Capítulo Último.
- Mãe, a mana já chegou? Não? Ah... Erm... Valeu...
- Puta merda...
- Que houve?
- Olha.
- PUTA MERDA!
- Cara, a gente tem que voltar!
- O que houve?
- É, o que aconteceu?
- Nada demais. A gente tem que voltar.
- Ok, a gente vai junto.
- Não!
- Não... Não é uma boa idéia.
- Mas eu QUERO ir até lá e saber o que houve com a minha irmã.
- Eu preciso saber o que houve com a minha amiga.
- Olha, acreditem, é melhor que vocês fiquem aqui.
- Hunf...
- Ok, obrigado por serem tão compreensivas. - Will deu um beijo na testa da Mari. Alex já tava quase na esquina. Desesperado. - PORRA MEU! ESPERA, CARALHO!
- Não dá!
- To... Tomem cuidado!
- Ok!
Eu sabia que tinha alguma coisa errada ali. Aliás, eu tinha mais do que certeza de que tinha alguma coisa acontecendo com a Angé e não sabia o quê. Aliás, pela expressão do Will eles também não sabiam o que tinha acontecido com ela. Mari estava em uma das suas poucas crises verdadeiras. Por ser um pouco superficial, as poucas crises que ela normalmente tinha eram por causa de um fora ou coisa assim. Mas em geral, a Mariana era uma garota muito equilibrada e racional, e só perdia pra irmã, que muito raramente perdia a cabeça. Mas a coisa mudava quando acontecia alguma coisa séria com Angélique e Mariana não tinha como fazer nada. As duas eram muito ligadas, e normalmente quem mais precisava da irmã era Mariana, por causa da sua pendência peculiar a se meter no que não devia, fosse pela sua leviandade e inocência, fosse pelo bom coração, o que levava Mariana a acreditar que estaria pra sempre sozinha se qualquer coisa de realmente séria acontecesse a irmã. E ela agora estava em um estado deplorável, sentada, com as mãos segurando a cabeça, mas sem derramar uma lágrima que fosse. Mari nunca chorava. Mas ela parecia "fora do ar", sem poder pensar ou agir ou qualquer coisa que identifcasse que ela era humana e vivia; estava completamente parada. O que, no caso das gêmeas, significava o cúmulo do desespero e da infelicidade, misturados. Eu só tinha visto a Angélique assim, e uma vez, quando ela achou ter perdido o Alex pra sempre. Mas, como ela mesma costumava dizer, "o pra sempre sempre acaba". E o fato de uma das garotas mais equilibradas que o mundo já viu entrar em desespero era pra mim a anunciação do apocalipse.
***
William e Alex corriam enlouquecidos até o esconderijo de Cristiano, preocupados. Ou Angélique estava em reais apuros ou ela jamais pediria ajuda, isso era certo.
- O que será que aconteceu?
- Vou saber? Vamo logo!
Quando os dois chegaram na porta do esconderijo, havia uma garota gritando no porão, e dois garotos se preparaam para descer e provavelmente silenciá-la; Alex reconheceu a voz, era Lúcia, uma garota há muito excluída dentro da escola e que odiava de todo o coração Angélique. Ele ficou imaginando porque ela teria sido presa no porão, soubera que ela e Crsitiano tinham se aliado.
- Vamo entrar logo.
- Calma cara. Vamo esperar os dois entrarem no porão, vai ser mais fácil pra nós, assim não vamos ter obstáculos.
- Mas eles podem machucar quem estiver lá dentro.
- A nossa priori é a Angé. Fica frio aí, ela com certeza tá em apuros muito mais sérios que os dois ali embaixo.
- Ó, desceram. Vamo!
- Vamo!
Eles entraram apressados na casa, que caía aos pedaços; mas sempre sem fazer barulho, pra não chamar a atenção dos dois trogloditas abaixo deles, qualquer movimento muito brusco era arriscado. Tentaram achar Angélique na sala, e não conseguiram. Se espantaram muito quando foram até o corredor e acharam uma das portas, a que ligava a um quarto que tinha apenas alguns colchonetes, semi aberta. Will fez sinal de silêncio, passou na frente e pediu que Alex esperasse. Ele estava muito ansioso e preocupado com a namorada. Alex segurou a manga de Will:
- Eu quero entrar na frente.
- Não é uma boa idéia. Faz o seguinte: tu acha que dá conta daqueles dois lá embaixo?
- Talvez. É só nocautear um silenciosamente e o outro é fácil.
- Ok. Desce e ajuda aqueles dois.
- Mas eu quero saber o que esse filho da p...
- Fala baixo, porra.
