Capítulo Décimo Primeiro
- Putz.
- Foi por pouco.
- Muito pouco.
- Eu fico imaginando o que eles fariam com a gente se nos vissem lá dentro.
- Cara, cadê a Anne?
- Não sei. Tava atrás de mim. AH! Ela parou um pouco pra arrumar o tapete e ninguém ficar sabendo que a gente esteve lá. Olha lá, as gurias tão vindo.
- Cadê a Anne?
- Não sabemos. Achamos que ficou pra trás.
- Deve ter ido pra casa por outro caminho, pra nos assustar, no mínimo. Bem coisa dela. Ela vai dar risada da gente quando a gente chegar lá.
- Não tenho essa certeza toda...
- Ah, Mari, esquenta a cabeça não.
- É, vambora.
- Pera, escuta.
- Vamo, pô!
- Tá, tá.
***
- Cris, eu acho que tem alguém aqui. Eu sinto.
[Se eles me descobrirem, o Guilherme tá acabado... Preciso dar um jeito de sair daqui sem ser vista!]
- Tá ficando sensitivo demais. Deixa de ser viado. Se tiver alguém aqui, é um daqueles mendigos que dormem nesse lugar.
- Alguém pode ter descoberto...
- Quem descobriria? Deixa de ser imbecil, mesmo que alguém tenha vindo procurar, jamais acharia o porão, ninguém que viesse procurar jamais desconfiaria...
[Eu desconfiei, idiota.]
- Acho que não, né?
- É claro que não, Lúcia. Ninguém jamais teria cabeça o bastante pra isso.
- A Angelique teria.
- É claro que não teria! Ela não é tão maravilhosa como vocês pensam! Ela não é um gênio, ela não é uma deusa, é claro que ela jamais descobriria!
[Credo, eu sabia que tinham pessoas no mundo que não gostavam de mim, mas essa garota me detesta. Que foi que eu fiz pra ela?]
- Mas ela é quase, Lúcia. Não te atreve a falar dela assim na minha frente.
[Só o que me faltava, um merda desses me defendendo.]
- Tá, Cristiano, tá.
- Olha só, eu realmente tô ficando desconfiado.
- Tá Vinícius, vasculha logo a porra da casa pra ver se acha alguém e para de torrar o saco.
- Brigado.
[Meu deus, o cara não pode nem vasculhar a casa sem a permissão desse merda. Que gentinha! De qualquer forma, preciso sair daqui. E rápido.]
Cristiano senta em um sofá completamente detonado e fica observando. Lúcia senta-se ao seu lado e começa a cantar.
[Credo, ela canta muito mal. E eu reclamava da Aninha...]
- Porra, Lúcia, fica de boca fechada.
- Não pensa que tu manda em mim... - Lúcia leva um tapa na cara.
- Cala a boca, porra. Vinícius! Caralho, VINÍCIUS!
- Eu!
- O merdinha ainda tá lá embaixo?
- Tá sim. Porquê?
- Então vasculha essa casa com muito cuidado.
- Ô, Cris, beleza?
- Felipe, ajuda o Vinícius a vasculhar isso aqui. Tem alguém nessa casa, e que sabe que o merdinha tá lá embaixo.
[Mas como ele...?]
- Como tu sabe?
- O tapete tá fora do lugar.
[Merda!]
- Olha o que eu achei...
- ME SOLTA!
- Que coisa bonitinha. Aposto como a criancinha aquela foi chorar no teu ombro.
- Olha, que lindinha, cadê aquele merda do teu namoradinho?
- Ele não tá aqui.
- Não?
- Não. - Angelique cospe na cara de Cristiano - E mesmo que estivesse, eu não te diria que está, não é verdade?
- Escuta aqui, sua... - soco. - DESGRAÇADA!
- Olha, fazia tempo que eu queria fazer isso. Mas eu nunca tive tantos motivos.
- Segura ela!
- Covarde!
- Perae, perae. Eu ainda quero a minha vingança.
- Não, calminha! Garota, eu não faço em idéia de quem tu é, e pelo que eu ouvi, a tua vingança não por causa desse merda na minha frente. Dá pra explicar quem afinal de contas é tu? - tapa na cara da Angelique. Tentando se soltar.
- Ah, tu não lembra? Pois então. Sabe, há dois anos atrás, quando tu defendeu a Mariana de uma guria que queria matar ela?
- Lembro. Lembro! Aquela maníaca era tu! Acabo de me lembrar do teu rosto! Eu nunca soube teu nome, mas porra, tu tem sérios problemas mentais, garota.
- Tu não faz nem idéia do que ela me fez né?
- Sei. Sei sim. Quem não sabe é tu.
- Ela separou três amigas minhas de mim! Ameaçou as três, e elas se afastaram de mim!
- Escuta, tu não acha que tá brigando com a pessoa errada?
- Minha vingança dela eu já tive... Agora falta a humilhação que tu me fez passar!
- Olha, garota, eu tinha meus motivos pra defender a minha irmã, e te juro, se ela não tivesse razão, eu teria deixado ela apanhar.
