então eu vou ter que aprender a manejar isso aqui de qualquer jeito?<br />- Isso aí <span style="font-weight: bold;">e</span> uma espada. Ou isso ou provavelmente não vais durar meia hora de batalha real, provavelmente.<br />- Não deve ser tão difícil assim apreder a manejar uma espada... Meu avô tem uma esgrima e eu até que me dou bem com ela, é uma espada leve e fácil de ser usada...<br />- O problema é que não são exatamente espadas de esgrima que tu vai ter que aprender a manejar. É uma dessas.<br /><br />Christine desembainhou a própria espada. Ela adorava aquela espada, em especial por causa da circunstância em que a tinha ganho. Era uma espada enorme, de ouro, com seu nome gravado nela. A empunhadura era de um azul metálico, com um lírio em ouro branco nela. Christine ficou a admirar sua espada durante um longo tempo. Depois, girou-a no ar e voltou a pegá-la pela empunhadura. Lorenzo fez cara de impressinado. Louis parecia profundamente desanimado enquanto olhava para aquela espada. Ela entendia perfeitamente os seus motivos.<br /><br />- Oras, ela parece bem leve, pelo jeito que tu girou... - Lorenzo pegou a espada da mão dela delicadamente. Caiu para a direita por causa do peso e Louis precisou pegá-lo antes que ele desse de cara no chão. - Como... como tu consegue segurar isso?<br />- É a <span style="font-weight: bold;">minha</span> espada. Foi feita <span style="font-weight: bold;">pra mim,</span> não pra ti. Ninguém além de mim jamais conseguiria manejar essa espada. A bem da verdade, existe mais uma pessoa que seria capaz de manejar essa espada, porque a minha espada simplesmente decidiu que vai com a cara dele. O problema é que ele não sabe manejar espadas. - Christine olhou para Louis. Ele baixou a cabeça um tanto envergonhado.<br />- Eu não consigo... não sou bom nessas coisas, tu sabe bem disso.<br /><br />Christine ia retrucar e fazer uma piadinha, mas poupou palavras sobre isso. Passou a frente de Louis e Lorenzo e fitou o céu incisivamente, com uma expressão de absoluta fúria. Louis mudou também sua expressão, e da vermelhidão da vergonha passou a seriedade absoluta. Lorenzo fez cara de quem nada entendia e olhava de um para outro, sem fazer idéia do que acontecia ali. De repente, um ponto minúsculo no sol brilhante finalmente despontou. Christine sabia perfeitamente o que era aquele ponto. Lorenzo continuava a olhar de Louis para Christine sem entender coisa alguma, e ela imaginou que ele deveria estar se sentindo um imbecil. O ponto começou a tomar forma rapidamente. Vinha na direção deles, e ficava cada vez mais nítida a imagem de um anjo. Um anjo de asas grandes e brancas, com uma bainha vermelha segurando uma espada de empunhadura laranja. O gosto dele sobre combinação de cores sempre tinha sido um tanto duvidoso. Mais um ponto negativo sobre ele. Como ela pudera...?<br /><br />- Ora, vejam só, Christine! E Louis! E o meu alvo... É só impressão minha ou ele é teu protegido, Christine?<br />- Grande conclusão, Michael. Chegou a ela sozinho ou precisou de ajuda?Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-47481306542836954122007-02-15T15:50:00.000-08:002007-02-17T16:14:20.241-08:00Capítulo V - Passado.Christine abaixou a cabeça com um tom pesaroso e um silêncio inquietante desceu sobre as cabeças de todos os presentes. Louis e Lúcifer pareceram querer dizer alguma coisa. Lorenzo, curioso, interrompeu o silêncio:<br /><br />- O que afinal de contas saiu do casulo?<br />- Eu te corrigiria e diria quem, mas na época foi uma coisa mesmo. - Louis e Lúcifer olharam Christine com uma expressão que Lorenzo confundiu com pena - As almas humanas e os anjos não sabiam muito bem o que pensar, mas se podessem dizer alguma coisa, eles diriam: aberração. Não foi o que disseram os dois anjinhos queridos do Éden. Os olhos dos dois se iluminaram tanto quanto o casulo que acabara de abrir, os dois correram até a "coisa" e gritaram, felizes, que ela era a luz. Deus olhou para aquele anjo tão diferente e sorriu. O anjo tinha todo o aspecto de uma menininha: cabelos longos e negros, cacheados, olhos verdes em fendas e calmos, a pele nem muito branca nem muito escura, o corpo de uma menina de seus oito anos de idade, que era, em termos terrestres, a idade que se daria aos anjinhos. Lúcifer e Louis abraçaram-se na rescém nascida e sorriram mais radiantes do que nunca. Mas as almas humanas e os outros anjos (que tinham todos o aspecto de homens) ainda achavam que ela era algo como uma aberração, um demônio. Isso era perfeitamente visível no olhar deles. Todos tremeram de medo quando a anjinha (porque ela também tinha asas brancas e a marca do lírio) levantou as duas mãos, achando que ela podesse fazer mal às suas crias queridas, mas tudo que ela fez foi colocar as duas mãos sobre as cabeças dos dois, em um gesto de proteção. Deus sorriu e pegou as duas mãos da pequena, dando-lhe o nome de Christine. E apesar da surpresa de todos, ela também foi morar na Torre. Dessa forma os três começaram a crescer, coisa que não acontecera até agora. E Christine também acabou por conquistar a confiança dos homens e dos anjos. E quando o coração de todos tinha se aberto para as anjas, outras mulheres começaram a nascer como anjos. Lúcifer era dos três o mais belo e brincalhão; Louis era a personalização da seriedade; Christine era a inteligência e o sentimento materno, e foi assim que cuidou dos dois amigos, apesar de os dois serem mais velhos que ela. Quando algum dos dois tinha medo, ou se feria, ou se entristecia, vinham logo até ela, que sempre os abraçou e os envolveu com suas asas brancas, tão brancas como a própria pureza.<br />- A Christine foi a luz das nossas vidas, - e embora o Lúcifer, por ser o primogênito, fosse o favorito do Senhor, ela sempre foi mais forte que nós dois juntos. E era meio mãe, meio irmã, meio amiga. Não vá pensar, por causa disso, que ela não aprontava das dela também, ou não aprontava com a gente. Nosso maior passatempo era sentar nas nuvens e olhar os humanos, andando lá em baixo, fazendo as suas coisinhas; todos nós tínhamos uma ternura muito grande por tudo aqui em baixo. Nosso maior sonho era, quando fôssemos já maiores, "adultos", como se diz aqui na Terra, sair viajando pela Terra e ajudando os humanos a realizar seus maiores sonhos e fazer suas maiores descobertas.<br />- E vocês agora tão realizando esse sonho?<br />- Não. - Lúcifer tomou lugar na narração e se tornou mais do que sério - Nosso sonho foi impedido por dois fatores: Deus e os humanos. Mais Deus do que os humanos, diga-se de passagem.<br />- Como assim?<br />- Houve uma briga. Na nossa época de "adolescentes", os homens começaram a matar em nome de Deus e nós, os três anjos que mais amavam os humanos lá no Éden, nos revoltamos com isso. O primeiro a perceber a gravidade da situação fui eu. Eu discuti com Deus, e o Michael, que era um puxa-saco de primeira mão, me hostilizou e lutou comigo. Deus, que não estava em um dos seus melhores dias, resolveu ajudar o Michael quando ele tava prestes a perder pra mim, e eu fui atirado ao Centro.<br />- Depois, foi a minha vez. - Christine levantou a cabeça pela primeira vez desde que Lúcifer começara a falar. - Eu sabia que o Lúcifer tinha razão quanto aos humanos e quanto a inércia de Deus, então eu resolvi falar com ele, mas com calma. Eu não sou muito de perder a calma, então achei que eu talvez podesse convencer o Todo Poderoso a (pelo menos) deixar o Louis e eu descer e ajudar as pessoas. Eu não falei nada sobre o Lúcifer, porque o Senhor, em um ataque de fúria, tirou dele as asas e a marca do lírio, (coisas que não podem ser revertidas e que pra anjos normais são mortais) e o mandou direto pro Centro. Eu comecei a me irritar com o que Deus dizia, mas ao invés de ele fazer comigo o mesmo que fez com o Lúcifer, ele simplesmente me expulsou da Torre. Eu fugi do Éden e fui pra Terra, contra todas as regras e todas as ordens. O Lúcifer soube disso e subiu, me levou pro Centro e me mostrou que tinha criado asas próprias, semelhantes às asas de um animal que os humanos chamavam de morcegos. O Lúcifer também me contou que algumas almas iam pro Centro injustamente, mas essas poderiam ser recuperadas caso um anjo ouvisse todos os seus pecados e o abençoasse. Óbviamente, eu servia a esse propósito, então por isso não desisti de ser um anjo. Ao longo do tempo outros anjos se rebelaram e tiveram as asas e a marca confiscados pra sempre. Então esses anjos vinham até o Centro, e ganhavam novas asas e uma marca nova: a rosa.<br />- Mas por quê a rosa é o símbolo do inferno?<br />- Porque foi uma flor que o Lúcifer criou. Ele estava brincando, um belo dia, no Éden, e resolveu fazer uma flor diferente, e criou a rosa vermelha, pra representar o amor e a ligação de sangue que dois amantes tem. As rosas foram criação do Lúcifer.<br />- Não foram uma simples criação minha. Foram presentes pra ti. - Louis pareceu bastante irritado com essa afirmação.<br />- Essa parte não vem ao caso.<br />- É por isso que as rosas são tuas flores favoritas?<br />- Não. Elas são minhas flores favoritas porque são o símbolo não somente do amor, mas porque são o símbolo do meu povo.<br />- Mas não é o Lúcifer que é o grande imperador?<br />- Forçosamente. - Lúcifer fez uma cara contrariada - Os anjos caídos não gostam de mim porque eu supostamente levei a Christine à queda, e as almas humanas não gostam de mim porque pensam que eu não ajudo elas por não querer. Foi a Christine que me declarou imperador do Centro, não eles.<br />- Eu não poderia cuidar de tudo lá dentro; eu só posso dar as bênçãos, e também fiz a promessa de guiar os anjos em uma possível guerra, mas não tenho capacidade de cuidar de brigas ou dar asas e marcas pra todos os anjos que desertam do Éden.<br />- Me sinto mais esclarecido. Mas eu ainda não entendo uma coisa...<br />- O quê? - Lúcifer parecia irritado por não poder se livrar de tudo aquilo de uma vez. Christine lhe fulminou com o olhar.<br />- Não entendo o porquê de o Louis e o Lúcifer não se darem bem, se eles eram amigos de infância.<br />- Essa também é uma longa história, que eu conto outro dia pra ti. Agora eu preciso que o Lúcifer volte pro Centro e avise meu povo que em breve eu vou descer e organizar todos e também preciso começar a treinar vocês dois. - Christine apontou pra Louis e Lorenzo. - Vocês precisam saber se defender, e eu quero o Louis como meu comandante no exército, então é bom que vocês se puxem muito, nós temos uma guerra pela frente.<br />- Olha, Christine, eu não acho que seja uma boa idéia... - Christine interrompeu Louis e se virou pra Lucifer:<br />- Lúcifer, te manda, já! As coisas aqui em cima eu posso resolver sozinha.<br />- Sim senhora.<br /><br />Lúcifer abriu um novo buraco negro, só que desta vez o buraco tinha a forma de uma cruz invertida. Christine riu disso.<br /><br />- Como tu é desaforado.<br />- Ah, qual é, Ele me expulsa de lá de cima sabendo que eu tenho razão e não espera que eu implique com ele de vez em quando? Haha, sonhou. Fui! - E sumiu na cruz.<br />- Treino. Primeiro com cavalos. Eu vou ficar com o Christopher, o Louis fica com o Marcel e o Lorenzo escolhe um dos cavalos do meu pai. Nenhum deles tem nome ainda, tu pode fazer isso por mim, Lorenzo.<br />- Ok.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-45907054899361117232007-02-15T12:23:00.001-08:002008-02-27T12:08:06.361-08:00Capítulo IV - Explicações.- Como assim não vou durar mais três meses?<br />- Olha, meu amigo, não faço nem idéia de quem tu é ou qual é teu nome, mas de uma coisa tu pode ter certeza: tu tá envolvido em uma guerra entre anjos e demônios, mais especificamente entre a elite do Centro e o Todo-Poderoso, na qual as armas mais usadas são as almas humanas. <span style="font-weight: bold;">Tu</span> é um humano, um mero e simples humano. Como tu pode sobreviver?<br />- Lúcifer, quer parar com isso? Ele está protegido por ti, - e Christine lhe lançou um olhar fulminante - pelo Louis e por mim. Ele pode sobreviver a essa guerra maluca e sem sentido.<br />- Sem sentido? - Louis levantou a voz - Christine, nós lutamos pelos nossos ideais! E não vem falar que a guerra é sem sentido, tu foi um das causadoras da guerra!<br />- Como tu pode dizer que <span style="font-weight: bold;">nós</span> lutamos pelos nossos ideais? Tu foi o único que...<br />- PÁRA! Eu não tô entendendo nada aqui...<br />- Hey, garoto, como tu te atreve a gritar comigo, o grande Lúcifer, e o pior, com Christine, que tá acima de mim?<br />- Lúcifer, não te mete. Levanta o dedo pra falar, só fala se prestar, e se eu te der permissão.<br />- Sim mamãe.<br />- E pára com essas piadinhas imbecis. Isso é sério.<br />- Sim mam... Desculpe. Desculpe! Não me mata! - Lúcifer se encolheu, Lorenzo riu.<br />- Tudo bem. É uma longa história. Tudo começa bem no início da criação...<br /><br />Christine contou sobre o início dos tempos para Lorenzo, que estava boquiaberto. Quando ela finalmente chegou ao fim de toda a criação, Lorenzo olhou para ela, ainda um tanto confuso:<br /><br />- Mas a criação do inferno não deveria ter resolvido todo o problema de as almas más incomodarem?<br />- Resolveu.<br />- Então porque da guerra?<br />- Calma. Eu avisei que a história era longa.<br />- Então continue por favor.<br />- O Lúcifer conhece essa parte da história melhor que eu. Por favor, Lúcifer.<br />- Tudo bem. Algum tempo depois de ter criado os anjos, Deus achou que esses precisavam de instrução, e começou a ensinar-lhes (até como passatempo) as coisas sobre a Terra, os humanos, o próprio Éden e sobre o inferno, que naquela época, por só ter almas que vagavam sem muita consciência da própria existência, era só inferno mesmo. Ganhou o apelido de Centro pelos estudantes, ou seja, os anjos. Ah, uma coisa: os anjos nascem de coisas parecidas com casulos com a forma de lírios, que ficam pendurados na Árvore da Vida. As almas humanas também se criam na árvore da vida, pra só mais tarde descerem e nascerem, aqui na Terra. O casulo das almas humanas tem a forma da Terra. Uma curiosidade pra todos os anjos que estudavam era também o maior mistério dessa árvore: os três primeiros casulos de anjo que foram criados, depois de oito anos terrestres, ainda não tinham se aberto. Oito anos terrestres é algo em torno de dezesseis anos celestes. Falando em termos terrestres, no oitavo dia do oitavo mês do oitavo ano de criação dos anjos, o primeiro casulo brilhou (como acontece com os casulos que vão abrir) e de lá de dentro saiu um anjinho muito pequeno, menor que o normal até, mas muito, muito bonitinho. A única palavra pra descrever aquele anjinho era <span style="font-weight: bold;">perfeito</span>. Todos os anjos se encantaram com ele, mas mais se encantou o próprio Deus. Era um anjinho de cabelos bem pretos, meio arrepiados, os olhos azuis como o céu visto da Terra, em fenda, com um corpinho muito bonitinho e uma carinha simplesmente linda. E Deus deu um nome pra esse pequeno: Lúcifer - nascido da luz. Lúcifer passou a morar na Torre: a moradia de Deus. Era um menininho esperto e muito querido por todos os anjos e todas as almas humanas que migravam pro Éden depois da morte. No ano nove, o segundo casulo brilhou e abriu. Dali nasceu um anjinho também muito bonitinho, com o cabelo também bem preto mas arrumadinho, os olhos também azuis, com o físico mais fortinho que o de Lúcifer, e com uma expressão já bem séria. Lúcifer imediatamente achou que aquele anjinho era por certo muito parecido com ele, e que os dois poderiam ser bons amigos. Deus também simpatizou com esse, e lhe deu o nome de Louis, e também o levou pra morar na Torre.