Capítulo III - Descobertas.
Christine ficou olhando fixamente para Lorenzo durante um longo tempo, pasma pela sua própria falta de cuidados. Louis parecia ainda mais assustado por não ter visto Lorenzo por ali antes. Essa descoberta não era um bom sinal ou uma boa notícia, pois Lorenzo, que era nada senão um simples humano, poderia acabar se envolvendo em coisas muito maiores do que a simples descoberta de que uma de suas colegas tinha asas e era um anjo. O que estava por vir era uma guerra e todos aqueles que tivessem conhecimento de qualquer coisa ligada à esta guerra sem dúvida alguma estaria envolvido. O problema ali era que Lorenzo era um mero humano e estaria metido com todo o tipo de demônios e anjos.
- Como tu nunca me contou? Eu sempre achei... Eu sempre achei que tu fosse um anjo! Tinha vezes que eu até via uma nuance das tuas asas... Quando tu tava muito feliz ou muito triste, eu podia ver aquelas asas brancas abertas... Eu sempre comentei isso com as pessoas e todo mundo sempre disse que eu te louvava demais.
- Se não era possível pra todos verem então... - Christine arregalou os olhos repentinamente - Lorenzo, tu tem uma espécie de marca no corpo? Mais especificamente em algum dos teus ombros?
- Não... Não tenho marca nenhuma! Mas... por quê dessa pergunta logo agora?
- Nada. Esquece. Por favor, esquece o que tu viu. Su tu ouviu alguma coisa, esquece também. Vai ser melhor pra ti, melhor pra mim, melhor pra todos. Simplesmente esquece.
- Eu não posso simplesmente esquec...
Louis levantou-se repentinamente com uma expressão que oscilava entre o ódio e a surpresa, olhando diretamente para Lorenzo.
- O que foi que eu te fiz, Louis? Pra ti me olhar com essa cara?
Christine entendeu em cerca de segundos que não era para Lorenzo que ele olhava com aquela fúria toda. Suas memórias recentemente recobradas permitiam perfeitamente que ela se lembrasse o que era aquele fenômeno que estava acontecendo bem às costas de Lorenzo. uma espécie de buraco negro se abria no chão, suas pontas vermelhas lembravam o sangue e o desenho de uma rosa vermelha se formou no centro daquele buraco, fazendo um barulho de sucção. Lorenzo virou para trás assustado e não acreditava no que via. Christine balançou a cabeça, com aquela sua expressão de "ele não tem jeito". Ela não se referia nem a Lorenzo nem a Louis, mas sim ao garoto que surgia daquele buraco negro. Ele era lindo, sem dúvida alguma: cabelos negros e curtos (des)arrumados da mesma forma que o cabelo de Lorenzo, olhos azuis em fenda, o corpo bem moldado e sua expressão de deboche que lhe dava um ar no mínimo interessante. Ela o reconheceu imediatamente.
- Por quê raios, Lúcifer, tu não podia esperar até que o Lorenzo saísse daqui? Agora ele tá definitivamente envolvido na nossa guerra, que afinal, é nossa, não dos humanos.
- Ah, Chris... Tu não mudou nada! Ele já estava envolvido de qualquer jeito. Não tinha mais como proteger esse menino. E essa guerra é sim dos humanos, tu sabe bem disso.
- Se o Éden joga sujo, nós não precisamos disso.
- Talvez não precisássemos, mas a tua bondade com as almas que eu guardei por eras acabou com o nosso estoque.
- Como se tu podesse me enganar com esse argumento. Eu sei que milhares e milhares de almas descem pro Centro todos os dias. E descem muito mais do que sobem. Além do que, eu também sei que não somente os melhores, mas uma grande quantidade de anjos tem se rebelado e mudado de lado. Lúcifer, eu sei o que acontece, eu recebi toda a minha memória e acredite, eu não vou te deixar danificar a Terra, não vou te deixar fazer o mesmo jogo sujo que o Éden.
- Tudo bem! A senhorita voltou a ter controle (e mais do que eu) sobre o Centro, afinal, tu já sabes como fazer pra descer e continuas sendo a queridinha dos Anjos Caídos. A não ser que os boatos que tu desertou da Rosa sejam verdade...
- Eu jamais desertaria da Rosa. Meu povo me ama e precisa de mim tanto quanto precisava no início dos tempos, Lúcifer, e eu amo meu povo tanto ou mais do que amava nos primórdios da criação.
- Ótimo, era isso que eu queria saber. - era bem previsível que aquela encenação de roubar almas humanas fosse conversa fiada, Lúcifer não era assim. - Louis! Meu amigo querido!
- Eu não sou teu amigo, Lúcifer, e tu sabes disso!
- Eu achei que depois de todo esse tempo tu tivesse esquecido, como eu, mas parece que não...
