. Rosas & Lírios: o céu e o inferno entraram em guerra. As armas? Almas humanas.

Um blog que tem sempre uma história rolando. A história atual é Rosas & Lírios, um conflito entre o céu e o inferno pela liberdade e pela posse do universo.

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O sol é minha enegia e o calor, meu combustível. O céu azul é meu sorriso mais eterno, e as penas de minhas asas foram esparramadas ao redor do teto do mundo; são as nuvens, às vezes brancas e puras, às vezes negras e corruptas. Não pude aprender a amar o frio, a noite ou a chuva - e no entanto, eles me amam mais que a tudo. E seus presentes são sempre as palavras.

Sunday, April 16, 2006

Capítulo sexto - Parte um

Fim de tarde, pôr-do-sol. A parte do dia que mais amava. De volta àquela pacata cidade, fazia tempo. Bons tempos. Estava cansado, a viajem lhe tomara grande parte do dia. Chegando em casa logo ligou o rádio, não vivia sem música. Soms altos, pesados. E que se danem as horas! Depois de alguns minutos, estava de banho tomado, na cama, apenas com os pensamentos sobre o dia seguinte. Encontraría elas novamente. Sorriu secretamente, virou-se e dormiu.
* * * * *
Novo dia. Cinzento, mas novo. Segunda-feira. Como previsto acordara atrasado, e chegara em cima da hora na escola. Não teve tempo de procurá-las, ficaria para o intervalo. O tempo passa em lapsos quando se tem uma meta. E assim o fez novamente. Enquanto saía ao intervalo, perguntou-se por onde diabos iria começar. Não precisou pensar em demasia, elas estavam logo ali à porta do pátio. Enquanto caminhava em direção a elas percebeu que algo estava errado, desde sempre eram três, mas ali só haviam duas. Conhecia-nas demais pra pensar que estava tudo certo se não estavam juntas mesmo após apenas 5 minutos do sinal. Analisou a cena. Anne estava no chão com as mãos no rosto e Mary estava de pé. Ele sabia que as posições sempre indicavam as intenções. Quem estava sentado, sempre era de alguma forma o centro de atenções do grupo. Mãos no rosto significavam arrependimento, angústia e tristeza. E quem estava de pé, bem normalmente porderia se dizer que estava impaciênte com a situação. Mas isso não se aplicava a Mary. Sabia que Mary era extremamente leviana e desatenciosa. Podia ser superficial por vezes, mas era sempre fiel. Era leve mas determinada. Era por isso que a amava mais que as outras. Chegou perto, elas nem perceberam. Sem ser notado chegou até as costas de Mary, e falou, sua voz baixa, grave e um tanto rouca:


- Eu sei que minha presença às vezes disperta tristeza, mas não são necessárias lágrimas.
- Will! Você voltou! - e o abraçou ternamente, ele sentiu corar.
- Eu sempre volto lembra?
- Melhor assim! - sorriu


Olhou para baixo, e viu a figura de Anne. O rosto vermelho, manchado pelas lágrimas. Ela afastou o cabelo, e daquele mar de tristeza veio um sorriso radiante. Sem uma palavra ela o abraçou. Não a mesma coisa de com a Mary. Foi forte. Sentiu toda a dor dela, os gritos que ela gostaria de dar, o frio.
- Shh...
- Que bom que você voltou... - disse ela com a voz abafada.
- Sente aqui, e me conta o que aconteceu. Calma...

Mesmo antes que começasse a falar ele viu de longe. Aninha e Cris. Juntos. Ele desejou mais que tudo que aquilo fosse uma ilusão. E mas profundamente que esse não fosse o motivo das lágrimas de Anne. Mas teve seus medos concretizados. Conforme a Mary contava a história toda, dentro dele crescia uma raiva incontrolável. Quando ela terminou, ele chingou baixinho:


- Stupid, bastard, fucker, ASSHOLE!! Bastardo imundo. - não havia palavras suficientemente ruins em português para definir Cris.


Ele e Cris haviam estudado juntos desde que ele se lembrava. Digamos que eram os opostos na sala. Will sempre acreditou na inteligência, no intelecto. Cris sempre acreditou na força. Conforme foram crescendo se tornaram os maiores rivais. Will era o excluído, principalmente por dois motivos: era inteligênte demais, e respeitava e venerava as garotas. Cris arrumou sua turminha aos poucos, se tornaram populares, e partiram corações. Will no entanto acabou conhecendo, em meio a sua solidão auto-infligida, três garotas surpreendentes. Anne, Mary e Aninha. Anne era uma das garotas mais populares do colégio desde a quinta série, talvez por sua beleza, talvez por sua determinação. Era umas meninas mais fortes que já conhecera. Tão forte que carregava o fardo de proteger naquele inferno chamado escola as suas duas melhores amigas. Protegia-nas tanto que ficava desprotegida. Mary era a leveza em pessoa, sempre via a face bela da vida, despreocupada, desatenta e isso podia paracer arrogância as vezes,mas fora isso que sempre a fez a preferida dele. Aninha nunca fora com a cara dele, talvez porque tivesse medo daquele ser sombrio, talvez porque ele odiasse mais que tudo o seu grande amor. Cris. Voltou de seus devaneios com a voz de Anne ao seus ouvidos:


- Me diz o que eu faço agora,eu perdi minha amiga e perdi a oportunidade de protegê-la...

- Isso não. No men woths a friendship. - sabia que Anne compreendia o seu impulso de falar inglês. - Além do mais, vou ajudar vocês.

- Vai!? - perguntou supresa.

- É lógico! Esqueceu que somos irmãos? - E viu um sorriso ainda mais radiante surgir no rosto vermelho dela.

- Brigado, mesmo.

- Minha obrigação, oras. Agora vai lavar esse rosto, enquanto eu penso em alguma coisa pra mostrar pra cabeça dura da Aninha que esse Cris é um asno mal feito.

- Tá certo. - e sorriu mais uma vez

Will esperou ela desaparecer na porta do colégio e virou-se para Mary:


- Uma garota e tanto essa aí.

- É. Minha irmã gêmea, queria o que? - e sorriu envergonhada

- É... - ela pegou na sua mão e sentiu corar novamente.

- Você é um garoto muito especial - ao que ele apenas sorriu.


O sinal bate. O curto momento de romantismo cessou-se pelas batidas de centenas de pares de pés. Will olhou à volta em busca de Anne, mas acabou encontrando quem menos queria. Aninha e Cris vinham lentamente em direção à porta, que por um acaso estava logo atrás dele. Cris com o olhar mais cínico do mundo olhava para Aninha, que se aninhava ao seu lado, com um rosto bêbado de felicidade. Assim que perceberam a presença dele, Will viu no rosto de Aninha o olhar mais frio que já vira na vida. Ele passeou de Mary pra Will rapidamente e depois ela se virou. Então Will olhou Cris bem fundo nos olhos e sentiu ao mesmo tempo nojo e ódio incomensuráveis. O sentimento era recíproco.Trocaram por alguns segundos tensos um olhar perigoso. Quando eles se foram, Mary e Will entraram na escola.


- Vou caçar a Anne, a gente se vê na saída.

- Okay! - *Beijo no rosto muito próximo da boca (xP)* - Se vemos.


Will correu pra aula de Física, mas sabia que ia precisar de uma boa dose de Disc Man pra poder pensar em algum plano. Mas agora, aos vetores...