<br />- Lúcifer, posso continuar um pouquinho?<br />- Por favor, Louis. Já tô com a garganta seca.<br />- Eu vou continuar na mesma linha de narrativa do Lúcifer, pra não te confundir, Lorenzo. Agora, só faltava um último casulo, que todos esperavam com uma ansiedade muito grande. Ao longo do tempo, Lúcifer foi se tornando um menino bem humorado mas que aprontava bastante, e o Louis virou uma espécie de "freio" pra ele. Era estranho o fato de que os dois não cresciam muito, porque os anjos cresciam bem rápido em termos de tempo terrestre. Quando era perguntado pra qualquer dos dois se eles não queriam crescer logo, eles sempre respondiam que faltava a luz. Todos ficavam muito intrigados com isso, inclusive o próprio Deus. Mas eles nunca explicaram nada sobre isso. Um dia antes de completar o décimo dia, do décimo mês, do décimo ano da criação dos anjos (ou seja, da colocação dos primeiros casulos na Árvore da Vida), Louis e Lúcifer se recusaram a dormir na Torre e passaram não somente o dia, como a noite inteira debaixo da Árvore da Vida. Quando o décimo ano se completou, o último casulo restante brilhou mais que qualquer outro que já tivesse brilhado. Quando aquele brilho todo finalmente se dissipou...<br />- Com licença, disso eu me lembro muito bem. Posso?<br />- Claro, Christine.<br />- Quando a luz finalmente se dissipou, a decepção ficou marcada no rosto de todos os anjos. Todos eles ficaram chocados com o que saiu daquele casulo. Não era nomal. Não ali.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-77309895958628103692007-02-14T06:20:00.000-08:002007-02-15T07:16:53.500-08:00Capítulo III - Descobertas.Christine ficou olhando fixamente para Lorenzo durante um longo tempo, pasma pela sua própria falta de cuidados. Louis parecia ainda mais assustado por não ter visto Lorenzo por ali antes. Essa descoberta não era um bom sinal ou uma boa notícia, pois Lorenzo, que era nada senão um simples humano, poderia acabar se envolvendo em coisas muito maiores do que a simples descoberta de que uma de suas colegas tinha asas e era um anjo. O que estava por vir era uma guerra e todos aqueles que tivessem conhecimento de qualquer coisa ligada à esta guerra sem dúvida alguma estaria envolvido. O problema ali era que Lorenzo era um mero humano e estaria metido com todo o tipo de demônios e anjos.<br /><br />- Como tu nunca me contou? Eu sempre achei... Eu sempre achei que tu fosse um anjo! Tinha vezes que eu até via uma nuance das tuas asas... Quando tu tava muito feliz ou muito triste, eu podia ver aquelas asas brancas abertas... Eu sempre comentei isso com as pessoas e todo mundo sempre disse que eu te louvava demais.<br />- Se não era possível pra todos verem então... - Christine arregalou os olhos repentinamente - Lorenzo, tu tem uma espécie de marca no corpo? Mais especificamente em algum dos teus ombros?<br />- Não... Não tenho marca nenhuma! Mas... por quê dessa pergunta logo agora?<br />- Nada. Esquece. Por favor, esquece o que tu viu. Su tu ouviu alguma coisa, esquece também. Vai ser melhor pra ti, melhor pra mim, melhor pra todos. Simplesmente esquece.<br />- Eu não posso simplesmente esquec...<br /><br />Louis levantou-se repentinamente com uma expressão que oscilava entre o ódio e a surpresa, olhando diretamente para Lorenzo.<br /><br />- O que foi que eu te fiz, Louis? Pra ti me olhar com essa cara?<br /><br />Christine entendeu em cerca de segundos que não era para Lorenzo que ele olhava com aquela fúria toda. Suas memórias recentemente recobradas permitiam perfeitamente que ela se lembrasse o que era aquele fenômeno que estava acontecendo bem às costas de Lorenzo. uma espécie de buraco negro se abria no chão, suas pontas vermelhas lembravam o sangue e o desenho de uma rosa vermelha se formou no centro daquele buraco, fazendo um barulho de sucção. Lorenzo virou para trás assustado e não acreditava no que via. Christine balançou a cabeça, com aquela sua expressão de "ele não tem jeito". Ela não se referia nem a Lorenzo nem a Louis, mas sim ao garoto que surgia daquele buraco negro. Ele era lindo, sem dúvida alguma: cabelos negros e curtos (des)arrumados da mesma forma que o cabelo de Lorenzo, olhos azuis em fenda, o corpo bem moldado e sua expressão de deboche que lhe dava um ar no mínimo interessante. Ela o reconheceu imediatamente.<br /><br />- Por quê raios, Lúcifer, tu não podia esperar até que o Lorenzo saísse daqui? Agora ele tá definitivamente envolvido na nossa guerra, que afinal, é <span style="font-weight: bold;">nossa</span>, não dos humanos.<br />- Ah, Chris... Tu não mudou nada! Ele já estava envolvido de qualquer jeito. Não tinha mais como proteger esse menino. E essa guerra é sim dos humanos, tu sabe bem disso.<br />- Se o Éden joga sujo, nós não precisamos disso.<br />- Talvez não precisássemos, mas a tua bondade com as almas que eu guardei por eras acabou com o nosso estoque.<br />- Como se tu podesse me enganar com esse argumento. Eu sei que milhares e milhares de almas descem pro Centro todos os dias. E descem muito mais do que sobem. Além do que, eu também sei que não somente os melhores, mas uma grande quantidade de anjos tem se rebelado e mudado de lado. Lúcifer, eu sei o que acontece, eu recebi toda a minha memória e acredite, eu não vou te deixar danificar a Terra, não vou te deixar fazer o mesmo jogo sujo que o Éden.<br />- Tudo bem! A senhorita voltou a ter controle (e mais do que eu) sobre o Centro, afinal, tu já sabes como fazer pra descer e continuas sendo a queridinha dos Anjos Caídos. A não ser que os boatos que tu desertou da Rosa sejam verdade...<br />- Eu jamais desertaria da Rosa. Meu povo me ama e precisa de mim tanto quanto precisava no início dos tempos, Lúcifer, e eu amo meu povo tanto ou mais do que amava nos primórdios da criação.<br />- Ótimo, era isso que eu queria saber. - era bem previsível que aquela encenação de roubar almas humanas fosse conversa fiada, Lúcifer não era assim. - Louis! Meu amigo querido!<br />- Eu não sou teu amigo, Lúcifer, e tu sabes disso!<br />- Eu achei que depois de todo esse tempo tu tivesse esquecido, como eu, mas parece que não...<br />- Tu? Esquecer que perdeu? Humpf. Me faz rir! - Louis estava positivamente irritado. Lúcifer começou a se irritar com aquilo também.<br />- Que sair no duelo? A gente ainda pode resolver isso no mano-a-mano!<br /><br />Em resposta, Louis abriu enormes asas brancas e imaculadas, e uma luz branca emanou de seu corpo. Lúcifer, por sua vez, abriu asas negras, tão grandes quanto as de Louis, e encarou o seu oponente com fúria e desdém nos olhos.<br /><br />- <span style="font-weight: bold;">Já chega!</span><br /><br />Christine explodiu com aquela briga e abriu suas asas: metade demônio, metade anjo. Uma luz meio negra meio branca emanou dela e seus olhos verdes se tornaram vermelhos como o sangue. Seus cabelos negros, cacheados, flutuavam com um vento forte e repentino, antes inexistente. Louis e Lúcifer se assustaram e recolheram as asas, mas continuaram a olhar um para o outro com profundo ódio. Lorenzo se encolheu a um canto, assustado com tudo aquilo. Christine se acalmou e voltou ao normal.<br /><br />- Se eu vir vocês dois brigando de novo, eu juro que dou um jeito de o Louis perder as asas e faço as almas do Centro se virarem contra ti, Lúcifer!<br />- Não que elas precisem muito pra isso...<br />- <span style="font-weight: bold;">Chega</span>, eu disse! - Lúcifer demonstrou um brilho de medo nos olhos e se encolheu um pouco - Não quero saber disso de novo. Nós estamos do mesmo lado, embora o Louis seja um anjo, e não um Anjo Caído, e não faça nem idéia de que aparência tem o Centro.<br />- Chrsitine, eu não vou suportar lutar do lado desse...<br />- Louis, <span style="font-weight: bold;">JÁ CHEGA</span>!<br />- Desculpe. - Louis falou baixando não somente a cabeça como a voz, para um sussurro.<br /><br />Christine se deu conta do que estava acontecendo. E se virou rapidamente para Lorenzo, encolhido a um canto da sua pequena Casa das Rosas. Este se encolheu mais ainda, com um medo nunca antes visto nos olhos.<br /><br />- Olha, a gente te deve explicações. Muitas explicações. Tu já ficou envolvido demais nessa guerra pra ficar com essa cara de medo, encolhido a um canto sem entender nada do que acontece. Vem.<br />- Tu...<br />- É, eu também sou um demônio, não é à toa que eu tenho a marca da rosa, que é a marca do Anjos Caídos, os protetores do Centro.<br />- E o que raios é esse tal de Centro?<br />- É o popular inferno.<br />- Eu... Não entendo... Mais nada...<br />- Mais do que nunca, eu te entendo. Senta aqui e a gente te explica.<br />- Não, péra aí, eu sou o grande imperador do Centro, quem te disse que eu tenho tempo pra explicar pra um garoto que a vida dele não deve durar mais que três meses porque ele tá metido numa guerra entre o céu e o inferno?<br />- Eu disse.<br />- Tudo bem. Tô sentando.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-24017077307581953222007-02-12T18:36:00.000-08:002007-02-13T08:52:03.075-08:00Capítulo II - Memórias.- Uau!! Cara, como foi que fizeram isso aqui?<br />- Na verdade foi bem simples. Fui eu que projetei, meu pai mandou construir.<br /><br />Lorenzo estava boquiaberto. Christine sorriu, tanto por dentro quanto por fora. Ela tinha desenhado aquele lugar e pedido para que o seu pai o criasse naquele canto ali. Seu pai, além de ter ficado muito impressionado com o gosto peculiar de uma criança de 10 anos, sobre a mistura de pedra branca com rosas vermelhas ao ar livre, tinha gostado muito da idéia. Christine normalmente ficava por ali ouvindo música, lendo, escrevendo ou até mesmo cantando. As amigas até achavam o lugar bonito, mas tinham preferência pela sala com a lareira, ou o campo, em dias quentes. A única pessoa que gostava dali tanto quanto ela era...<br /><br />- Uhh, que raridade, Christine aqui com mais alguém.<br />- Louis! - Christine correu aos braços do garoto, estava morrendo de saudades dele. Ele a abraçou e a girou no ar. - Ah, qual é, a gente passou uma boa parte do verão passado aqui.<br />- Mas eu sou eu, sim?<br />- Convencido.<br />- E aí, Lorenzo? Tudo bem?<br />- É... Tudo bem sim...<br />- Enfim, agora temos um problema.<br />- E qual é ele?<br />- Eu não tenho três cavalos.<br />- Mas teu pai tem mais três, no total dá cinco, e ele nunca te nega nada.<br />- É, é verdade.<br />- Olha, Christine, eu...<br />- ... preciso falar contigo. - Os dois se surpreenderam. Fazia algum tempo que não falavam juntos. - Pois é, é um assunto bem sério.<br />- Olha, eu ainda não arrumei minhas malas, eu vou lá.<br />- Ok.<br /><br />Christine ficou assistindo Lorenzo se afastar com a expressão já decepcionada. Resolveu esperar até que ele sumisse na casa, ter certeza de que ele realmente tinha ido arrumar suas malas, pois o que ela tinha a tratar com Louis era muito sério. Um pouco depois de Lorenzo finalmente sumir na porta distante da casa, certa de que não havia como ele ouvir a conversa, Christine olhou para o ambiente que ela havia criado aos dez anos. Era um "carramanchão" - nome que ela detestava -, lugar com quatro colunas de mármore branco, com roseiras que cresciam por estas colunas e se fechavam formando uma espécie de teto. Ali só haviam rosas vermelhas. Abaixo das rosas, um piso também de mármore, mas mármore creme, e balanços/bancos de madeira pintada de branco. Ela gostava muito dali. Sentou-se em um dos dos balanços e fez sinal para que Louis sentasse à sua frente. Ele obedeceu ao sinal e ficaram a fitar-se durante um longo tempo.<br /><br />- O que eu tenho pra falar contigo é realmente muito sério. É sobre memórias.<br />- Memórias nossas?<br />- De certa forma.<br />- Explique-se.<br />- Eu não sei se aconteceu o mesmo contigo, mas dadas as circunstâncias, eu imagino que tenha acontecido. A questão é que eu tive sonhos, como se fossem memórias repentinas, acompanhadas de uma compreensão sobre duas marcas que eu tenho no meu corpo. Eu sonhei com a minha, ou melhor, a nossa vida passada.<br />- Sim, eu te entendo, Christine, também tive sonhos do gênero, que explicaram algumas coisas sobre mim.<br />- Tu já chegou a sonhar sobre as marcas?<br />- Não. Nem sei do que tu tá falando.<br />- Então, eu vou te explicar. Tenho certeza que enquanto eu for te explicando tu vai te lembrar. Eu nunca te falei sobre isso, Louis, mas eu tenho duas marcas no corpo, que são particularmente estranhas: uma, no ombro direito, se parece imensamente com um lírio; a outra, no ombro esquerdo, se parece muito com uma rosa.<br />- Que estranho. Eu tenho um lírio. No ombro direito, também. Isso tem alguma ligação?<br />- É claro que tem. Eu me intriguei durante muitos anos com essas marcas, mas meus sonhos tem me explicado elas. Aliás, as tuas memórias, pelo que eu vejo, não estão completas. Mas tu sabe de bastante coisa, sem dúvida. As tuas asas estão bem nítidas pra mim. Enfim. Nas tuas memórias, tu provavelmente te lembra que o céu e o inferno foram criados pelos homens, que precisavam separar as almas humanas boas e as ruins. Deus costumava viver entre os homens e no início do mundo tudo era muito calmo, mas Deus jamais foi assim tão onipotente - os homens assim passaram a crer quando o céu foi criado, tornando-o dessa forma onipotente. Então, quando a população começou a se esparsar demais, o Senhor começou, muito a contragosto, a perder o controle sobre os homens, que começaram a seguir caminhos diferentes e "tortos", por assim dizer. Os homens morriam, mas como não existia céu nem inferno por falta de necessidade dos mesmos, ficavam a vagar pela Terra e observar os vivos. O problema é que os mortos que não tinham um bom caráter passaram a incomodar e causar problemas sérios no dia-a-dia dos vivos, plantando palavras de discórdia em seus ouvidos e suas bocas. Por causa disso, foi criado o inferno. Depois, Deus sentiu que precisava ver as coisas mais... de cima. Então o Éden tornou-se realidade e Deus onipotente, por vontade dos homens.