- Desculpe. Eu quero saber o que aquele infeliz pretende fazer com a minha namorada, aproveitar e quebrar a cara daquele infeliz de uma vez.
- Tu tá muito ansioso e pode fazer alguma cagada. Vai até lá embaixo e ajuda a guria e o Guilherme.
- Hunf... Ok...
Alex saiu, contrariado, e Will parou e abriu a porta com vagar e cuidado; Angélique estava desmaiada em cima de um dos colchonetes, e Cristiano olhando pra ela e afrouxando a camiseta; William não demorou muito pra perceber o que estava acontecendo ali. Felizmente, Cristiano estava de costas pra porta. Angélique estava amarrada a duas argolas na parede. Will ficou imaginando o que eles não fariam naquele quarto. Filhos da puta. Foi se aproximando do seu maior desafeto escolar com cautela; não poderia ser percebido. Quando chegou perto, desferiu um soco forte no topo da cabeça de Cristiano - este cambaleou um pouco, mas não caiu. Região errada. Merda.
- Como...? Seu desgraçado! - Cristiano partiu pra cima de William, furioso
- Bastard! Como você ousa tentar fazer isso com uma amiga minha?! - deu um soco forte na cara do Cristiano, depois de desviar de outro. Seguido de um chute forte, foi o bastante para levar o garoto a nocaute. - Playboyzinho fraco de merda. Nem pra uma luta interessante ele serve.
Decidiu desamarrar Angélique primeiro. Alex devia estar se virando bem, ele fazia aulas de luta desde pequeno, não era burro.
***
Eu pensei muito antes de fazer o que fiz, mas eu fiz. E ainda bem que fiz, diga-se de passagem. Algo como dois minutos depois que os garotos saíram correndo, eu me levantei, peguei a mão da Mari e obriguei ela a correr comigo, coisa que ela odiava fazer. E corri, o mais rápido que podia, pra o esconderijo do meu "querido" ex. Deixei a Mari na entrada, um pouco receosa, sim, mas com certeza seria muito mais seguro do que dentro da casa. Eu acho que nunca raciocinei tão bem na minha vida. Fui avançando com calma e vi um dos garotos do Cristiano, o Vinícius, indo na direção de um dos quartos. Não demorei muito pra adivinhar o que Cristiano queria fazer com Angé e rezei pra que os garotos tivessem chegado a tempo. Fui atrás dele devagar e silenciosamente. Will estava no quarto, abaixado, do lado da Angé, desmaiada, desamarrando as cordas que prendiam ela à parede. Vinícius era burro, mas não era tanto e tinha preferido conservar o elemento surpresa.
- WILL! CUIDADO! ATRÁS DE TI!
Naquela hora o Vinícius olhou pra trás, surpreso, junto com o Will, mas esse foi mais rápido. Deu um soco forte bem no topo da cabeça do Vinícius, que caiu instantaneamente, fazendo o estrondo de um armário. O Will fez cara de assustado.
- Cadê o Alex?
- Não sei. Não vi. Achei que ele tivesse entrado aqui contigo e talvez tivesse saído pra chamar a polícia, ou algo assim.
- Merda!
Will saiu correndo e eu terminei de desamarrar a Angé. Ele entrou no porão, eu ouvi uma pancada e um berro do Will de raiva. Corri pra lá.
- O que houve? - Eu tinha terminado de meter a cabeça pra dentro do porão. - Meu deus...!
Tapei o nariz. Aquele lugar cheirava a podre como eu nunca tinha visto. Lúcia, uma garota bem impopular do nosso colégio, jazia estirada e desmaida, um pouco agredida, em um dos cantos. Aos pés do Will, um dos capangas do Cristiano jazia no chão depois de um golpe violento sabe-se lá aonde. Ele estava bem arranhado nos braços, o que me sugeria que eles tinham trazido a Lúcia ali pra baixo a pouco tempo. E em outro canto, com feridas em carne viva, acabado, com um prato de frutas podres do lado, estava o Gui, desmaiado, em um estado realmente deplorável - palavra que eu tinha aprendido recentemente com a Angé -. Corri pra ele, o abracei e o ninei, chorando.
- Olha, Aninha, é melhor a gente sair daqui. Eu acho que dou conta do Alex, a Angé já deve estar acordando, provavelmente ela já vai acordar berrando e querendo assassinar o Cristiano, então ela carrega o Guilherme, e a Lúcia...
- Eu posso ir andando.
- Melhor pra nós. Então, Aninha, vou te pedir o favor de ajuda a Angélique a carregar o...
- CADÊ AQUELE FILHO DE UMA PUTA?!