- Ela é uma falsa! Depois de me afastar das minhas três melhores amigas, ela veio tentar ser minha amiguinha!
- Imbecil...
- Sim, vocês são duas imbecis!
- Mais tarde elas não voltaram a ser tuas amiguinhas?
- Sim, mas...
- Tu pensa que é porque tu argumentou. Tu pensa. É por um motivo muito simples que elas voltaram a falar contigo: teu namorado na época. Que por um acaso era o merda aí. Ora, elas sabiam que ele era um cretino. Mas elas também não eram exatamente um exemplo de garotas puras, então, elas sabiam que ele provavelmente te trairia, logo aparecesse a chance. Mas antes elas precisavam que ele soubesse que elas existiam. Tentaram todas as formas, mas o Cristiano nem olhou pra fuça delas. As únicas formas de ele olhar pra elas eram duas: sendo minhas ou tuas amigas. Elas não foram muito felizes comigo, eu saquei na hora a intenção, mas foi mais fácil contigo, uma guria que desde sempre tinha sido muito detestada no colégio. Definida por alguns como "escória escolar". Minha irmã e eu, tu deve te lembrar, tentamos nos aproximar de ti, mas tu sempre correu da gente. Fazer o quê, a gente desiste uma hora. Elas se aproximaram de ti por causa dele, e iam te abandonar assim que ele tivesse te traído com as duas. Simples assim. Por isso minha irmã afastou elas de ti. E por isso tu apanhou na frente do colégio inteiro, garota. Entendeu agora?
- Eu... Eu não... - olhos cheios de lágrimas - Eu não sab...
- Chega, porra! Peguem essa aqui e taquem no porão também, daqui a pouco ela cai na real e começa a ajudar a Angelique.
- Tu sabia disso tudo?
- Claro que eu sabia. Mas eu tinha que ter alguém pra me ajudar a saber sobre quem a Ana Paula tava afim.
- DESGRAÇADO! - jogada no porão.
- Agora, Anjinha, a história contigo é outra.
- Tira as mãos de cima de mim, sua bicha enrustida. - cuspe.
- Ora, não faz isso. - tapa. raiva crescendo.
- A gente ainda tem aquelas algemas aí? E o remedinho pra dormir aquele? - sorriso. Dos mais diabólicos.
- Claro, claro.
Tempo pra mandar uma mensagem simples, com uma mão livre, pro Alex: SOS. Angelique perdeu a consciencia trinta segundos depois, enquanto se debatia.
- Foi por pouco.
- Muito pouco.
- Eu fico imaginando o que eles fariam com a gente se nos vissem lá dentro.
- Cara, cadê a Anne?
- Não sei. Tava atrás de mim. AH! Ela parou um pouco pra arrumar o tapete e ninguém ficar sabendo que a gente esteve lá. Olha lá, as gurias tão vindo.
- Cadê a Anne?
- Não sabemos. Achamos que ficou pra trás.
- Deve ter ido pra casa por outro caminho, pra nos assustar, no mínimo. Bem coisa dela. Ela vai dar risada da gente quando a gente chegar lá.
- Não tenho essa certeza toda...
- Ah, Mari, esquenta a cabeça não.
- É, vambora.
- Pera, escuta.
- Vamo, pô!
- Tá, tá.
***
- Cris, eu acho que tem alguém aqui. Eu sinto.
[Se eles me descobrirem, o Guilherme tá acabado... Preciso dar um jeito de sair daqui sem ser vista!]
- Tá ficando sensitivo demais. Deixa de ser viado. Se tiver alguém aqui, é um daqueles mendigos que dormem nesse lugar.
- Alguém pode ter descoberto...
- Quem descobriria? Deixa de ser imbecil, mesmo que alguém tenha vindo procurar, jamais acharia o porão, ninguém que viesse procurar jamais desconfiaria...
[Eu desconfiei, idiota.]
- Acho que não, né?
- É claro que não, Lúcia. Ninguém jamais teria cabeça o bastante pra isso.
- A Angelique teria.
- É claro que não teria! Ela não é tão maravilhosa como vocês pensam! Ela não é um gênio, ela não é uma deusa, é claro que ela jamais descobriria!
[Credo, eu sabia que tinham pessoas no mundo que não gostavam de mim, mas essa garota me detesta. Que foi que eu fiz pra ela?]
- Mas ela é quase, Lúcia. Não te atreve a falar dela assim na minha frente.
[Só o que me faltava, um merda desses me defendendo.]
- Tá, Cristiano, tá.
- Olha só, eu realmente tô ficando desconfiado.
- Tá Vinícius, vasculha logo a porra da casa pra ver se acha alguém e para de torrar o saco.
- Brigado.
[Meu deus, o cara não pode nem vasculhar a casa sem a permissão desse merda. Que gentinha! De qualquer forma, preciso sair daqui. E rápido.]
Cristiano senta em um sofá completamente detonado e fica observando. Lúcia senta-se ao seu lado e começa a cantar.