<br />- Tá, tá ok, tudo isso eu já sei. Onde começa a parte das marcas?<br />- Se tu não tivesse me interrompido eu estaria chegando lá agorinha mesmo. Deus sentiu-se sozinho no Éden, porque o tempo lá passava muito mais devagar que na Terra, pra que Deus podesse, afinal de contas, observar tudo com calma. Além do que, seria muito cansativo vigiar a Terra sozinho. Então foram criados os anjos, que nasciam todos com asas e a primeira flor que Deus criara na Terra marcada no seu ombro direito: o Lírio. Isso era feito pra diferenciar os anjos dos humanos, pois estes eram iguais, excetuando-se as asas e as marcas.<br />- Mas as asas não seriam o bastante pra diferenciar um anjo de um humano?<br />- Não. Os anjos não passavam o tempo todo com as asas abertas, porque apesar de serem órgãos espirituais, exigia algo de esforço mantê-las abertas, e asas ocupavam espaço também. Então, as marcas eram sim necessárias pra diferenciação.<br />- Tu... também era um anjo, não era?<br />- Sim. - Christine abriu as asas brancas, cegantemente brancas, mas manchadas de sangue em alguns pontos.<br />- Mas e a tua marca de rosa?<br />- Ela vem do...<br />- Eu sempre soube! Sim, eu sempre soube que tu era um anjo, Christine! Agora eu vi! Eu pude ver! - Christine, assustada com a chegada repentina de Lorenzo, fechou rapidamente as asas. Seu segredo tinha sido descoberto.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-61143319170732393952007-02-12T17:18:00.000-08:002007-02-13T08:43:34.290-08:00Capítulo I - Vida nova.Ela tinha chegado, finalmente. O ano anterior tinha deixado muitas lembranças boas, mas esse sem dúvidas seria muito, mas muito melhor.<br /><br />- Essa que é a casa, Christine?<br />- Sim, é essa mesma, Lorenzo.<br /><br />Lorenzo. Ele realmente era um garoto bonito, três anos mais velho que Christine, alto, loiro com o cabelo propositalmente bagunçado, sempre com aquele ar de diversão. Era simpático, esperto e inteligente. Ela sentia muito por ele, gostava muito dele e sabia que ele tinha grandes expectativas para aquele verão, mas ele provavavelmente teria uma grande decepção. Ela finalmente, depois de 17 anos, tinha conseguido se lembrar de todo o seu passado, e as conseqüencias tinham sido que ela havia ganho todo o seu antigo poder com isso. Ela ainda não sabia se gostava da idéia de Lorenzo envolvido com tudo aquilo, mas ela já o havia convidado quando se lembrara de sua outra vida.<br /><br />- É realmente muito bonita! E ainda maior que a outra! Achei que aquela fosse a casa onde a gente ia ficar, mas era a do caseiro... Mas era uma casa de dois andares, gigante... Vocês...<br />- Não, não a gente não é tão rico quanto tu tá pensando. - Christine riu da expressão dele, mas riu daquele seu jeito gracioso. Não tinha deboche no seu riso. - A maior parte de tudo isso é herança mesmo, mas a gente vive bem, sim.<br />- Pombas, como é que tu pode estudar naquela escola de pé rapado? E ainda por cima ser tão... - Lorenzo a olhou de cima a baixo. - ... simples?<br />- O ensino é muito bom, se quiser saber. Eu gosto das pessoas de lá e não me dou muito bem com esses riquinhos que cercam a minha casa, são todos falsos. Eu realmente não gosto daquilo tudo. Pra mim é tudo fachada, da parte deles, sabe? E eu não sou tão simples assim.<br />- E modesta. Às vezes eu olho pra ti e penso ver asas de anjo...<br />- Sé... Sério?<br />- Pode até parecer loucura, mas é verdade. Ei, não precisa fazer essa cara tão surpresa. Eu não tô te cantando. É sério!<br /><br />Christine se surpreendeu muito com o que ele tinha dito. Ela nunca tinha achado que seu passado era tão visível assim. É claro, ela agora sabia porque causava tanta admiração e inveja nas pessoas e porque afinal de contas era tão acima da média (podia até parecer pouca modéstia, mas era algo que saltava aos olhos), mas ela não achava que sua principal marca - as asas - fosse visível aos olhos de um humano comum. Ou talvez... era muito estranho o fato de que Lorenzo fosse o único a ter sobrevivido a uma tragédia... Não, não, não deveria ser. Apenas eram possíveis oito anjos na Terra simultaneamente e com certeza ele não era um dos milhares de demônios espalhados por aí. Aliás, ela se perguntava como o Éden pretendia ganhar aquela gue...<br /><br />- Christine? Tudo bem?<br />- Hã? Ah, claro, claro.<br />- Tu tava com uma expressão tão séria... Tão... Sei lá...<br />- Eu tava só pensando.<br /><br />Lorenzo sentou-se em um dos três troncos espalhados pelo enorme campo florido do sítio e ficou a observar. Christine sentou-se ao seu lado.<br /><br />- É um lugar bonito... Bem como tu me disse...<br />- Sim, é lindo... E fica ainda mais lindo quando a gente anda de cavalo aqui. Eu posso te emprestar mais tarde um dos meus dois cavalos, o Christopher ou o Marcel.<br />- Qual o melhor?<br />- Não sei. Quando faço os dois correrem, sempre dá empate.<br />- Qual a grande diferença então?<br />- O Christopher é negro como a cegueira e o Marcel é branco como as nuvens.<br />- Suponho que teu favorito seja o Christopher?<br />- Como tu pode saber?<br />- Pelo nome. Christine, Christopher. Parece uma dupla perfeita.<br />- E é. Ele é lindo e um grande corredor. Não que o Marcel não o seja, mas o Christopher corre de um jeito mais gracioso... Mais macio. Não sei te explicar.<br />- Nem precisa. Cara, esse lugar é realmente lindo!<br />- É mesmo.<br /><br />Christine parou para observar o lugar, pela milésima vez na vida. Ela nunca cansava de se olhar pra aquela paisagem. Um campo limpo, vasto e florido, com o pomar de maçãs - sua fruta favorita -, laranjas, goiabas, ameixas, amoras e muitas outras frutas ao fundo, acompanhados de um pequeno lago, que brilhava em seu verde esmeralda espelhado pelo sol. Mas, apesar de toda aquela beleza, aquele não era seu lugar favorito.<br /><br />- Olha, vamo largar as malas lá dentro, depois eu vou te mostrar meu lugar favorito, é o canto ao ar livre mais lindo daqui.<br />- Tem um lugar mais bonito que esse campo? Meu deus. Deve ser realmente o próprio paraíso.<br />- É melhor.<br /><br /><br />***<br /><br /><br />Louis chegou no seu sítio. Estava com saudades. Mas esse verão as coisas seriam diferentes. Muito diferentes. A primeira coisa depois de se organizar era falar com Christine e descobrir se ela também recuperara a memória.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-28810061105624852802007-02-10T18:45:00.000-08:002007-02-10T20:42:38.617-08:00É o fim!Enfim, acabei isso! Já tava na hora de eu parar de enrolar e pôr um fim nesse experimento de uma vez, mas acho que afinal de contas eu consegui uma história razoável e capaz de prender mais ou menos alguém. Agradeço aqui o <a href="http://meinside1.blogspot.com/">Uriel</a>, principalmente, que foi quem mais me ajudou, ele escreveu três dos posts que tão por aí e foi o único que realmente teve paciência pra acompanhar ^^<br /><br />Agora, meus queridos, começará uma nova saga: Anjos, demônios e humanos envolvidos na maior guerra já vista; preparem-se para muitas doses de lutas, traições, amores proibidos e desobediência herética! Vem aí meu próximo projeto:<br /><br /><br /><br /><div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirA2LZlrJFYOoHoHEoTUnzKZbcQjCVNU3mSdBjL8F-bx6TMFughSdt_qPeF0j7PT31G5_dG9c1e-eQaWPmw38yZHq_pnxoRAzGLNinlTHCLBKJk6-pLR5HuyqGVmq6Pnwya5_9sg/s1600-h/BOR-009.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirA2LZlrJFYOoHoHEoTUnzKZbcQjCVNU3mSdBjL8F-bx6TMFughSdt_qPeF0j7PT31G5_dG9c1e-eQaWPmw38yZHq_pnxoRAzGLNinlTHCLBKJk6-pLR5HuyqGVmq6Pnwya5_9sg/s320/BOR-009.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5030132380579176946" border="0" /></a><span style="font-style: italic;">Rosas & Lírios: O Inferno e o Céu entraram em guerra. As armas? Almas humanas. </span><br /></div>Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-50571458597719213212007-02-07T14:31:00.000-08:002007-02-10T18:32:11.052-08:00Capítulo Último.<span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Mãe, a mana já chegou? Não? Ah... Erm... Valeu...</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Puta merda...</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Que houve?</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Olha.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- PUTA MERDA!</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Cara, a gente tem que voltar!</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- O que houve?</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- É, o que aconteceu?</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Nada demais. A gente tem que voltar.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Ok, a gente vai junto.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- Não!</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Não... Não é uma boa idéia.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Mas eu QUERO ir até lá e saber o que houve com a minha irmã.</span><br />- <span style="color: rgb(51, 204, 255);">Eu preciso saber o que houve com a minha amiga.</span><br />-<span style="color: rgb(102, 0, 0);"> Olha, acreditem, é melhor que vocês fiquem aqui.</span><br />- <span style="color: rgb(51, 204, 255);">Hunf...</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Ok, obrigado por serem tão compreensivas.</span> - Will deu um beijo na testa da Mari. Alex já tava quase na esquina. Desesperado. - <span style="color: rgb(102, 0, 0);">PORRA MEU! ESPERA, CARALHO!</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Não dá!</span><br />- <span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">To... Tomem cuidado!</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Ok!</span><br /><br />Eu sabia que tinha alguma coisa errada ali. Aliás, eu tinha mais do que certeza de que tinha alguma coisa acontecendo com a Angé e não sabia o quê. Aliás, pela expressão do Will eles também não sabiam o que tinha acontecido com ela. Mari estava em uma das suas poucas crises verdadeiras. Por ser um pouco superficial, as poucas crises que ela normalmente tinha eram por causa de um fora ou coisa assim. Mas em geral, a Mariana era uma garota muito equilibrada e racional, e só perdia pra irmã, que muito raramente perdia a cabeça. Mas a coisa mudava quando acontecia alguma coisa séria com Angélique e Mariana não tinha como fazer nada. As duas eram muito ligadas, e normalmente quem mais precisava da irmã era Mariana, por causa da sua pendência peculiar a se meter no que não devia, fosse pela sua leviandade e inocência, fosse pelo bom coração, o que levava Mariana a acreditar que estaria pra sempre sozinha se qualquer coisa de realmente séria acontecesse a irmã. E ela agora estava em um estado deplorável, sentada, com as mãos segurando a cabeça, mas sem derramar uma lágrima que fosse. Mari nunca chorava. Mas ela parecia "fora do ar", sem poder pensar ou agir ou qualquer coisa que identifcasse que ela era humana e vivia; estava completamente parada. O que, no caso das gêmeas, significava o cúmulo do desespero e da infelicidade, misturados. Eu só tinha visto a Angélique assim, e uma vez, quando ela achou ter perdido o Alex pra sempre. Mas, como ela mesma costumava dizer, "o pra sempre sempre acaba". E o fato de uma das garotas mais equilibradas que o mundo já viu entrar em desespero era pra mim a anunciação do apocalipse.<br /><br />***<br /><br />William e Alex corriam enlouquecidos até o esconderijo de Cristiano, preocupados. Ou Angélique estava em reais apuros ou ela jamais pediria ajuda, isso era certo.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 153);">- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">O que será que aconteceu?</span></span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Vou saber? Vamo logo!</span><br /><br />Quando os dois chegaram na porta do esconderijo, havia uma garota gritando no porão, e dois garotos se preparaam para descer e provavelmente silenciá-la; Alex reconheceu a voz, era Lúcia, uma garota há muito excluída dentro da escola e que odiava de todo o coração Angélique. Ele ficou imaginando porque ela teria sido presa no porão, soubera que ela e Crsitiano tinham se aliado.<br /><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Vamo entrar logo.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Calma cara. Vamo esperar os dois entrarem no porão, vai ser mais fácil pra nós, assim não vamos ter obstáculos.</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Mas eles podem machucar quem estiver lá dentro.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">A nossa priori é a Angé. Fica frio aí, ela com certeza tá em apuros muito mais sérios que os dois ali embaixo.</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Ó, desceram. Vamo!</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Vamo!</span><br /><br />Eles entraram apressados na casa, que caía aos pedaços; mas sempre sem fazer barulho, pra não chamar a atenção dos dois trogloditas abaixo deles, qualquer movimento muito brusco era arriscado. Tentaram achar Angélique na sala, e não conseguiram. Se espantaram muito quando foram até o corredor e acharam uma das portas, a que ligava a um quarto que tinha apenas alguns colchonetes, semi aberta. Will fez sinal de silêncio, passou na frente e pediu que Alex esperasse. Ele estava muito ansioso e preocupado com a namorada. Alex segurou a manga de Will:<br /><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Eu quero entrar na frente.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Não é uma boa idéia. Faz o seguinte: tu acha que dá conta daqueles dois lá embaixo?</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Talvez. É só nocautear um silenciosamente e o outro é fácil.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Ok. Desce e ajuda aqueles dois.</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Mas eu quero saber o que esse filho da p...</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Fala baixo, porra.</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Desculpe. Eu quero saber o que aquele infeliz pretende fazer com a minha namorada, aproveitar e quebrar a cara daquele infeliz de uma vez.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Tu tá muito ansioso e pode fazer alguma cagada. Vai até lá embaixo e ajuda a guria e o Guilherme.</span><br />- <span style="color: rgb(0, 0, 153);">Hunf... Ok...</span><br /><br />Alex saiu, contrariado, e Will parou e abriu a porta com vagar e cuidado; Angélique estava desmaiada em cima de um dos colchonetes, e Cristiano olhando pra ela e afrouxando a camiseta; William não demorou muito pra perceber o que estava acontecendo ali. Felizmente, Cristiano estava de costas pra porta. Angélique estava amarrada a duas argolas na parede. Will ficou imaginando o que eles não fariam naquele quarto. Filhos da puta. Foi se aproximando do seu maior desafeto escolar com cautela; não poderia ser percebido. Quando chegou perto, desferiu um soco forte no topo da cabeça de Cristiano - este cambaleou um pouco, mas não caiu. Região errada. Merda.