- Enfim, talvez não precise. Vam'bora.
***
The End.
- Puta merda...
- Que houve?
- Olha.
- PUTA MERDA!
- Cara, a gente tem que voltar!
- O que houve?
- É, o que aconteceu?
- Nada demais. A gente tem que voltar.
- Ok, a gente vai junto.
- Não!
- Não... Não é uma boa idéia.
- Mas eu QUERO ir até lá e saber o que houve com a minha irmã.
- Eu preciso saber o que houve com a minha amiga.
- Olha, acreditem, é melhor que vocês fiquem aqui.
- Hunf...
- Ok, obrigado por serem tão compreensivas. - Will deu um beijo na testa da Mari. Alex já tava quase na esquina. Desesperado. - PORRA MEU! ESPERA, CARALHO!
- Não dá!
- To... Tomem cuidado!
- Ok!
Eu sabia que tinha alguma coisa errada ali. Aliás, eu tinha mais do que certeza de que tinha alguma coisa acontecendo com a Angé e não sabia o quê. Aliás, pela expressão do Will eles também não sabiam o que tinha acontecido com ela. Mari estava em uma das suas poucas crises verdadeiras. Por ser um pouco superficial, as poucas crises que ela normalmente tinha eram por causa de um fora ou coisa assim. Mas em geral, a Mariana era uma garota muito equilibrada e racional, e só perdia pra irmã, que muito raramente perdia a cabeça. Mas a coisa mudava quando acontecia alguma coisa séria com Angélique e Mariana não tinha como fazer nada. As duas eram muito ligadas, e normalmente quem mais precisava da irmã era Mariana, por causa da sua pendência peculiar a se meter no que não devia, fosse pela sua leviandade e inocência, fosse pelo bom coração, o que levava Mariana a acreditar que estaria pra sempre sozinha se qualquer coisa de realmente séria acontecesse a irmã. E ela agora estava em um estado deplorável, sentada, com as mãos segurando a cabeça, mas sem derramar uma lágrima que fosse. Mari nunca chorava. Mas ela parecia "fora do ar", sem poder pensar ou agir ou qualquer coisa que identifcasse que ela era humana e vivia; estava completamente parada. O que, no caso das gêmeas, significava o cúmulo do desespero e da infelicidade, misturados. Eu só tinha visto a Angélique assim, e uma vez, quando ela achou ter perdido o Alex pra sempre. Mas, como ela mesma costumava dizer, "o pra sempre sempre acaba". E o fato de uma das garotas mais equilibradas que o mundo já viu entrar em desespero era pra mim a anunciação do apocalipse.
***
William e Alex corriam enlouquecidos até o esconderijo de Cristiano, preocupados. Ou Angélique estava em reais apuros ou ela jamais pediria ajuda, isso era certo.
- O que será que aconteceu?
- Vou saber? Vamo logo!
Quando os dois chegaram na porta do esconderijo, havia uma garota gritando no porão, e dois garotos se preparaam para descer e provavelmente silenciá-la; Alex reconheceu a voz, era Lúcia, uma garota há muito excluída dentro da escola e que odiava de todo o coração Angélique. Ele ficou imaginando porque ela teria sido presa no porão, soubera que ela e Crsitiano tinham se aliado.
- Vamo entrar logo.
- Calma cara. Vamo esperar os dois entrarem no porão, vai ser mais fácil pra nós, assim não vamos ter obstáculos.
- Mas eles podem machucar quem estiver lá dentro.
- A nossa priori é a Angé. Fica frio aí, ela com certeza tá em apuros muito mais sérios que os dois ali embaixo.
- Ó, desceram. Vamo!
- Vamo!
Eles entraram apressados na casa, que caía aos pedaços; mas sempre sem fazer barulho, pra não chamar a atenção dos dois trogloditas abaixo deles, qualquer movimento muito brusco era arriscado. Tentaram achar Angélique na sala, e não conseguiram. Se espantaram muito quando foram até o corredor e acharam uma das portas, a que ligava a um quarto que tinha apenas alguns colchonetes, semi aberta. Will fez sinal de silêncio, passou na frente e pediu que Alex esperasse. Ele estava muito ansioso e preocupado com a namorada. Alex segurou a manga de Will:
- Eu quero entrar na frente.
- Não é uma boa idéia. Faz o seguinte: tu acha que dá conta daqueles dois lá embaixo?
- Talvez. É só nocautear um silenciosamente e o outro é fácil.
- Ok. Desce e ajuda aqueles dois.
- Mas eu quero saber o que esse filho da p...
- Fala baixo, porra.
