. Rosas & Lírios: o céu e o inferno entraram em guerra. As armas? Almas humanas.

Um blog que tem sempre uma história rolando. A história atual é Rosas & Lírios, um conflito entre o céu e o inferno pela liberdade e pela posse do universo.

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O sol é minha enegia e o calor, meu combustível. O céu azul é meu sorriso mais eterno, e as penas de minhas asas foram esparramadas ao redor do teto do mundo; são as nuvens, às vezes brancas e puras, às vezes negras e corruptas. Não pude aprender a amar o frio, a noite ou a chuva - e no entanto, eles me amam mais que a tudo. E seus presentes são sempre as palavras.

Sunday, February 25, 2007

Capítulo VI - Início.

- Péssimo.

Christine desceu do cavalo com uma expressão desanimada. Os alvos estavam praticamente intactos. Não foi muito difícil para Christine imaginar as cabeças de Louis e Lorenzo sendo cortadas pelas espadas dos anjos. Um arrepio passou pela sua espinha e ela sacudiu a cabeça. Louis reclamava de alguma coisa.

-... eu não sou assim tão ruim, veja bem, mas esses arcos são simplesmente péssimos! A madeira...
- É de primeira classe de iniciantes, se tu não consegue atirar com um arco desses, não coseguirás atirar com arco nenhum! Louis, pára de reclamar como se tu fosse uma criança! Tu sempre foi ruim em batalhas em geral, sempre perdeu pro Lúcifer e pra mim porque tu não é capaz de manejar uma arma! E muito embora na primeira fase das batalhas eu não pretenda te envolver diretamente na briga, é de primordial necessidade que tu saiba pelo menos manejar uma espada, e tu não consegue nem sequer segurar uma sem cair pra um lado.

Louis olhou para Christine um tanto chateado. Ele sabia que sempre fora ruim em batalhas, mas ela não precisava ser tão cruel... Se qualquer outra pessoa tivesse dito à ele metade do que ela tinha acabado de falar, ele provavelmente teria cortado todo o tipo de relações com a criatura, mas ele simplesmente não conseguia ficar irritado com Christine, muito embora a recíproca não fosse verdadeira. Isso era bem claro nos olhos dela naquele exato instante.

- Olha, Christine... - Lorenzo interrompeu os pensamentos de Louis de uma forma um tanto tímida - Eu sei perfeitamente que tu tá tentando nos treinar, que se importa conosco e não quer que a gente morra na primeira batalha, mas...
- Mas?
- Arcos são coisas pré-históricas! Tu tem praticamente um arsenal no teu porão, por quê então não ensina a gente a atirar? Balas são bem mais rápidas que flechas e bem mais mortais, também!
- Acredite-me, balas não matam anjos. Eu nunca entendi a lógica disso, mas não, balas não matam anjos. Eu até poderia ensinar vocês a atirar, mas seria inútil. Existe uma espécie de feitiço em cada flecha que se usa, que é a única coisa que mata um anjo. Espadas também. Há uma escrita em cada espada destinada a matar anjos, e ela é feita especificamente pra isso. Não mata nada além de anjos, e se não for esse tipo de espada, não mata anjos.
- Então tu quer dizer que existe um tipo específico de flechas e espadas que matam anjos?
- Não. De espadas sim, de flechas não. Mas uma flecha só mata um anjo se trespassar todo o corpo dele, o que, diga-se de passagem, não é difícil. O corpo de um anjo é extremamente frágil e se machuca com enorme facilidade. Uma bala não mata um anjo porque não trespassa o corpo dele. Uma espada sem feitiço não mata um anjo porque ela não pode ficar no corpo do anjo até a decomposição do corpo dele, coisa que leva cerca de meia hora. Uma flecha é a única coisa que mata um anjo sem feitiço.
- Entendo. Então eu vou ter que aprender a manejar isso aqui de qualquer jeito?
- Isso aí e uma espada. Ou isso ou provavelmente não vais durar meia hora de batalha real, provavelmente.
- Não deve ser tão difícil assim apreder a manejar uma espada... Meu avô tem uma esgrima e eu até que me dou bem com ela, é uma espada leve e fácil de ser usada...
- O problema é que não são exatamente espadas de esgrima que tu vai ter que aprender a manejar. É uma dessas.

Christine desembainhou a própria espada. Ela adorava aquela espada, em especial por causa da circunstância em que a tinha ganho. Era uma espada enorme, de ouro, com seu nome gravado nela. A empunhadura era de um azul metálico, com um lírio em ouro branco nela. Christine ficou a admirar sua espada durante um longo tempo. Depois, girou-a no ar e voltou a pegá-la pela empunhadura. Lorenzo fez cara de impressinado. Louis parecia profundamente desanimado enquanto olhava para aquela espada. Ela entendia perfeitamente os seus motivos.

- Oras, ela parece bem leve, pelo jeito que tu girou... - Lorenzo pegou a espada da mão dela delicadamente. Caiu para a direita por causa do peso e Louis precisou pegá-lo antes que ele desse de cara no chão. - Como... como tu consegue segurar isso?
- É a minha espada. Foi feita pra mim, não pra ti. Ninguém além de mim jamais conseguiria manejar essa espada. A bem da verdade, existe mais uma pessoa que seria capaz de manejar essa espada, porque a minha espada simplesmente decidiu que vai com a cara dele. O problema é que ele não sabe manejar espadas. - Christine olhou para Louis. Ele baixou a cabeça um tanto envergonhado.
- Eu não consigo... não sou bom nessas coisas, tu sabe bem disso.

Christine ia retrucar e fazer uma piadinha, mas poupou palavras sobre isso. Passou a frente de Louis e Lorenzo e fitou o céu incisivamente, com uma expressão de absoluta fúria. Louis mudou também sua expressão, e da vermelhidão da vergonha passou a seriedade absoluta. Lorenzo fez cara de quem nada entendia e olhava de um para outro, sem fazer idéia do que acontecia ali. De repente, um ponto minúsculo no sol brilhante finalmente despontou. Christine sabia perfeitamente o que era aquele ponto. Lorenzo continuava a olhar de Louis para Christine sem entender coisa alguma, e ela imaginou que ele deveria estar se sentindo um imbecil. O ponto começou a tomar forma rapidamente. Vinha na direção deles, e ficava cada vez mais nítida a imagem de um anjo. Um anjo de asas grandes e brancas, com uma bainha vermelha segurando uma espada de empunhadura laranja. O gosto dele sobre combinação de cores sempre tinha sido um tanto duvidoso. Mais um ponto negativo sobre ele. Como ela pudera...?

- Ora, vejam só, Christine! E Louis! E o meu alvo... É só impressão minha ou ele é teu protegido, Christine?
- Grande conclusão, Michael. Chegou a ela sozinho ou precisou de ajuda?