<br /><br />- Como...? Seu desgraçado! - Cristiano partiu pra cima de William, furioso<br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Bastard! Como você ousa tentar fazer isso com uma amiga minha?!</span> - deu um soco forte na cara do Cristiano, depois de desviar de outro. Seguido de um chute forte, foi o bastante para levar o garoto a nocaute. - <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Playboyzinho fraco de merda. Nem pra uma luta interessante ele serve.</span><br /><br />Decidiu desamarrar Angélique primeiro. Alex devia estar se virando bem, ele fazia aulas de luta desde pequeno, não era burro.<br /><br />***<br /><br />Eu pensei muito antes de fazer o que fiz, mas eu fiz. E ainda bem que fiz, diga-se de passagem. Algo como dois minutos depois que os garotos saíram correndo, eu me levantei, peguei a mão da Mari e obriguei ela a correr comigo, coisa que ela odiava fazer. E corri, o mais rápido que podia, pra o esconderijo do meu "querido" ex. Deixei a Mari na entrada, um pouco receosa, sim, mas com certeza seria muito mais seguro do que dentro da casa. Eu acho que nunca raciocinei tão bem na minha vida. Fui avançando com calma e vi um dos garotos do Cristiano, o Vinícius, indo na direção de um dos quartos. Não demorei muito pra adivinhar o que Cristiano queria fazer com Angé e rezei pra que os garotos tivessem chegado a tempo. Fui atrás dele devagar e silenciosamente. Will estava no quarto, abaixado, do lado da Angé, desmaiada, desamarrando as cordas que prendiam ela à parede. Vinícius era burro, mas não era tanto e tinha preferido conservar o elemento surpresa.<br /><br />- <span style="color: rgb(51, 204, 255);">WILL! CUIDADO! ATRÁS DE TI!</span><br /><br />Naquela hora o Vinícius olhou pra trás, surpreso, junto com o Will, mas esse foi mais rápido. Deu um soco forte bem no topo da cabeça do Vinícius, que caiu instantaneamente, fazendo o estrondo de um armário. O Will fez cara de assustado.<br /><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Cadê o Alex?</span><br />- <span style="color: rgb(51, 204, 255);">Não sei. Não vi. Achei que ele tivesse entrado aqui contigo e talvez tivesse saído pra chamar a polícia, ou algo assim.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Merda!</span><br /><br />Will saiu correndo e eu terminei de desamarrar a Angé. Ele entrou no porão, eu ouvi uma pancada e um berro do Will de raiva. Corri pra lá.<br /><br />- <span style="color: rgb(51, 204, 255);">O que houve?</span> - Eu tinha terminado de meter a cabeça pra dentro do porão. - <span style="color: rgb(51, 204, 255);">Meu deus...!</span><br /><br />Tapei o nariz. Aquele lugar cheirava a podre como eu nunca tinha visto. Lúcia, uma garota bem impopular do nosso colégio, jazia estirada e desmaida, um pouco agredida, em um dos cantos. Aos pés do Will, um dos capangas do Cristiano jazia no chão depois de um golpe violento sabe-se lá aonde. Ele estava bem arranhado nos braços, o que me sugeria que eles tinham trazido a Lúcia ali pra baixo a pouco tempo. E em outro canto, com feridas em carne viva, acabado, com um prato de frutas podres do lado, estava o Gui, desmaiado, em um estado realmente deplorável - palavra que eu tinha aprendido recentemente com a Angé -. Corri pra ele, o abracei e o ninei, chorando.<br /><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Olha, Aninha, é melhor a gente sair daqui. Eu acho que dou conta do Alex, a Angé já deve estar acordando, provavelmente ela já vai acordar berrando e querendo assassinar o Cristiano, então ela carrega o Guilherme, e a Lúcia...</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0); font-weight: bold;">Eu posso ir andando.</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Melhor pra nós. Então, Aninha, vou te pedir o favor de ajuda a Angélique a carregar o...</span><br />- <span style="color: rgb(102, 51, 102);">CADÊ AQUELE FILHO DE UMA PUTA?!</span><br />- <span style="color: rgb(102, 0, 0);">Enfim, talvez não precise. Vam'bora.</span><br /><br /><br />***<br /><br /><span style="font-size:180%;"><span style="font-style: italic; font-family: webdings;">The End.</span></span>Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1167340974118876432006-12-28T12:25:00.000-08:002006-12-28T13:22:54.630-08:00Capítulo Décimo Primeiro<span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Putz.</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 153);">- Foi por pouco.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Muito pouco.</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 153);">- Eu fico imaginando o que eles fariam com a gente se nos vissem lá dentro.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Cara, cadê a Anne?</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 153);">- Não sei. Tava atrás de mim. AH! Ela parou um pouco pra arrumar o tapete e ninguém ficar sabendo que a gente esteve lá. Olha lá, as gurias tão vindo.</span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">- Cadê a Anne?</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 153);">- Não sabemos. Achamos que ficou pra trás.</span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">- Deve ter ido pra casa por outro caminho, pra nos assustar, no mínimo. Bem coisa dela. Ela vai dar risada da gente quando a gente chegar lá.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Não tenho essa certeza toda...</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, Mari, esquenta a cabeça não.</span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">- É, vambora.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Pera, escuta.</span><br /><span style="color: rgb(51, 102, 255);">- Vamo, pô!</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Tá, tá.</span><br /><br />***<br /><br /><span style="color: rgb(51, 153, 153);">- Cris, eu acho que tem alguém aqui. Eu sinto.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">[</span><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 51, 153);">Se eles me descobrirem, o Guilherme tá acabado... Preciso dar um jeito de sair daqui sem ser vista!</span><span style="color: rgb(153, 51, 153);">]</span><br />- Tá ficando sensitivo demais. Deixa de ser viado. Se tiver alguém aqui, é um daqueles mendigos que dormem nesse lugar.<br /><span style="color: rgb(51, 153, 153);">- Alguém pode ter descoberto...</span><br />- Quem descobriria? Deixa de ser imbecil, mesmo que alguém tenha vindo procurar, jamais acharia o porão, ninguém que viesse procurar jamais desconfiaria...<br /><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 51, 153);">[<span style="font-weight: bold;">Eu</span> desconfiei, idiota.]</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);">- Acho que não, né?</span><br />- É claro que não, Lúcia. Ninguém jamais teria cabeça o bastante pra isso.<br /><span style="color: rgb(51, 153, 153);">- A Angelique teria.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);">- É claro que não teria! Ela não é tão maravilhosa como vocês pensam! Ela não é um gênio, ela não é uma deusa, é claro que ela jamais descobriria!</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153); font-style: italic;">[Credo, eu sabia que tinham pessoas no mundo que não gostavam de mim, mas essa garota me detesta. Que foi que eu fiz pra ela?]</span><br />- Mas ela é quase, Lúcia. Não te atreve a falar dela assim na minha frente.<br /><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 51, 153);">[Só o que me faltava, um merda desses me defendendo.]</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);">- Tá, Cristiano, tá.</span><br /><span style="color: rgb(51, 153, 153);">- Olha só, eu realmente tô ficando desconfiado.</span><br />- Tá Vinícius, vasculha logo a porra da casa pra ver se acha alguém e para de torrar o saco.<br /><span style="color: rgb(51, 153, 153);">- Brigado.</span><br /><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 51, 153);">[Meu deus, o cara não pode nem vasculhar a casa sem a permissão desse merda. Que gentinha! De qualquer forma, preciso sair daqui. E rápido.]</span><br /><br />Cristiano senta em um sofá completamente detonado e fica observando. Lúcia senta-se ao seu lado e começa a cantar.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153); font-style: italic;">[Credo, ela canta muito mal. E eu reclamava da Aninha...]</span><br /><br />- Porra, Lúcia, fica de boca fechada.<br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);">- Não pensa que tu manda em mim...</span> - Lúcia leva um tapa na cara.<br />- Cala a boca, porra. Vinícius! Caralho, VINÍCIUS!<br />- <span style="color: rgb(51, 153, 153);">Eu!</span><br />- O merdinha ainda tá lá embaixo?<br />- <span style="color: rgb(51, 153, 153);">Tá sim. Porquê?</span><br />- Então vasculha essa casa com muito cuidado.<br />- <span style="color: rgb(255, 102, 102); font-weight: bold;">Ô, Cris, beleza?</span><br />- Felipe, ajuda o Vinícius a vasculhar isso aqui. Tem alguém nessa casa, e que sabe que o merdinha tá lá embaixo.<br /><span style="font-style: italic; color: rgb(153, 51, 153);">[Mas como ele...?]</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 102); font-weight: bold;">- Como tu sabe?</span><br />- O tapete tá fora do lugar.<br /><span style="color: rgb(153, 51, 153); font-style: italic;">[Merda!]</span><br />- <span style="color: rgb(51, 153, 153);">Olha o que eu achei...</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">ME SOLTA!</span><br />- Que coisa bonitinha. Aposto como a criancinha aquela foi chorar no teu ombro.<br />- <span style="color: rgb(51, 153, 153);">Olha, que lindinha, cadê aquele merda do teu namoradinho?</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Ele não tá aqui.</span><br />- Não?<br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Não. </span>- Angelique cospe na cara de Cristiano - <span style="color: rgb(153, 51, 153);">E mesmo que estivesse, eu não te diria que está, não é verdade?</span><br />- Escuta aqui, sua... - soco. - DESGRAÇADA!<br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Olha, fazia tempo que eu queria fazer isso. Mas eu nunca tive tantos motivos.</span><br />- Segura ela!<br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Covarde!</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Perae, perae. Eu ainda quero a minha vingança.</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Não, calminha! Garota, eu não faço em idéia de quem tu é, e pelo que eu ouvi, a tua vingança não por causa desse merda na minha frente. Dá pra explicar quem afinal de contas é tu? </span>- tapa na cara da Angelique. Tentando se soltar.<br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Ah, tu não lembra? Pois então. Sabe, há dois anos atrás, quando tu defendeu a Mariana de uma guria que queria matar ela?</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Lembro. Lembro! Aquela maníaca era tu! Acabo de me lembrar do teu rosto! Eu nunca soube teu nome, mas porra, tu tem sérios problemas mentais, garota.</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Tu não faz nem idéia do que ela me fez né?</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Sei. Sei sim. Quem não sabe é tu.</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Ela separou três amigas minhas de mim! Ameaçou as três, e elas se afastaram de mim!</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Escuta, tu não acha que tá brigando com a pessoa errada?</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Minha vingança dela eu já tive... Agora falta a humilhação que tu me fez passar!</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Olha, garota, eu tinha meus motivos pra defender a minha irmã, e te juro, se ela não tivesse razão, eu teria deixado ela apanhar.</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Ela é uma falsa! Depois de me afastar das minhas três melhores amigas, ela veio tentar ser minha amiguinha!</span><br />-<span style="color: rgb(153, 51, 153);"> Imbecil...</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Sim, vocês são duas imbecis!</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Mais tarde elas não voltaram a ser tuas amiguinhas?</span><br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Sim, mas...</span><br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Tu pensa que é porque tu argumentou. Tu pensa. É por um motivo muito simples que elas voltaram a falar contigo: teu namorado na época. Que por um acaso era o merda aí. Ora, elas sabiam que ele era um cretino. Mas elas também não eram exatamente um exemplo de garotas puras, então, elas sabiam que ele provavelmente te trairia, logo aparecesse a chance. Mas antes elas precisavam que ele soubesse que elas existiam. Tentaram todas as formas, mas o Cristiano nem olhou pra fuça delas. As únicas formas de ele olhar pra elas eram duas: sendo minhas ou tuas amigas. Elas não foram muito felizes comigo, eu saquei na hora a intenção, mas foi mais fácil contigo, uma guria que desde sempre tinha sido muito detestada no colégio. Definida por alguns como "escória escolar". Minha irmã e eu, tu deve te lembrar, tentamos nos aproximar de ti, mas tu sempre correu da gente. Fazer o quê, a gente desiste uma hora. Elas se aproximaram de ti por causa dele, e iam te abandonar assim que ele tivesse te traído com as duas. Simples assim. Por isso minha irmã afastou elas de ti. E por isso tu apanhou na frente do colégio inteiro, garota. Entendeu agora?</span><br />-<span style="color: rgb(255, 102, 0);"> Eu... Eu não... </span>- olhos cheios de lágrimas -<span style="color: rgb(255, 102, 0);"> Eu não sab...</span><br />- Chega, porra! Peguem essa aqui e taquem no porão também, daqui a pouco ela cai na real e começa a ajudar a Angelique.<br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">Tu sabia disso tudo?</span><br />- Claro que eu sabia. Mas eu tinha que ter alguém pra me ajudar a saber sobre quem a Ana Paula tava afim.<br />- <span style="color: rgb(255, 102, 0);">DESGRAÇADO!</span> - jogada no porão.<br />- Agora, Anjinha, a história contigo é outra.<br />- <span style="color: rgb(153, 51, 153);">Tira as mãos de cima de mim, sua bicha enrustida.</span> - cuspe.<br />- Ora, não faz isso. - tapa. raiva crescendo.<br />- A gente ainda tem aquelas algemas aí? E o remedinho pra dormir aquele? - sorriso. Dos mais diabólicos.<br /><span style="color: rgb(51, 153, 153);">- Claro, claro.</span><br /><br />Tempo pra mandar uma mensagem simples, com uma mão livre, pro Alex: SOS. Angelique perdeu a consciencia trinta segundos depois, enquanto se debatia.