- Desculpe. Eu quero saber o que aquele infeliz pretende fazer com a minha namorada, aproveitar e quebrar a cara daquele infeliz de uma vez.
- Tu tá muito ansioso e pode fazer alguma cagada. Vai até lá embaixo e ajuda a guria e o Guilherme.
- Hunf... Ok...
Alex saiu, contrariado, e Will parou e abriu a porta com vagar e cuidado; Angélique estava desmaiada em cima de um dos colchonetes, e Cristiano olhando pra ela e afrouxando a camiseta; William não demorou muito pra perceber o que estava acontecendo ali. Felizmente, Cristiano estava de costas pra porta. Angélique estava amarrada a duas argolas na parede. Will ficou imaginando o que eles não fariam naquele quarto. Filhos da puta. Foi se aproximando do seu maior desafeto escolar com cautela; não poderia ser percebido. Quando chegou perto, desferiu um soco forte no topo da cabeça de Cristiano - este cambaleou um pouco, mas não caiu. Região errada. Merda.
- Como...? Seu desgraçado! - Cristiano partiu pra cima de William, furioso
- Bastard! Como você ousa tentar fazer isso com uma amiga minha?! - deu um soco forte na cara do Cristiano, depois de desviar de outro. Seguido de um chute forte, foi o bastante para levar o garoto a nocaute. - Playboyzinho fraco de merda. Nem pra uma luta interessante ele serve.
Decidiu desamarrar Angélique primeiro. Alex devia estar se virando bem, ele fazia aulas de luta desde pequeno, não era burro.
***
Eu pensei muito antes de fazer o que fiz, mas eu fiz. E ainda bem que fiz, diga-se de passagem. Algo como dois minutos depois que os garotos saíram correndo, eu me levantei, peguei a mão da Mari e obriguei ela a correr comigo, coisa que ela odiava fazer. E corri, o mais rápido que podia, pra o esconderijo do meu "querido" ex. Deixei a Mari na entrada, um pouco receosa, sim, mas com certeza seria muito mais seguro do que dentro da casa. Eu acho que nunca raciocinei tão bem na minha vida. Fui avançando com calma e vi um dos garotos do Cristiano, o Vinícius, indo na direção de um dos quartos. Não demorei muito pra adivinhar o que Cristiano queria fazer com Angé e rezei pra que os garotos tivessem chegado a tempo. Fui atrás dele devagar e silenciosamente. Will estava no quarto, abaixado, do lado da Angé, desmaiada, desamarrando as cordas que prendiam ela à parede. Vinícius era burro, mas não era tanto e tinha preferido conservar o elemento surpresa.
- WILL! CUIDADO! ATRÁS DE TI!
Naquela hora o Vinícius olhou pra trás, surpreso, junto com o Will, mas esse foi mais rápido. Deu um soco forte bem no topo da cabeça do Vinícius, que caiu instantaneamente, fazendo o estrondo de um armário. O Will fez cara de assustado.
- Cadê o Alex?
- Não sei. Não vi. Achei que ele tivesse entrado aqui contigo e talvez tivesse saído pra chamar a polícia, ou algo assim.
- Merda!
Will saiu correndo e eu terminei de desamarrar a Angé. Ele entrou no porão, eu ouvi uma pancada e um berro do Will de raiva. Corri pra lá.
- O que houve? - Eu tinha terminado de meter a cabeça pra dentro do porão. - Meu deus...!
Tapei o nariz. Aquele lugar cheirava a podre como eu nunca tinha visto. Lúcia, uma garota bem impopular do nosso colégio, jazia estirada e desmaida, um pouco agredida, em um dos cantos. Aos pés do Will, um dos capangas do Cristiano jazia no chão depois de um golpe violento sabe-se lá aonde. Ele estava bem arranhado nos braços, o que me sugeria que eles tinham trazido a Lúcia ali pra baixo a pouco tempo. E em outro canto, com feridas em carne viva, acabado, com um prato de frutas podres do lado, estava o Gui, desmaiado, em um estado realmente deplorável - palavra que eu tinha aprendido recentemente com a Angé -. Corri pra ele, o abracei e o ninei, chorando.
- Olha, Aninha, é melhor a gente sair daqui. Eu acho que dou conta do Alex, a Angé já deve estar acordando, provavelmente ela já vai acordar berrando e querendo assassinar o Cristiano, então ela carrega o Guilherme, e a Lúcia...
- Eu posso ir andando.
- Melhor pra nós. Então, Aninha, vou te pedir o favor de ajuda a Angélique a carregar o...
- CADÊ AQUELE FILHO DE UMA PUTA?!
- Enfim, talvez não precise. Vam'bora.
***
The End.
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