- Tu? Esquecer que perdeu? Humpf. Me faz rir! - Louis estava positivamente irritado. Lúcifer começou a se irritar com aquilo também.
- Que sair no duelo? A gente ainda pode resolver isso no mano-a-mano!
Em resposta, Louis abriu enormes asas brancas e imaculadas, e uma luz branca emanou de seu corpo. Lúcifer, por sua vez, abriu asas negras, tão grandes quanto as de Louis, e encarou o seu oponente com fúria e desdém nos olhos.
- Já chega!
Christine explodiu com aquela briga e abriu suas asas: metade demônio, metade anjo. Uma luz meio negra meio branca emanou dela e seus olhos verdes se tornaram vermelhos como o sangue. Seus cabelos negros, cacheados, flutuavam com um vento forte e repentino, antes inexistente. Louis e Lúcifer se assustaram e recolheram as asas, mas continuaram a olhar um para o outro com profundo ódio. Lorenzo se encolheu a um canto, assustado com tudo aquilo. Christine se acalmou e voltou ao normal.
- Se eu vir vocês dois brigando de novo, eu juro que dou um jeito de o Louis perder as asas e faço as almas do Centro se virarem contra ti, Lúcifer!
- Não que elas precisem muito pra isso...
- Chega, eu disse! - Lúcifer demonstrou um brilho de medo nos olhos e se encolheu um pouco - Não quero saber disso de novo. Nós estamos do mesmo lado, embora o Louis seja um anjo, e não um Anjo Caído, e não faça nem idéia de que aparência tem o Centro.
- Chrsitine, eu não vou suportar lutar do lado desse...
- Louis, JÁ CHEGA!
- Desculpe. - Louis falou baixando não somente a cabeça como a voz, para um sussurro.
Christine se deu conta do que estava acontecendo. E se virou rapidamente para Lorenzo, encolhido a um canto da sua pequena Casa das Rosas. Este se encolheu mais ainda, com um medo nunca antes visto nos olhos.
- Olha, a gente te deve explicações. Muitas explicações. Tu já ficou envolvido demais nessa guerra pra ficar com essa cara de medo, encolhido a um canto sem entender nada do que acontece. Vem.
- Tu...
- É, eu também sou um demônio, não é à toa que eu tenho a marca da rosa, que é a marca do Anjos Caídos, os protetores do Centro.
- E o que raios é esse tal de Centro?
- É o popular inferno.
- Eu... Não entendo... Mais nada...
- Mais do que nunca, eu te entendo. Senta aqui e a gente te explica.
- Não, péra aí, eu sou o grande imperador do Centro, quem te disse que eu tenho tempo pra explicar pra um garoto que a vida dele não deve durar mais que três meses porque ele tá metido numa guerra entre o céu e o inferno?
- Eu disse.
- Tudo bem. Tô sentando.
- Como tu nunca me contou? Eu sempre achei... Eu sempre achei que tu fosse um anjo! Tinha vezes que eu até via uma nuance das tuas asas... Quando tu tava muito feliz ou muito triste, eu podia ver aquelas asas brancas abertas... Eu sempre comentei isso com as pessoas e todo mundo sempre disse que eu te louvava demais.
- Se não era possível pra todos verem então... - Christine arregalou os olhos repentinamente - Lorenzo, tu tem uma espécie de marca no corpo? Mais especificamente em algum dos teus ombros?
- Não... Não tenho marca nenhuma! Mas... por quê dessa pergunta logo agora?
- Nada. Esquece. Por favor, esquece o que tu viu. Su tu ouviu alguma coisa, esquece também. Vai ser melhor pra ti, melhor pra mim, melhor pra todos. Simplesmente esquece.
- Eu não posso simplesmente esquec...
Louis levantou-se repentinamente com uma expressão que oscilava entre o ódio e a surpresa, olhando diretamente para Lorenzo.
- O que foi que eu te fiz, Louis? Pra ti me olhar com essa cara?
Christine entendeu em cerca de segundos que não era para Lorenzo que ele olhava com aquela fúria toda. Suas memórias recentemente recobradas permitiam perfeitamente que ela se lembrasse o que era aquele fenômeno que estava acontecendo bem às costas de Lorenzo. uma espécie de buraco negro se abria no chão, suas pontas vermelhas lembravam o sangue e o desenho de uma rosa vermelha se formou no centro daquele buraco, fazendo um barulho de sucção. Lorenzo virou para trás assustado e não acreditava no que via. Christine balançou a cabeça, com aquela sua expressão de "ele não tem jeito". Ela não se referia nem a Lorenzo nem a Louis, mas sim ao garoto que surgia daquele buraco negro. Ele era lindo, sem dúvida alguma: cabelos negros e curtos (des)arrumados da mesma forma que o cabelo de Lorenzo, olhos azuis em fenda, o corpo bem moldado e sua expressão de deboche que lhe dava um ar no mínimo interessante. Ela o reconheceu imediatamente.