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1155240475962594522006-08-10T12:59:00.000-07:002006-12-27T08:28:40.256-08:00Capítulo Décimo.<span style="color: rgb(102, 51, 102);">- Meninas, acordem! Eles devem chegar daqui a quinze minutos, vocês tem que pôr a cabeça pra funcionar antes de eles chegarem.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Quinze minutos? Ai, não dava pra acordar a gente mais cedo?</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Mais cedo? Num dava pra chamar quando eles chegarem? Tô morrendo de sono...</span><br /><span style="color: rgb(102, 51, 102);">- Vamo, Ana Paula, tu quer ou não tirar o Guilherme dessa fria?</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Tá, tá, tô levantando.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Eae, mana, colocou a cabeça pra funcionar nos sonhos? Tem um plano pronto na cabeça já?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Quase....</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Eu tava brincando o.O</span><br /><span style="color: rgb(102, 51, 102);">- Mas eu não. A gente precisa agir o mais rápido possível.</span><br /><br />A Anne já tava vestida. Eu tava esfregando o olho, morrendo de sono, ainda tentando enfiar na cabeça que tudo o que tinha acontecido no dia anterior era real, que o desgraçado do Cristiano realmente tinha pego o Guilherme e feito de isca, quase tinha matado o garoto, que o que parecia que ia ser a noite perfeita tinha se transformado em um pesadelo. A Mari, terminando de se vestir, sorria pra mim e tentava me acordar de todas as formas, e eu sabia, pelos olhos dela, que ela estava preocupada não com o Guilherme, mas sim comigo. A Mari sempre me achou muito frágil e sempre achou que qualquer coisinha me traumatizaria. Com certa razão, até. Anne costumava dizer que se Mariana era avoada, eu era frágil até demais, e deveria me cuidar triplamente. Cara, coisa que as vezes me dava raiva era o fato de que a Anne podia falar da gente, ela era forte o bastante pra isso e sabia se cuidar. Isso me dava raiva de mim mesma, pombas, porque eu não tinha nascido assim? Ah, bem, que seja. Algum dia eu ia aprender. E a campainha tocou. E eu nem tava vestida ainda, bocejando, toda cansada. A Mari terminando de se vestir, a Anne vestida, arrumada, com a cabeça funcionando a mil e a tempos, pelo visto. Caramba, não dava pra entender como alguém era tão dinâmica tão cedo da manhã. A mãe das meninas atendeu, pediu que eles sentassem na sala, eu comecei a acordar e me dar conta do que estava acontecendo: o Gui corria risco de vida.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Mari, acorda logo a Ana Paula. Eu vou lá falar com eles.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Ok.</span><br /><br />Eu comecei a me vestir com pressa, eu finalmente tinha caído na real e descoberto que eu não sabia o que fazer. Estava quase caindo no choro de novo, mas eu olhava pras meninas, sempre de cabeça pra cima e olhando pra frente, confiantes de si mesmas e de mim e acabava não chorando. O mais rápido possível eu me arrumei, terminei de me vestir e fui pra sala.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- ...Agora, como exatamente a gente vai fazer isso? A gente não...</span> - Anne nos viu entrando na sala. Cara, ela tinha que ser política quando adulta. ELA ia dar certo. <span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Bom dia, Aninha.</span> - Voltou pros guris. Como é que alguém conseguia funcionar daquele jeito de manhã tão cedo, porra? <span style="color: rgb(153, 51, 153);">- A gente não tem vias pra fazer isso. A gente não sabe nada. E não tem como saber antes de conseguir falar com os cretinos antes... Mas aí vai ser tarde demais.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- A gente tem vias. Todos os dias eu passo por onde eles normalmente ficam, eles são burros o bastante pra manter o Guilherme lá.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Onde eles ficam? Não pode ser tão grande pra ser um cativeiro...</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- E é. Eu também já passei por lá.É uma casa velha, abandonada, caindo aos pedaços. Eles ficam lá, planejando a próxima praça a ser depredada ou ouvindo o cretino do Cristiano contar como ele quase matou de tristeza a última garota. De vez em quando o Cristiano leva algumas das vítimas dele com amiguinhas pra lá, e só deus sabe o que não fazem com as coitadas.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Mas seria muita burrice...</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- E tu acha que eles são grandes gênios?</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Tá, tudo bem...</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Que casa é essa?</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- Fica a três quadras da minha casa. Aquele casebre onde um homem matou a filha...</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Depois de estuprar ela? Sim, eu sei que casebre é esse. Bem a cara daqueles filhos da puta. Mas daria muito na cara, é muito fácil de alguém ouvir gritos de ajuda e muito mendigo passa a noite naquele casebre...</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Não custa nada tentar. Eu posso dar uma olhada se tu quiser.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- É muito arriscado. Eu vou junto.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Vamos os três, eu quero saber exatamente com o quê eu vou estar lidando.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Como assim, tu?</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- PÁRA! Pára tudo! Eu sou a principal interessada aqui e não faço nem idéia do que vocês tão tramando...</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Nós vamos descobrir pra onde o Guilherme foi levado. Eu e o Alex vamos até lá, tiramos o Guilherme do cativeiro, e quando o serviço estiver feito, tu vai receber uma mensagem, alguns policiais vão estar no colégio, tu anuncia o rapto do Gui e o Cristiano vai em cana. Sequestro é um crime meio grave pra que ele simplesmente não responda. No mínimo pra Fase* ele vai ser mandado.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Não era mais fácil chamar a polícia direto pro local...? Tu sabe, os amiguinhos do Cristiano vão estar a postos pra torturar e talvez até matar o Gui caso eu não faça o que o Cristiano quer.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Exatamente. Polícia faz barulho. Eles vão fugir e aí vai ser pior pro Guilherme. Não é muito difícil descobrir quem provavelmente chamou a polícia.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Entendo. Mas não era mais fácil irem o Alex e o Will, e tu ir pro colégio conosco?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Não. Vai dar na cara.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Vai?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Vai. Os dois melhores da turma faltando no mesmo dia...? E mais, sabendo que o Guilherme foi capturado e que o Cristiano tá aprontando alguma?</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Mas então daria na cara se qualquer um de nós faltasse.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Não, maninha. Tu e o Will entram aí. É sabido na escola inteira que eu e o Alex namoramos. A frase máxima que tu precisa dizer é "Eles saíram ontem a noite..." e a imaginação dos nossos coleguinhas vai se encarregar do resto. O Will vai fazer o mesmo na turma dele, e vai ajudar a polícia. Eu não posso mandar vocês dois pro "campo de batalha", tu é muito frágil e se o Will fosse no lugar no Alex, não poderíamos fazer o que eu quero. De qualquer forma, alguém precisa mandar um recado mais discreto que uma mensagem de celular pra Aninha. Combinem um sinal, a mensagem de celular vai ser pra a Mari.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Será que isso vai dar certo?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Vai.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Como é que vocês pensaram em tudo isso de manhã tão cedo?</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- Na verdade, quem mais pensou foi a Anne. Nossa cabeça não funciona assim a essa hora...</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Quê isso. <span style="color: rgb(0, 0, 0);">- fazia algum tempo eu não via a Anne vermelha. Uns dois anos, acho.</span> - Olha, você tão com cara de fome. Eu posso pedir pra minha mãe fazer o café da manhã.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Nã, nã, eu faço. Alguma coisa eu tenho que fazer, pombas.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- AH! Beleza. A Aninha cozinha super bem. Vai lá. Hoje a tarde eu quero fazer o reconhecimento do local, meninos.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- Ok.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- Beleza.</span><br /><br />***<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Porra, esse lugar pode cair na nossa cabeça a qualquer segundo.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 0);">- É, eu sei. Pombas, a gente já olhou em tudo quanto é lugar. Não tem nada aqui.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Só tem uma coisa me intrigando. Aquele bueiro seco lá fora, e o fato de que só uma peça dessa casa tem o piso de madeira. Não faz sentido.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- Não esquenta a cabeça com essas coisas. Provavelmente não tem nada aqui. A gente vai ter que descobrir onde eles esconder... Anne, que tu quer aí?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Me ajuda a levantar esse tapete.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- Pra quê?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Anda!</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Mas que desperdício de força e t... PORRA!</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Ah, eu falei. O que seria de vocês sem mim?</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Olha, tô ouvindo alguma coisa.</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51); font-weight: bold;">- SOCORRRO!</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Eu falei. <span style="font-weight: bold;">Guilherme!</span> Desculpe, a gente só pode te tirar daí amanhã, se não a Aninha corre risco de v...</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ouço passos.</span><br /><span style="color: rgb(102, 0, 204);">- Eu também.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Vambora.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153); font-weight: bold;">- Desculpe!</span><br /><br /><br /><br />.~.~.~.~.~.~.~<br /><br />Fase = Não sei é assim também em outros estados, mas aqui é a antiga febem.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1153499244188753212006-07-21T09:12:00.000-07:002006-08-06T15:44:39.726-07:00Capítulo Nono.<em>*depois de tudo explicado, Angélique pára e olha para a amiga com uma expressão irritada e apreensiva ao mesmo tempo*</em><br /><em></em><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Aninha, a gente vai dar um jeito nisso...<br /></strong></span><span style="color:#33ccff;">- O único jeito que tem é trair o Guilherme!!<br /></span><span style="color:#993399;">- Não é não... Mary, será que os guris já tão dormindo?</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Duvido muito. E o Alex saiu daqui trovando com o Will.</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Tanto melhor. Vou ligar pra eles, já volto.<br /></span><br />Angélique saiu da sala. Eu ainda não tava muito bem conformada com o que tinha me acontecido e não entendia muito bem o que se passava na cabeça na Anne. Mas não se duvidava dela, isso eu tinha aprendido ao longo de vários anos de convivencia. Nem dela nem da irmã. Elas eram inigualavelmente geniosas e inteligentes. A Mary um pouco vingativa às vezes, mas nada que não se podesse relevar.<br /><br /><em>*No quarto da Angélique...*</em><br /><br /><span style="color:#993399;">- Alô? Alex?</span><br /><span style="color:#333399;">- Oi minha linda! Como tu tá?</span><br /><span style="color:#993399;">- Péssima! Preocupadíssima!</span><br /><span style="color:#333399;">- Com o quê meu anjo? Com a gente?</span><br /><span style="color:#993399;">- Não tem o porque me preocupar com vocês... Tô preocupada com o Guilherme!!</span><br /><span style="color:#333399;">- O que houve com ele?</span><br /><span style="color:#993399;">- Raptado!</span><br /><span style="color:#333399;">- O QUÊ?</span><br /><span style="color:#993399;">- Isso mesmo!</span><br /><span style="color:#333399;">- Por quem?</span><br /><span style="color:#993399;">- Adivinha?</span><br /><span style="color:#333399;">- Aquele filho da puta...</span><br /><span style="color:#993399;">- A gente precisa fazer algo! Onde vocês estão?</span><br /><span style="color:#333399;">- Quase em casa!!</span><br /><span style="color:#993399;">- Putz... Amanhã de manhã, o quanto mais cedo melhor, vocês dois vem aqui em casa!</span><br /><span style="color:#333399;">- OK...</span><br /><br /><em>*Na sala...*</em><br /><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Aninha... Ele vai ficar bem...</strong></span><br /><span style="color:#33ccff;">- Não conte com isso... Ele é... Terrível...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Nenhum ser humano é assim tão mau...</strong></span><br />[Gritando de desespero]<br /><span style="color:#33ccff;">- Ele não é humano! Ele não tem coração!</span><br />[Começa a chorar]<br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Calma... Aninha... Eu sei que ele vai ficar bem... Eu te garanto...</strong></span><br /><span style="color:#33ccff;">- Mas eu sinto que ele tá mal... E assutado...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Qualquer um ficaria mal e assustado mesmo que fosse uma brincadeirinha, Aninha. Mas ele vai ficar bem, você vai ver.</strong></span><br /><span style="color:#33ccff;">- Mas...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Sem mas. A gente precisa ir dormir, pra acordar o mais cedo possível amanhã de manhã, ainda bem que hoje é sábado.</strong></span><br /><span style="color:#33ccff;">- O que adiantaria a gente acordar cedo amanhã?</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Tenho certeza que a Anne...</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Meninas, já pra a cama, a gente tem que acordar cedo amanhã, os meninos vão vir pra cá as sete da manhã pra nós vermos o que podemos fazer quanto ao Guilherme...</span><br /><span style="color:#33ccff;">- Anne!