. Rosas & Lírios: o céu e o inferno entraram em guerra. As armas? Almas humanas.

Um blog que tem sempre uma história rolando. A história atual é Rosas & Lírios, um conflito entre o céu e o inferno pela liberdade e pela posse do universo.

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O sol é minha enegia e o calor, meu combustível. O céu azul é meu sorriso mais eterno, e as penas de minhas asas foram esparramadas ao redor do teto do mundo; são as nuvens, às vezes brancas e puras, às vezes negras e corruptas. Não pude aprender a amar o frio, a noite ou a chuva - e no entanto, eles me amam mais que a tudo. E seus presentes são sempre as palavras.

Monday, October 01, 2007

Capítulo XI - Recepção

Catharine e Lúcifer corriam de um lado para outro tentando achar alguém que neles acreditasse.Christine jazia na fronteira da cidade, guardada por um tigre branco em uma cama de rosas, longe das vistas do povo.
Cataharine ficara desacreditada depois de vários anos predizendo a volta de Christine, sem que esta jamais voltasse - até agora. Já Lúcifer jamais tivera crédito com ninguém naquele lugar, e as coisas pioraram quando Christine partiu.
Quando os dois encontraram-se no meio da pequena vila (que fechara suas portas e janelas), olharam-se desanimados. E tamanha não foi sua surpresa quando Fenrir (o tigre que deveria estar cuidando de Christine) apareceu por entre a névoa, andando calmamente. Alguns segundos depois, uma Christine de expressão cansada observava as casas do seu povo com um triste brilho nos olhos.
- Chris! Christine!
- Aqui! Nós estamos aqui!
Christine foi arrancada de seus devaneios pelos gritos dos dois e, andando até eles, deu-se conta de que a haviam deixado sozinha:
- Como é que vocês me deixam sozinha e desmaiada na fronteira da cidade? Só o Fenrir não conseguiria me defender de um ataque eventual de monstros! Lúcifer, eu aposto que isso foi coisa tua!...
Janelas começaram a se abrir, com rostos curiosos e que não se enganavam - aquela era a voz da sua rainha. Christine, enfurecida com o absoluto desleixo tanto de Cataharine quanto de Lúcifer, nem notava a comoção geral.
- ... vocês não pensam nas conseqüências? Eu não teria me acordado a tempo pra defender meu povo!...
- MESTRA!
Christine se surpreendeu com o chamado, mas a névoa e a raiva começavam a se dissipar e ela agora podia enxergar perfeitamente seu povo, seus súditos amados.
O cidadão tomou a mão de Christine, com os olhos lacrimejantes, e a beijou emocionado. Um círculo se formou à volta dela, e muitas pessoas choravam de alegria.
Depois de tanto tempo de abraços, cumprimentos e sorrisos, Lúcifer tocou temerosamente o ombro de Christine.
- Tem um motivo mais importante que as catorze tentativas de homicídio que quase me mataram na última semana pra eu ter te trazido pra cá.
- Catorze tentativas de homicídio? - Christine arregalou os olhos e levantou a voz - Como assim catorze tentativas de homicídio?
- Isso não vem ao caso. Mas... a Rosa Eterna.
- Que tem a espada?
- Ela... desapareceu. - Lúcifer se encolheu enquanto Christine arregalava ainda mais os olhos.
- Como desapareceu?
- Sumiu. Um belo dia eu cheguei lá e ela tinha sumido. É por isso que as coisas estão assim. Tudo esteve bem até que a Rosa Eterna sumiu. A Catharine manteve bem as coisas. Mas assim mesmo, a nossa fonte de vida e proteção desapareceu.
- Isso é grave. Agora não faz sentido eu ficar aqui, porque não tenho forças o bastante pra proteger essa terra. Mas ainda assim...
Christine começou a andar rapidamente em direção ao horizonte. Lá, no horizonte, um castelo de vidro e cristal apareceu. Haviam três enormes torres; uma à esquerda, uma no meio e outra à direita do enorme castelo. Encarapitadas em cima de cada torre estavam três quimeras. As três rugiram e um raio abriu uma porta antes inexistente no enorme castelo. Fenrir correu até alcançar Christine, e ela entrou junto de Catharine e Lúcifer.
O povo, do lado de fora, esperou respeitosamente que a porta se fechasse. Lá dentro, duas escadas guiavam a um mesmo ponto: um altar. O altar, que tinha quatro pilares a sua volta, estava vazio. As roseiras que cresciam presas aos pilares estavam secas e mortas. Christine se adiantou ao altar.
- Como...? Como isso pôde acontecer?
- Não sei, Christine. Mas eu não tenho mais descanso, estou exaurida.
- Só há uma coisa a fazer.
Christine desembainhou sua espada e a enterrou no centro do altar. Um brilho dourado emanou da espada e um enorme estrondo foi ouvido, junto a gritos estridentes de monstros. As roseiras renasceram e as quimeras rugiram uma vez mais. Christine desceu do altar e subiu uma escada lateral, escondida por uma porta enorme ao lado da entrada. Foi até a última janela da torre do meio e saiu na sacada. Um enorme escudo de proteção formara-se em torno do Centro.
- Meu povo! Peço que prestem atenção : Fenrir montará guarda no Altar da Vida durante todos os dias. Ninguém deve voltar a entrar aqui até que eu desça novamente, nem mesmo Lúcifer ou Catharine. As quimeras cuidarão da segurança externa. Qualquer um que violar estas regras porá em risco toda a população, além de ser imediatamente morto pelas quimeras. Vocês devem obedecer e escutar o Lúcifer! Ele é o meu representande enquanto me encontro impotente de lhes ajudar. Agora, partirei. Adeus!
Um assobio longo e forte partiu dos lábios de Christine, chamando a quimera da torre do meio. Christine montou nela e sumiu nas nuvens escarlate do Centro. Voltou, finalmente, a Terra.