- Por quê raios, Lúcifer, tu não podia esperar até que o Lorenzo saísse daqui? Agora ele tá definitivamente envolvido na nossa guerra, que afinal, é nossa, não dos humanos.
- Ah, Chris... Tu não mudou nada! Ele já estava envolvido de qualquer jeito. Não tinha mais como proteger esse menino. E essa guerra é sim dos humanos, tu sabe bem disso.
- Se o Éden joga sujo, nós não precisamos disso.
- Talvez não precisássemos, mas a tua bondade com as almas que eu guardei por eras acabou com o nosso estoque.
- Como se tu podesse me enganar com esse argumento. Eu sei que milhares e milhares de almas descem pro Centro todos os dias. E descem muito mais do que sobem. Além do que, eu também sei que não somente os melhores, mas uma grande quantidade de anjos tem se rebelado e mudado de lado. Lúcifer, eu sei o que acontece, eu recebi toda a minha memória e acredite, eu não vou te deixar danificar a Terra, não vou te deixar fazer o mesmo jogo sujo que o Éden.
- Tudo bem! A senhorita voltou a ter controle (e mais do que eu) sobre o Centro, afinal, tu já sabes como fazer pra descer e continuas sendo a queridinha dos Anjos Caídos. A não ser que os boatos que tu desertou da Rosa sejam verdade...
- Eu jamais desertaria da Rosa. Meu povo me ama e precisa de mim tanto quanto precisava no início dos tempos, Lúcifer, e eu amo meu povo tanto ou mais do que amava nos primórdios da criação.
- Ótimo, era isso que eu queria saber. - era bem previsível que aquela encenação de roubar almas humanas fosse conversa fiada, Lúcifer não era assim. - Louis! Meu amigo querido!
- Eu não sou teu amigo, Lúcifer, e tu sabes disso!
- Eu achei que depois de todo esse tempo tu tivesse esquecido, como eu, mas parece que não...
- Tu? Esquecer que perdeu? Humpf. Me faz rir! - Louis estava positivamente irritado. Lúcifer começou a se irritar com aquilo também.
- Que sair no duelo? A gente ainda pode resolver isso no mano-a-mano!
Em resposta, Louis abriu enormes asas brancas e imaculadas, e uma luz branca emanou de seu corpo. Lúcifer, por sua vez, abriu asas negras, tão grandes quanto as de Louis, e encarou o seu oponente com fúria e desdém nos olhos.
- Já chega!
Christine explodiu com aquela briga e abriu suas asas: metade demônio, metade anjo. Uma luz meio negra meio branca emanou dela e seus olhos verdes se tornaram vermelhos como o sangue. Seus cabelos negros, cacheados, flutuavam com um vento forte e repentino, antes inexistente. Louis e Lúcifer se assustaram e recolheram as asas, mas continuaram a olhar um para o outro com profundo ódio. Lorenzo se encolheu a um canto, assustado com tudo aquilo. Christine se acalmou e voltou ao normal.
- Se eu vir vocês dois brigando de novo, eu juro que dou um jeito de o Louis perder as asas e faço as almas do Centro se virarem contra ti, Lúcifer!
- Não que elas precisem muito pra isso...
- Chega, eu disse! - Lúcifer demonstrou um brilho de medo nos olhos e se encolheu um pouco - Não quero saber disso de novo. Nós estamos do mesmo lado, embora o Louis seja um anjo, e não um Anjo Caído, e não faça nem idéia de que aparência tem o Centro.
- Chrsitine, eu não vou suportar lutar do lado desse...
- Louis, JÁ CHEGA!
- Desculpe. - Louis falou baixando não somente a cabeça como a voz, para um sussurro.
Christine se deu conta do que estava acontecendo. E se virou rapidamente para Lorenzo, encolhido a um canto da sua pequena Casa das Rosas. Este se encolheu mais ainda, com um medo nunca antes visto nos olhos.
- Olha, a gente te deve explicações. Muitas explicações. Tu já ficou envolvido demais nessa guerra pra ficar com essa cara de medo, encolhido a um canto sem entender nada do que acontece. Vem.
- Tu...
- É, eu também sou um demônio, não é à toa que eu tenho a marca da rosa, que é a marca do Anjos Caídos, os protetores do Centro.
- E o que raios é esse tal de Centro?
- É o popular inferno.
- Eu... Não entendo... Mais nada...
- Mais do que nunca, eu te entendo. Senta aqui e a gente te explica.
- Não, péra aí, eu sou o grande imperador do Centro, quem te disse que eu tenho tempo pra explicar pra um garoto que a vida dele não deve durar mais que três meses porque ele tá metido numa guerra entre o céu e o inferno?
- Eu disse.
- Tudo bem. Tô sentando.
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