</span><br /><br />Sim, eu me pendurei no pescoço da Anne e comecei a chorar, de novo.Eu já não poderia, nem que quisesse, descrever a minha gratidão pra aquelas duas. A Mary, alguns diriam, não fez nada, a Anne é a garota de ação, ela se mexeu. Mas a Mary... Sempre ligada ao lado emocional, o apoio, o alívio que eu tenho em ficar ao lasdo dela sempre que eu tô mal, ela sempre soube consolar, sempre. Ela sempre esteve do lado de quem precisava.Depois disso fomos dormir... A Anne com a cabeça cheia de coisas pra tramar... Mas fomos dormir...<br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><strong><span style="color:#333399;">Nota da escritora:</span></strong> Isso foi só pra dar um gostinho! Planos e ação (com MAIS PORRADA!!) devem vir nos dois próximos episódios/capítulos.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1151163374101916772006-06-24T07:42:00.000-07:002006-06-24T15:34:21.993-07:00Capítulo Oitavo.- E então, querida? Como vai?<br /><span style="color:#33ccff;">- Cristiano, seu desgraçado. O que tu quer?<br /></span>- Nada, em absoluto!<br /><span style="color:#33ccff;">- Então me larga.</span><br />- Por quê eu te largaria e te deixaria ir?<br /><span style="color:#33ccff;">- Porque tu não quer nada comigo, acéfalo. Me deixa em paz.</span><br />- Paz? Ah é lembrei o que eu quero. Quero que essa <em>paz</em> em que eu estou acabe. Sabe como é né, depois daquele escândalo desgraçado as menninas todas pararam de me admirar e se voltaram ou pro Will ou pro Alex... E eu não gosto de nenhum deles, tu sabe disso.<br /><span style="color:#33ccff;">- E eu com isso? Quero mais é que você se foda. Bem feito. Aprenda a não esnobar, pare de ser filho da puta e quem sabe elas voltem pra ti.</span><br />Ele apertou a faca na minha garganta.<br />- Não, <em>minha querida</em>, tu não entendeu. Eu preciso que a minha linda, querida e maravilhosa ex namorada me perdoe pela suposta sacanagem que eu fiz. Sabe como é, já terminei com muitas, deixei pobres coraçõezinhos partidos, etc. , mas não vale a pena terminar contigo, querida. Não pra acontecer isso.<br /><span style="color:#33ccff;">- Nunca que eu vou te perdoar, MUITO MENOS em público, de formas que voltar contigo, meu querido, é IMPOSSÍVEL. Compreendeu? Me larga.<br /></span>Ele me largou, e quando eu tentei correr, ele me puxou pelo braço e me abraçou pela cintura, e aí sim eu fiquei com medo. Eu não gostava quando ele fazia isso, o jeito que ele olha pra a gente dá arrepios. É quase pior que ver a Anne muito puta da vida, a íris do olho dela chega a ficar vermelha. Mas sim, aquilo por algum motivo (talvez o tom de triunfo na voz dele, o olhar assassino, nem sei) me deu muito mais medo do que uma faca no meu pescoço.<br />- Não vou te largar, meu amor. Não até tu prometer que vai me perdoar. Eu simplesmente não consigo aceitar que a minha linda sombra se separe de mim. Não sou nada sem ela! E quem sabe se eu fizer um papel de santo a Angélique me aceite.<br /><span style="color:#33ccff;">- Corno. Pff. A Anne te aceitar? Ela tá namorando o Alex. Quer nem saber de ti. Te odeia. Me larga.</span><br />- Não, não e não querida. Tu <em>ainda</em> não me entendeu. Ô, Vinícius, traz o merdinha.<br /><br />Juro, eu não queria acreditar no que eu tava vendo. O Gui tinha sido espancado por aqueles merdas, o Cristiano e seus asseclas, meu deus, como tenho nojo deles. Agora eu sabia quem tinha ficado observando aquele tempo todo, claro, tinha que ser aquele merda. Ele notou que o Gui tinha me conquistado, óbvio, ele tinha que fazer eu perdoar ele em público, não tem um jeito melhor. Não, não, não, não, eu ainda não podia acreditar. Era impossível.<br /><br /><span style="color:#33ccff;">- CRISTIANO SEU MERDA! SOLTA ELE JÁ!</span><br />- Não vai me perdoar, minha linda?<br /><span style="color:#33ccff;">- NUNCA!</span><br /><br />Ele pôs uma soqueira irlandesa, ai, aquilo dói, e deu um soco no estômago dele. O coitado já tava tão abatido que desmaiou.<br /><br /><span style="color:#33ccff;">- NÃÃÃÃÃOOOOO!!!! GUILHERME!!</span><br />- Se quiser esse guri vivo, segunda feira, dia dos namorados, tu vai aceitar minha declaração de amor, e vai me beijar. Entendeu? E se prometer e não cumprir, ele morre. Tudo bem pra você, <em>meu amor</em>?<br /><span style="color:#33ccff;">- Tu... Tudo... Tudo bem...</span> - em prantos-<br />- Ótimo. Não vai falar pra ninguém sobre isso, não é? Jura pra mim, querida, que nem tu fazia quando namorava comigo!<br /><span style="color:#33ccff;">- Eu... Juro...</span><br />- Pelo quê?<br /><span style="color:#33ccff;">- Por tudo na minha vida...</span><br />- Isso mesmo, criança. E se tu não cumprir o juramento tu sabe que eu te tiro tudo na tua vida, não sabe?<br /><span style="color:#33ccff;">- Si... Sim... Eu sei...</span><br />- Ele vem com a gente, pro caso de tu resolver não cumprir a promessa só pra me ferrar. Se tu não cumprir com o combinado bonitinho, eu ligo pros meninos e ele <em>morre</em>, ok?<br />-<span style="color:#33ccff;"> Ok...</span><br /><br />***<br /><br /><span style="color:#993399;">- O quê? A Aninha já saiu daqui sim... Faz mais de duas horas! Ela ainda não chegou? Eu ligo pro celular dela, pode deixar! Claro, dona Angela... Sem dúvidas eu ligo de volta se tiver notícias... Se ela chegar aí pode me ligar por favor? Obrigado.</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- O que foi que houve?</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- A Aninha ainda não chegou em casa.</span><br /><em>*toca a campainha, Angélique abre a porta*</em><br /><span style="color:#993399;">- Aninha! Món Diéu, o que houve contigo??</span><br /><em>*Ana Paula cai no choro, Mariana liga pra a casa dela e pede pra que a Ana Paula durma na casa das duas*</em>Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1150246028345417822006-06-13T17:03:00.000-07:002006-06-22T10:27:29.846-07:00Entrementes<a href="http://photos1.blogger.com/blogger/320/1296/1600/syaoran.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://photos1.blogger.com/blogger/320/1296/320/syaoran.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br />Entrementes, a festa foi ótima. Eu saí de lá bem tarde, como sempre, mas dessa vez teve um motivo bem melhor pra isso...<br />Sim, o Guilherme, aquele antigo amigo do Alex, é fofo, engraçado, querido, bonitinho, e PASMEM, a Anne vai com a cara dele.<br />Necessário uma pequena introdução a um dos ambientes da festa, por um acaso, favorito das gêmeas: um ambiente japonês, com aquelas iluminações douradas que nem as duas tem paixão, uma daquelas janelas com cortinas brancas e ao invés de vidros um tipo de tecido que a Anne me disse o que era mas eu me esqueci no momento.E que ajuda a deixar a sala dourada, assim, como se o dia inteiro fosse um pôr-do-sol daqueles que todo mundo para pra olhar e suspira... Um pufe branco e preto em um canto, bem do lado um vaso com algumas plantas altas e beeem verdes, e um sofá branco com uma luminária grande e branca do lado. Sem brincadeira, era lindo. Mas as gurias usaram o ambiente muito pouco na festa, só no fim dela, quando já tava só o Will, o Gui, o Alex, a Anne, a Mary e eu.Eu disse, <em>as gurias</em> usaram pouco o ambiente. Eu e o Guilherme passamos quase que a festa inteira lá.<br /><br /><span style="color:#6600cc;">-Não, mas cara, tu tem que ver pelo lado de que nem todo mundo é tão ruim assim...<br /></span><span style="color:#993399;">-Ele não faz parte do todo mundo ¬¬''<br /></span><span style="color:#ff99ff;"><strong>-Ele não faz parte de nada!<br /></strong></span><span style="color:#6600cc;">-Ah, mas pô, o cara fez isso porque amava...<br /></span><span style="color:#990000;">-Amava a fama, as ficantes e as "escapadas", e mais ninguém nem nada.<br /></span><span style="color:#6600cc;">-Mas fica frio que agora ele aprendeu a lição...<br /></span><span style="color:#993399;">-Ele nunca vai aprender a lição, Alex.<br /></span>Ouvi uma coisa no meu ouvido, cochichando.<br /><span style="color:#666666;"><strong>-Enquanto eles discutem teu ex namorado, vem comigo!<br /></strong></span>Nem deu tempo de dizer que não.Da forma mais sutil possível, ele me puxou pra dentro da festa e me conduziu até a salinha japonesa.<br /><span style="color:#666666;"><strong>-A Anne me contou dessa salinha e eu achei um bom lugar!<br /></strong></span><span style="color:#33ccff;">-Bom lugar pra quê?</span> - ficando vermelha...-<br /><span style="color:#666666;"><strong>-Ah pra várias coisas...<br /></strong></span><span style="color:#33ccff;">- Como?</span> - muito vermelha...-<br /><span style="color:#666666;"><strong>-Conversar... Rir... Trovar... </strong></span>-cara de pau <span style="color:#666666;"><strong>- E muitas outras coisas</strong></span> :kinko:<br /><span style="color:#33ccff;">-Interessante!<br /></span><br />E foi na trova... Conversou... Me distraiu... E ficou comigo!! Mais tarde ele me pediu em namoro, mas com um jeitinho que putz, me comoveu. Claro que eu aceitei. Heh. Se eu vou perder uma chance dessas?<br />Mas uma coisa me incomodou. Eu tive a sensação de que havia alguém observando, todo aquele tempo. E não foram as gurias, ou o Alex, ou o Will, ou alguém da banda dele.Foi alguém que não tinha boas intenções... E eu não gostei disso...Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1149551032894832922006-06-05T15:38:00.000-07:002006-06-05T16:43:52.923-07:00Capítulo SétimoE depois de brigar com a Anne, com a Mary, julgar mal o Will e descobrir que meu ex era, além de o guri mais bonito e famoso do colégio, o mais mentiroso hipócrita e falso da face da terra, incrivelmente eu me sinto... Bem. Ok, eu espero ficar amiga de verdade do Will, principalmente por tudo que ele me fez de bom, vltei a falar com a Anne e com a Mary, mas perder namorado e do jeito que eu perdi é foda... Mas nada melhor do que uma mãe compreensiva e principalmente os três melhores amigos da face da terra pra te animarem.<br />E hoje eu tenho a festa das gêmeas, bem, sendo a Anne a guria mais popular do colégio, não duvidp que tenham alguns "cretinos" pra eu me distrair... xP<br />Em todo o caso, tenho que correr se não me atraso...<br /><br /><span style="color:#33ccff;">-Will!</span><br /><span style="color:#990000;">-Oi Aninha!</span><br /><span style="color:#993399;">-Oi Aninha!</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>-Oiiiiiii Aninhaaaa!</strong></span><br /><span style="color:#33ccff;">- Ai tá Mary só não</span> - ai minhas costelas, a Anne tem que parar de ensinar a Mariana a se defender... <span style="color:#33ccff;">- me esmaga!!</span><br /><span style="color:#990000;">- Hey. O que me lembra. O Alex vai vir e...</span><br /><span style="color:#993399;">- NÃO CREIO QUE TU FALOU COM ELE!</span><br /><span style="color:#990000;">- Quê? Tu não disse que eu podia convidar até três amigos?</span><br /><span style="color:#993399;">- Meu erro... ¬¬''</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Ah nem vem que tu tá tri feliz!</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Tá feliz eu tô mas...</span><br /><span style="color:#33ccff;">- Lá vem ele!</span><br /><span style="color:#993399;">- Onde?</span><br />[coletivo]- Hahahahaha...<br /><span style="color:#993399;">- Cara, eu ainda mato vocês!</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Hey, Cadê minha irmã cara de pau que eu tive a vida inteira? Te fozeram uma lavagem cerebral?</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Não mas é que ah... É diferente...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Diferente de quê? Beijar é sempre a mesma coisa...</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Hahaha. Tu nem sabe!</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Sei sim!</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Sabe nada! BV até hoje!</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Uhhh eu é que ainda te mato!!</strong></span><br /><br />Nessa hora eu captei, FOI MUITO ÓBVIO, a Mary olhando pro Will mais vermelha que sangue (essa frase até pareceu da Anne...), e esse olhando pra ela com um misto de encantado, feliz e assombrado... Ficou muito, eu disse MUITO óbvio. E pelo que eu notei a Angelique também notou essa obviedade, se bem que ela nota as coisas mais por baixo dos panos da face da terra...<br /><br /><span style="color:#993399;">- Hey, Ana, tu não queria conversar comigo?</span><br /><span style="color:#33ccff;">- Pois é né... Vamo lá no outro salão e daí a gente conversa!</span> - necessário frisar que mais um pouco que a Mariana ficasse vermelha ela acabava virando camaleão, ia começar a mudar de cor.<br /><span style="color:#993399;">- Vamo sim! A gente já volta, crianças...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Criança é tu!</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Então tu é criança também, madame, não te esquece que eu sou três minutos mais velha...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Eu mereço...</strong></span><br /><br />Saímos. Melhor, "saímos", bem capaz que a gente ia perder isso!<br /><br /><span style="color:#990000;">- Hey, eu aposto como elas notaram quando a gente se olhou...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- É...E aposto como elas tão olhando...</strong></span><br /><span style="color:#990000;">- Não duvide.</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Me diz. Tu acharia muito ruim ser meu professor?</strong></span> - ela virou a cara e ficou muito, muito vermelha!<br /><span style="color:#990000;">- De quê?</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Ah bem... Eu ainda sou BV... A Anne raramente mente... Principalemente quando é pra tirar uma com a minha cara...</strong></span><br /><span style="color:#990000;">- Ah, pra isso?</span><br /><br />Pausa pra tomar fôlego. ESSE - FOI- O - BEIJO - MAIS - FODA - DE - TODA - A - HISTÓRIA. Nem os vampiros como o Alex (é ele se auto declamava vampiro, mas ele de vampiro só tinha a auto declamação mesmo... xD) ou como aqueles antigões de filme e pá nem sonharam em dar um beijo como esse. Melhor. Esse foi o segundo mais foda. O primeiro fica pra umas linhas abaixo... O Will beijou ela de um jeito que, minha nossa, não tem nada a ver com o jeito costumeiro dele, mas ele não podia ter feito melhor. Ele simplesmente pegou a Mary pela cintura e tascou um beijo, MAS UM BEIJO, de tirar o fôlego de quem tava VENDO!<br /><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Pô, eu não podia ter arranjado professor melhor...</strong></span><br /><span style="color:#990000;">- Hey. Eu sei que é meio cedo mas... Gostaria de namorar comigo?</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- CEDO?? Que nada!! Claro que siim!!</strong></span><br /><span style="color:#990000;">- Ah meu. Acho até que quem ganhou presente de aniversário no teu lugar fui eu agora!