[Credo, ela canta muito mal. E eu reclamava da Aninha...]
- Porra, Lúcia, fica de boca fechada.
- Não pensa que tu manda em mim... - Lúcia leva um tapa na cara.
- Cala a boca, porra. Vinícius! Caralho, VINÍCIUS!
- Eu!
- O merdinha ainda tá lá embaixo?
- Tá sim. Porquê?
- Então vasculha essa casa com muito cuidado.
- Ô, Cris, beleza?
- Felipe, ajuda o Vinícius a vasculhar isso aqui. Tem alguém nessa casa, e que sabe que o merdinha tá lá embaixo.
[Mas como ele...?]
- Como tu sabe?
- O tapete tá fora do lugar.
[Merda!]
- Olha o que eu achei...
- ME SOLTA!
- Que coisa bonitinha. Aposto como a criancinha aquela foi chorar no teu ombro.
- Olha, que lindinha, cadê aquele merda do teu namoradinho?
- Ele não tá aqui.
- Não?
- Não. - Angelique cospe na cara de Cristiano - E mesmo que estivesse, eu não te diria que está, não é verdade?
- Escuta aqui, sua... - soco. - DESGRAÇADA!
- Olha, fazia tempo que eu queria fazer isso. Mas eu nunca tive tantos motivos.
- Segura ela!
- Covarde!
- Perae, perae. Eu ainda quero a minha vingança.
- Não, calminha! Garota, eu não faço em idéia de quem tu é, e pelo que eu ouvi, a tua vingança não por causa desse merda na minha frente. Dá pra explicar quem afinal de contas é tu? - tapa na cara da Angelique. Tentando se soltar.
- Ah, tu não lembra? Pois então. Sabe, há dois anos atrás, quando tu defendeu a Mariana de uma guria que queria matar ela?
- Lembro. Lembro! Aquela maníaca era tu! Acabo de me lembrar do teu rosto! Eu nunca soube teu nome, mas porra, tu tem sérios problemas mentais, garota.
- Tu não faz nem idéia do que ela me fez né?
- Sei. Sei sim. Quem não sabe é tu.
- Ela separou três amigas minhas de mim! Ameaçou as três, e elas se afastaram de mim!
- Escuta, tu não acha que tá brigando com a pessoa errada?
- Minha vingança dela eu já tive... Agora falta a humilhação que tu me fez passar!
- Olha, garota, eu tinha meus motivos pra defender a minha irmã, e te juro, se ela não tivesse razão, eu teria deixado ela apanhar.
- Ela é uma falsa! Depois de me afastar das minhas três melhores amigas, ela veio tentar ser minha amiguinha!
- Imbecil...
- Sim, vocês são duas imbecis!
- Mais tarde elas não voltaram a ser tuas amiguinhas?
- Sim, mas...
- Tu pensa que é porque tu argumentou. Tu pensa. É por um motivo muito simples que elas voltaram a falar contigo: teu namorado na época. Que por um acaso era o merda aí. Ora, elas sabiam que ele era um cretino. Mas elas também não eram exatamente um exemplo de garotas puras, então, elas sabiam que ele provavelmente te trairia, logo aparecesse a chance. Mas antes elas precisavam que ele soubesse que elas existiam. Tentaram todas as formas, mas o Cristiano nem olhou pra fuça delas. As únicas formas de ele olhar pra elas eram duas: sendo minhas ou tuas amigas. Elas não foram muito felizes comigo, eu saquei na hora a intenção, mas foi mais fácil contigo, uma guria que desde sempre tinha sido muito detestada no colégio. Definida por alguns como "escória escolar". Minha irmã e eu, tu deve te lembrar, tentamos nos aproximar de ti, mas tu sempre correu da gente. Fazer o quê, a gente desiste uma hora. Elas se aproximaram de ti por causa dele, e iam te abandonar assim que ele tivesse te traído com as duas. Simples assim. Por isso minha irmã afastou elas de ti. E por isso tu apanhou na frente do colégio inteiro, garota. Entendeu agora?
- Eu... Eu não... - olhos cheios de lágrimas - Eu não sab...
- Chega, porra! Peguem essa aqui e taquem no porão também, daqui a pouco ela cai na real e começa a ajudar a Angelique.
- Tu sabia disso tudo?
- Claro que eu sabia. Mas eu tinha que ter alguém pra me ajudar a saber sobre quem a Ana Paula tava afim.
- DESGRAÇADO! - jogada no porão.
- Agora, Anjinha, a história contigo é outra.
- Tira as mãos de cima de mim, sua bicha enrustida. - cuspe.
- Ora, não faz isso. - tapa. raiva crescendo.
- A gente ainda tem aquelas algemas aí? E o remedinho pra dormir aquele? - sorriso. Dos mais diabólicos.
- Claro, claro.
Tempo pra mandar uma mensagem simples, com uma mão livre, pro Alex: SOS. Angelique perdeu a consciencia trinta segundos depois, enquanto se debatia.
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