</span><br /><br />Sim senhor(a), os dois se beijaram de novo, e bem, agora foi a vez do coração da ANNE sair pela boca. Bem nessa hora, o Alex já chegou abalando:<br /><br /><span style="color:#330099;">- Que lindo esse novo calsalzinho!</span><br /><br />E sim, eles tomaram um enorme susto.<br /><br /><span style="color:#990000;">- Putz, cara, nunca te ensinaram que é falta de educação chegar dando susto em casaizinhos recém formados e felizes?</span><br /><span style="color:#330099;">- Ah, a bem da verdade a MINHA professora até me fez sinal pra ver se eu aprendia, mas eu sou um menino mau...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Tá. Eu sabia que elas tavam espionando! ANGÉLIQUE SAI DAÍ JÁ! ò.ó</strong></span><br /><span style="color:#993399;">- Calma, calma. Não morreu só porque eu vi o primeiro beijo da minha irmazinha mais nova, morreu?</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Não. Mas é chato!</strong></span><br /><span style="color:#330099;">- Eu sei que a gente não se mete em briga de irmãs gêmeas fazendo aniversário, mas eu nem consegui dar os parabéns ainda!</span><br /><span style="color:#990000;">- Ah sim. Bem lembrado.</span><br /><span style="color:#330099;">- Primeiro os parabéns pra a caçula...</span><br /><span style="color:#ff99ff;"><strong>- Alex tá ligado que eu vou matar tu e a Angélique juntos?</strong></span><br /><span style="color:#330099;">- Ah não faça isso ainda... Espera eu dar meus parabéns e meus dois presentes pra a minha guriazinha ^^</span><br /><span style="color:#993399;">- Hey. Guriazinha?</span><br /><span style="color:#330099;">- Quê? Tu é mais nova que eu!</span><br /><span style="color:#663366;">- O que não é motivo pra me chamar de guriazinha!</span><br /><span style="color:#330099;">- Tá, guriazinha, desculpa.</span> - só vendo a cara malignamente assassina que a Anne fez -<br /><span style="color:#330099;">- Tá parei. Antes que tu me mate. Que presente eu entrego primeiro? O embrulhinho ou o outro?</span><br /><span style="color:#663366;">- A seu critério, món amour.</span><br /><br />Pausa pra tomar fôlego, de novo. ESSE foi o beijo mais foda da história. O cara de pau do Alex, além de AGARRAR, não foi nem pegar, foi agarrar a Anne pela cintura, ainda dobrou ela praticamente no meio (sem problemas, depois de fazer sete anos de ballet e mais uns meses de outras danças, ela tava até acostumada a dobrar a coluna), ficou olhando pra a cara de espanto dela (foi uma das poucas vezes que eu vi ela surpresa NA VIDA) e logo depois aquela carinha de má que ela sempre faz quando olha pra ele, e só deu os dois se beijando, assim mesmo. Foi foda. MUITO FODA.<br /><br /><span style="color:#33ccff;">- Agora falta eu!</span><br /><span style="color:#666666;"><strong>- Pra quê?</strong></span><br /><br />Ok. Eis que eu vejo. Um antigo amigo nosso, de todos nós, mas acima de tudo do Alex, e que sempre foi apaixonado por mim. Podem imaginar o que aconteceu depois...<br />A festa transcorreu bem, risos, ficadas e pedidos de namoros, música, dança e tudo que a Mary e a Anne (principalmente a Anne, a Mary nunca foi disso) sempre ofereceram nas festas delas.<br />Eu voltei pra casa. De noite, sozinha, ali pela uma da manhã. A pé. Sem problemas. Era a duas quadras dali a minha casa, e eu já tinha feito isso antes. Eu achei que tudo correria bem, até que eu ouvi um garoto sussurrando e senti o uma faca no meu pescoço, e reconheci aquela voz maldita...Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1147904218661405122006-05-17T14:53:00.000-07:002006-05-17T15:23:27.986-07:00Capítulo sexto,pate 3Levantou no dia seguinte, pronto para a ação. Tão pronto que se admirou não estar extremamente sonolento e mau-humorado como de costume. Verificou os presentes mais uma vez (talvez, se tudo desse certo, a tarde fosse muito melhor). Tomou café e se mandou para a escola.<br />Chegou atrasado, nada de mais. Dava tempo de fazer o dever de Química, que era a terceira aula. Entrou na segunda e dormiu até o intervalo.<br />A hora que saiu, o pessoal já estava reunido. Chegou lá animado.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Opa, é hoje. Conseguiram?</span><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;">- Bem, só consegui duas cartas, na verdade uma é mais um bilhete que ele mandou pra uma menina da sétima. A outra é bem uma carta, mas nada de mais. Dá pra você provar que ele é semi-analfabeto.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Wellp, dê-me aqui. </span>- pegou e pôs no bolso junto com a carta da Anne, que pegara antes há alguns dias. <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Carlos?</span><br /><span style="color: rgb(102, 102, 0); font-weight: bold;">- Então, os amigos dele entregaram o ouro. Os caras achando que 'tavam é fazendo uma puta propagando dele. Ha! Foi hilário.</span> - e tirando o gravador do bolso <span style="color: rgb(102, 102, 0);">- <span style="font-weight: bold;">Toma aí, depois me devolve.</span></span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Certo. </span>- guardou no bolso o gravador -<span style="color: rgb(153, 0, 0);"> Bem, na hora da saída eu pego ele. Heh...</span><br /><br />O resto das aulas até a saída passaram num lapso. Num momento ele estava entrando pra segunda aula de Química, na outra já estava saindo. Depois viu os dois saindo ao longe. E correu.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Cris! Cris, you bastard! Olha pra cá filha da puta!</span><br />- Mas que merda é essa?<br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Ah, não...</span><br />- Que merda você quer Will?<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Só quero que você conte a verdade pra Ana.</span><br />- Que verdade mané? Eu só conto a verdade pra ela!<br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Will, se manda. Se for aquele papo da Anne estar certa pode ir dando o fora porque eu confio plenamente no meu namorado </span>- Cris torceu a cara. Mas ela não viu porque estava um pouco atrás dela.<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, sim, claro. Você confia mais no seu "namorado", que já te traiu pelo menos umas 2 vezes, e que te separou da sua melhor amiga, do que na sua amiga de tantos anos?</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Ele nunca me traiu! </span>- hesitou e olhou esperando para Cris pedindo uma confirmação. No rosto dele, só raiva. Ela continuou <span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Ela que me traiu. Ela gosta dele, sempre gostou! Mas nunca teve coragem de pedir pra ele, porque.... porque...</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Porque ela é sua amiga e nunca faria isso. E ela não gosta dele.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Gosta sim, vi eles se beijando!</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Armação desse merda aqui!</span><br />- Agora chega, vem cá filha da puta. Sua treta é comigo. - E partiu pra cima de Will.<br /><br />A cena que se seguiu foi comentada por 10 anos naquela escola. A gritaria tinha chamado a atenção das pessoas que estavam por perto, e o aglomeramento despertou a curiosidade do resto. Quando Cris partiu pra cima de Will, metade da escola já assistia.<br />Afinal, não havia ninguém esperando pra atacar Will caso este se mostrasse mais apto à luta do que Cris. Não porque Cris não quisesse, mas não houvera tempo habil para isso.<br />Will olhou fixamente para Cris durante o átimo que se passou até este percorrer a distância de menos de 2 metros que os separava. Sabia extamente o que fazer. Cris chegou perto o suficiente e desferiu um direto de direita. Will simplesmente segurou a mão do adversário e desviou de seu rosto, e aproveitou o impulso para derrubá-lo no chão. Cris caiu de cara na grama fria e dura. Teve tempo apenas de se virar antes de ver Will imobilizar seus braços e pernas e segurar em seus cabelos.<br />Will olhou ávidamente para Cris que esperava um tremento direto de esquerda no meio da cara. Mas o golpe não veio, então abriu os olhos.<br />Will olhou para a multidão, depois para Cris de novo e começou a falar:<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Okay, seu merda do caralho. Vamos ao que interessa. </span>- Cris queria que Will o matasse e não o humilhasse daquela forma <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Primeiro, você nunca mais vai sequer olhar pra nenhuma garota que seja minha amiga, certo?</span> - Ao que Cris não respondeu, Will colocou o rosto dele contra a terra e começou a esfregá-la. Gotas de sangue escorreram de seu rosto. <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Certo? Responda!</span><br />- C-cer-certo...<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Segundo, você vai contar pra essa cabeça dura o seu plano pra separar ela da Anne. E vai contar como a traiu mais de uma vez. Anda, diga a ela!</span><br />- O que? - e sentiu seu rosto doer mais uma vez contra as pedras. - Tudo bem, tudo bem... É verdade mesmo. Nunca gostei de você! Garota nojenta, idiota, caiu direitinho. Nunca gostei, era pra fazer ciúmes na Anne mesmo! Mas ela nem se tocou que gosta de mim! - Will apertou institivamente o golpe - Ai... você foi apenas uma parte do plano, e depois um peso morto na minha vida!<br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Chega!</span> - começou a chorar <span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Não quero mais ouvir!</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Calma, tem mais uma coisa antes de acabar...</span> - Olhou de novo para Cris e sorriu malévolamente <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Peça desculpas, seu bastardo.</span><br />- Mas nem morto! Ai, porra! Caralho, pára!!<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Vai pedir desculpas! Pedir desculpas não só pra ela, mas também pra Anne por ter separado ela de sua amiga. </span>- Virou-se pra platéia excitada <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Anne! Anne vem cá.</span><br /><br />Anne chegou assustada, nunca vira Will naquele estado. Ele normalmente era calmo e centrado. Nunca agira tão... agressivamente.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Will</span> - disse baixinho - <span style="color: rgb(153, 51, 153);">tudo bem, já passou, acho que a Aninha já entendeu.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Não </span>- disse Will no mesmo tom <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- ele merece.</span> - Olhou para Cris e levantou novamente a voz - <span style="color: rgb(153, 0, 0);">Anda! Diga!</span><br />- Ah!! Tudo bem, tudo bem... Anne, desculpa...<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Pra Ana também!</span><br />- Nãaaaaaahhhhhh!!! Ok, ok... Ana desculpa, suaaaaaah!!! Ok, ok, parei.<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Isso.</span> - tirou algumas coisas do bolso <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ana, se você ainda não acredita em mim... tome. Todas as provas. Agora abrace a sua amiga.</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- Ah, merda. Desculpa, Anne. </span> - e as duas se abraçaram<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Marcos! Guilherme! Levem-nas pra um lugar mais privado. Elas têm muito o que conversar. Carlos, vem me dar ajuda com esse porra. Acho que ele mijou nas calças.</span><br /><span style="color: rgb(102, 102, 0); font-weight: bold;">- Okay</span> - disse animado.<br /><br />Carlos levou Cris pra enfermaria do colégio e largou ele lá. Will acompanhou a platéia de dissolver enquanto esperava Carlos voltar. Depois foi ao encontro das garotas. Anne e Aninhas conversavam às lágrimas numa lanchonete perto da escola. Will cumprimentou-as:<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Tudo bem com vocês?</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Sim, 'brigada, Will, por tudo mesmo.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Que isso, é um prazer servi-las. (y)</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Ana, agradeça ao Will. Ele te salvou daquele retardado mental.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Que isso... só fiz o que podia... - disse ele desconcertado.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Ainda assim, vamos Ana agradeça! Não foi assim que eu te ensinei hein filha!</span><br /><span style="color: rgb(51, 204, 255);">- 'Tá, 'tá bom. Obrigada Will.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Não tem por onde. (y) Vou ali falar coma Mary, daqui a pouco eu volto.</span><br /><span style="color: rgb(153, 51, 153);">- Tudo bem, vai lá. *kinko*</span><br /><br />Mary estava no balcão pedindo um sanduíche pra si mesma. Will chegou por trás *kinko*, e pra assustá-la.<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Oi!</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Ai! Oi! Que susto, criatura!</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Tudo bem?</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Opa, tudo tinindo. Vai ser o melhor aniversário da minha vida. 'Brigadão pela ajuda com as meninas. </span>- pegou na mão dele <span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 153, 255);">- Você não existe, Will.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, que isso... sou só um carinha normal e sem graça.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Sem graça é que você não é. Você é demais.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Hum... </span>- ficou vermelho instantâneamente<br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Você já 'tá indo pra casa?</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, é vou... porque se não ainda vou de uniforme pra festa. Essa história me tirou a noção do tempo.</span><br /><span style="color: rgb(255, 153, 255); font-weight: bold;">- Ah, que pena. Bem, a gente se vê na festa então.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- É, bem então, até logo. </span>- Curvou-se para beijá-la no rosto, mas então ela o surpreendeu e deu um beijo rápido na boca, apenas lábios, mas foi um beijo. E sorriu.<br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 153, 255);">- 'Té mais, garoto.<br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(51, 51, 51);">~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*</span><span style="color: rgb(0, 0, 0);">~<br /><br />Por <a href="http://meinside1.blogspot.com">Uriel.</a><br /><br /></span></span><span style="color: rgb(255, 153, 255);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Nota: queridos,a novela <span style="font-style: italic;">não acabou.</span>Beleza?Ainda tem algumas coisinhas pra acontecerem,e o final ainda não está totalmente feliz meus queridos.<br />E ainda vai ter porrada.</span></span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 153, 255);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><br /></span> </span>Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1147820075134383422006-05-16T15:42:00.000-07:002006-05-16T15:58:56.586-07:00Capítulo sexto,parte doisTerça-feira, um dia a mais. Preparação, terça-feira era sempre preparação. Porque quarta sempre foi o melhor dia da semana pra ele, mas não sem sangue.<br />Verificou se os presentes continuavam debaixo da cama, tinha a mania de que as coisas sumiam do seu quarto durante a noite. É, estavam lá.<br />Foi pra escola. Sabendo do que tinha que fazer precisava dos seus fiéis escudeiros. Sua turminha.<br />Will nunca fora de muitos amigos, mas quando arranjava um era pra tudo. Seus primeiros amigos foram Marcos e Guilherme. Se conheceram na primeira série. Eram todos do mesmo estilo, calados e nerds.<br />Conforme foram crescendo descobriram outros gostos em comum, como o amor ao rock por exemplo. Não demorou muito e eles formaram a primeira banda, de punk.<br />A Molten Eyes durou 3 meses e 5 dias durante a quinta série, durante os quais eles mais se divertiram que fizeram música.<br />Na sexta série, mais duas pessoas entraram pro seu círculo social (de raio extremamente reduzido): Vivian e Carlos, que se provaram respectivamente exímios vocalista e guitarrista. O levou a banda a mudar de estilo e, conseqüentemente, o nome. Iris of The Air foi a única banda de Death Metal com vocal feminino e componentes de 12 a 13 anos que jamais existiu. Durante 6 meses, e dali sim saíram clássicos.<br />Mas revolução total da banda (que era, por um acaso, todo o círculo social de Will) aconteceu na sétima série. Ele, Marcos e Guilherme se separaram pela primeira vez. Cada um caiu em uma turma, e (que sorte não?) não havia possibilidade mudança porque todas estavam lotadas ¬¬".<br />Desta forma Marcos caiu na mesma sala que Diego, um cara viciado em rock e música eletrônica, mas principalmente na mistura dos dois. E que, por um acaso, era DJ.<br />Guilherme caiu na sala de Paula, sem dúvida a garota mais rejeitada da escola, e a mais talentosa com certeza. Tocava piano como se aquilo fosse a coisa mais fácil do mundo, além disso tinha uma voz perfeita de soprano. E tinha uma incrível facilidade pra agudos na guitarra, o que proporcionava ótimos solos.<br />Will viu que Death Metal não era o caminho, definitivamente. Era muito limitado. Mas ali ele tinha uma DJ, alguns guitarristas, e, como a Vivian comprasse uma percussão, uma percussionista ao melhor estilo Slipknot. Isso só podia significar uma coisa. New Metal.<br />A banda deslanchara naquele ano, quase um album gravado. Mas então Will se mudou. E sem Will, a banda não era mais uma banda. Esperariam por sua volta.<br />E eis que ele voltara. E, por incrível que pareça, caíram todos na mesma sala. A O.S.S. (Original Source of Sanity) estava de volta.<br />Mas não era só musicalmente que eles eram talentosos. Carlos tinha um incrível dom de conseguir gravar qualquer palavra de qualquer pessoa, o que lhe dava trunfos em qualquer discussão. Era por isso que ele sempre levava um gravador no bolso.<br />Vivian já tinha lido todas as cartas que transitaram na mesma sala em que ela estava. Marcos e Guilherme, embora fossem pacíficos, eram enormes, o que lhes dava uma vantagem em brigas. Mas normalmente só usavam o suficiente para separar o pessoal.<br />Diego tinha a maior rede de contatos já vista no colegial de qualquer país em qualquer época: 3 perfis lotados de pessoas, que REALMENTE conhecia.<br />Will sabia que ia precisar de toda ajuda disponível em seu plano "Reconcialiamento Geral". Mas não era possível nem seguro, mesmo se estando na mesma sala, conversar as coisas importantes com calma na escola.<br />De modo que Will marcou o primeiro ensaio da volta do O.S.S. naquela terça à tarde.<br />Duas horas estavam todos lá, e os instrumentos já estavam há alguns anos. Mas eles não ensaiaram. Will disse que havia algo mais importante, e a desculpa do ensaio era por causas de segurança (já mencionei que ele era um tanto paranóico?).<br />Começou então a discorrer sobre o plano:<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">-Bem, o ensaio fica pra próxima, infelizmente. Tenho umas coisinhas pra pedir pra vocês.</span><br /><span style="color: rgb(0, 153, 0);">[Marcos] - Diga, mestre.</span><br /><span style="color: rgb(51, 51, 153);">[Guilherme] - É, 'tamo ae pra isso.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Valeu. Bem, Vivian vou precisar que você me arrume todas as cartas que o tal do Cris escreveu pra qualquer garota nas últimas duas semanas. Se existirem. Você acha que consegue?</span><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;">[Vivian] - Hum, bem nunca fiz algo do tipo. Não conheço TODAS as garotas do colégio, Will.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, erm... </span>- gaguejou desconcertado, e então excitado exclamou <span style="color: rgb(153, 0, 0);">- OMFG!!! Como não pensei nisso antes. Diego, apresente à ela todas as garotas que ela achar necessário, oka?</span><br /><span style="color: rgb(153, 102, 51);">[Diego] - Má só se me der um aumento, oras. </span>- mas acentiu com a cabeça<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Valeu. Carlos, vou precisar que você arranje todos os depoimentos que incriminem o Cris, mas seja discreto porque não quero que ele saiba.</span><br /><span style="color: rgb(102, 102, 0); font-weight: bold;">[Carlos] - Incriminar?</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, é... não contei ¬¬". O Cris e a Aninha (amiga da Anne), estão juntos. E o safado era fim da Anne. De modo que, a hora que ela viu que não ia adiantar tentar fazer ciúme na Anne ficando com a Ana, ele colocou na cabeça da Ana que a Angelique 'tava afim dele. Menina boba da porra.</span><br /><span style="color: rgb(102, 102, 0); font-weight: bold;">- Ahn, então você quer os amigos dele entreguem que ele tentou ficar com a Anne?</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- É, na verdade disso eu já tenho provas. Eu precisava saber se ele tentou ficar com outra garota. Porque, do jeito que ele é, não deve ter ficado chupando o dedo.</span><br /><span style="color: rgb(102, 102, 0); font-weight: bold;">- Opa, entendi. Bem, vou ver o que consigo.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Hum, então... acho que era só isso.</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 255); font-weight: bold;">- Nada pra nós?</span> - disse com seu habitual tom de voz triste e belo. E apontou para Marcos e Guilherme.<br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Bem, pelo que eu planejei, não. Quer dizer, vou precisar da cobertura dos dois pra caso o Cris tenha uma trupe de malandros atrás das árvores, o que não duvido muito, do jeito que ele é covarde.</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 255); font-weight: bold;">- Então...</span> - sorriu <span style="color: rgb(204, 204, 255); font-weight: bold;">- vou poder dormir mais um pouco hoje à tarde. E, Will, quando vamos ensaiar? 'To louca pra começar de novo.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Hum, se tudo der certo quinta.</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 255); font-weight: bold;">- Wellp, tudo bem. Posso ir indo?</span><br /><span style="color: rgb(0, 153, 0);">- É Will, isso aqui já 'tá dando no saco.</span><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);">- Ah, sim claro que podem.</span><br /><br />Todos se despediram, e saíram. Assim que viu o cabelo dourado de Vivian sumir na esquina, virou-se pegou seu sobretudo (estava muito frio lá fora), e foi para o parque. Descobrira de manhã que o Cris e a Ana iam lá esta tarde. Precisava ver como ele agia com ela para poder saber o que falar no dia seguinte.<br />Estavam lá, um ao lado do outro. Pelo que podia ver, ela falava sem parar e ele fingia que ouvia enquanto se interessava mais pela paisagem.<br />Pensou que aquela garota era realmente chata, lembrou-se da voz irritante que ela tinha. Nesse momento não conseguiu culpar Cris por querer se livrar dela. Ainda imaginava como a Anne e a Mary conseguiam aguentá-la. Aliás, se a Ana não fosse amiga das duas ele nem estaria fazendo aquilo tudo. Cris era seu inimigo, mas não era da sua conta o fato de ele estar enganando uma garota e machucando outra. A não ser que uma delas fosse sua amiga.<br />O sol foi se pondo, e seus pensamentos saíram daquele banco a vinte metros de distância e se voltaram para Mary. Uma garota tão perfeita. Sempre sonhara com ela desde que a conhecera. Talvez um dia viesse a tê-la. Talvez.<br />Acordou ainda estava no parque, uma fina garoa começara a cair. Tinha que voltar pra casa. Amanhã era uma quarta-feira. E quartas-feiras, pelo menos pra ele, sempre foram grandes dias.<br /><br /><br /><br /><br /><br />~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Por <a href="http://meinside1.blogspot.com">Uriel</a></span>Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24910717.post-1145563200446137952006-04-20T12:06:00.000-07:002006-04-20T13:19:08.426-07:00Fora do alcance dos olhos de Ana Paula...Ainda indeciso sobre o que fazer.A falta de música não ajudava muito,ele só conseguia pensar direito pra esse tipode coisa enquanto ouvia música.Desse jeito não ia dar,definitivamente.Mas era extremamente preciso...<br /><span style="color:#990000;">-Puta merda!Eu me esqueci,carai...</span> - impulso de falar palavrões quando se irritava,ainda mais quando era por uma coisa dessas <span style="color:#990000;">-Aniversário das gêmeas...Esses acontecimentos acabaram suprimindo o que a Anne em geral faz de festa do ano...É no que dá,porra...<br /></span>Depois de se lembrar do aniversário,correu até a livraria,antes que fechasse.Porra!Sacanagem...Pra a Anne era fácil,algum livrinho de fácil compreensão do tipo "A Divina Comédia" e que fosse capaz de lhe manter entretida durante mais de três dias,e ela sorria pra ti com a cara mais feliz da face da terra,mas uma dedicatóriado fundo do coração de um bom amigo a fazia mais feliz ainda.Os dois pra ela.Um "Divina Comédia" qualquer,uma dedicatória,e ainda era capaz de ela esquecer tudo o que estava acontecendo - fantasia,ela não ia esquecer da Aninha por nada nesse mundo -.<br />Já a Mary era um caso sério...Adorava aqueles enfeites espalhafatosos,aquelas coisinhas alegres...Já nem savbia o que dar pra ela,ele queria que o presente mostrasse o quanto ele a amava.Mas bem,hora de fuçar...<br />Olhou os livros..."Código da Vinci" provavelmente ela já tinha lido,nos e-mails que tinham trocado antes da volta dela ela criticava algumas besteiras do livro..."Revolução em Mim"...Odiava aqueles livros de mudanças adolescentes."Eu já sou uma adolescente,sei o que uma adolescente passa,muito obrigado".Hahahahahaha...Tá certo,ela tinha razão...Ahhhh...Beleza...Não é um livro,mas é bem a cara dela...Um caderno escrito "Memórias,apenas memórias".Ela vive reclamando que não tem onde enfiar as poesias textos e assemelhados dela.Ótimo.<br />Presente complicado...A Mary.O caso a parte...A grande garota.Ali ele ia caprichar,com certeza...Talvez um CD do Garbage ou da Elisa,ela adorava aquilo...Talvez Yeah Yeah Yeahs,romântico com aqueles refrõezinhos "They don't love you like I love you"...Talvez...Um ursinho?NÃÃÃÃÃÃOOO porra.Ela não tem mais cinco anos de idade...É,bem.Acho que Yeah Yeah Yeahs,ele tinha escutado um comentário da Mary com a Anne que tava correndo atrás de um CD deles...Ligar pra Anne,saber o que ela ia dar pra irmã.<br />*toca o telefone,Anne ligando*<br /><span style="color:#990000;"><em>[Essa é pior que o demônio,não precisa nem falar,é só pensar...]</em><br /></span><span style="color:#990000;">-Fala Anne!<br /></span><span style="color:#993399;">-Pressenti que tu queria falar comigo</span>!<br /><span style="color:#990000;">-É?????!!!!<br /></span><span style="color:#993399;">-Não,brincadeira (xD).Por quê?Queria?<br /></span><span style="color:#990000;">-Quero.<br /></span><span style="color:#993399;">-Então fala.<br /></span><span style="color:#990000;">-O que tu vai dar de presente pra a Mary??<br /></span><span style="color:#993399;">-Ah,que bom,tu te lembrou.Eu nem sei...Uma daquelas coleções de enfeite rosa e cheio de pompom pro quarto que ela ama.<br /></span><span style="color:#990000;">-Hahahahahahaha...Eu ia achar engraçado se vocês dividissem o mesmo quarto...Metado Rosa e metade preto...<br /></span><span style="color:#993399;">-Mas por quê da pergunta?<br /></span><span style="color:#990000;">-Porque eu quero comprar um presente pra ela...<br /></span><span style="color:#993399;">-Hmmm.Deixa ela sem presente,ela tem sido uma menina má e não tem estudado (xP)<br /></span><span style="color:#990000;">-Ah deixa que depois eu dou uma bronca verbal nela (^^)<br /></span><span style="color:#993399;">-Então tá então.Ah,sim.Esse ano nada de grandes eventos,vai ser só tu,a Mary e eu...Teria a Aninha também...Mas...</span> - dava pra apalpar a tristeza dela,memso por telefone<br /><span style="color:#990000;">-Nem te esquenta.It will be fine.But tell me something.E o Alex?</span> -SIM!Idéia,e sem Disc Man.Explicação?Tocando Slipknot no fundo...<br /><span style="color:#993399;">-Ah ele me disse...</span> - dava pra sentir que ela tava envergonhada,mesmo pelo telefone.Ela sempre deixou as coisas bem claras... - <span style="color:#993399;">Que talvez fosse...Mas ai,eu não sei,sou capaz de apostar como não vai.<br /></span><span style="color:#990000;">-Ah,ele vai sim.Pode deixar que vai.<br /></span><span style="color:#993399;">-Tu nem te atreve a fazer nada!<br /></span><span style="color:#990000;">-Veremos...<br /></span><span style="color:#993399;">-Mas!Olha,Will...<br /></span><span style="color:#990000;">-Não esquenta,'dá nada.</span><br /><span style="color:#993399;">-Affe...E o que eu posso fazer?Nada,porra.Tá.Tô gastando o celular.Tchau.<br /></span><span style="color:#990000;">-Tchau!<br /></span><br />Bem.Ele tinha duas idéias a pôr em prática,mas primeiro as compras.Comprou os presentes (sim,foi Yeah Yeah Yeahs),foi para casa,fez um embrulho para a Anne sem muita coisa,papel meio metálico com uns balões pretos,estilo antigo,com uma graaaaaandee rosa amarela como adesivo,pra dar um toque.Conselhos de mamãe.Pra a Mary,um papel nem muito delicado nem muito "duro",uma mistura de rosa com vermelho,uma enorme rosa vemelha bem na frente,segurando todo o papel.Porra.Ele realmente tinha habilidade pra essas coisas manuais.Mas estava se regojizando mesmo pela dedicatória para a Anne,a carta escondida pra a Mary.Era um ótimo escritor,sempre tinha sido.<br />Auto-estima a parte,Hora de colocar um plano na prática.Lubihttp://www.blogger.com/profile/07556305402307138349noreply@blogger.com0